O primeiro Plastics Summit, organizado pela Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos (APIP), reuniu um número recorde de entidades que fazem parte da cadeia de valor do plástico. Nos dias 26 e 27 de setembro, cerca de 350 participantes e 40 palestrantes ligados à indústria de plásticos debateram, na Vista Alegre, em Ílhavo, o futuro deste material, que, todos concordam, é demasiado valioso para ser considerado lixo. A InterPLAST foi media partner do evento.
O tradicional Seminário de Plásticos, organizado pela APIP durante várias décadas, deu este ano lugar ao Plastics Summit, um evento modernizado, cujo objetivo era, segundo a nova direção, “trazer para o debate todos os agentes que fazem parte do circuito do plástico, lançando assim as bases para um futuro sustentável, baseado na valorização do material”, disse à InterPLAST Pedro Paes do Amaral, vice-presidente executivo da associação.
Na sessão de abertura, Amaro Reis, atual presidente da APIP, deu as boas vindas a um auditório lotado, referindo que “este pretende ser um ponto de encontro do setor e um fórum de discussão aberto a todos os intervenientes da cadeia de valor”. Acrescentou ainda que “a APIP não quer nem mais nem menos, mas sim melhor plástico” e terminou com uma palavra de apreço pelas anteriores direções, presididas por Marcel de Botton e Pedro Colaço.
A primeira apresentação do dia esteve a cargo de Eduardo Rêgo, fundador do movimento ‘Loving the Planet’, que o público português conhece por dar voz ao programa BBC Vida Selvagem. O locutor aplaudiu a iniciativa da APIP, que revela uma real vontade por parte da indústria de trabalhar para a sustentabilidade do planeta, e frisou a responsabilidade de todos na questão ambiental. “É no rio dos comportamentos que vamos ter de trabalhar para salvar o mar da vida”, afirmou.
A apresentação ‘Diretiva SUP’ era uma das mais esperadas deste Plastics Summit. Mafalda Mota, da Agência Portuguesa de Ambiente (APA), começou por enquadrar o documento, explicando que este surge de um estudo que revelou que 80 a 85% do lixo marinho encontrado na Europa é composto por plástico (50% produtos de uso único e 27% artigos de pesca).
A diretiva, que deverá ser transposta para o direito nacional até 3 de julho de 2021, inclui medidas de restrição à colocação no mercado de produtos como copos, pratos, cotonetes e palhinhas, bem como todos os oxodegradáveis; medidas de redução do consumo, nomeadamente de embalagens alimentares (deve ser alcançada uma redução quantitativa mensurável do consumo destes produtos no território dos Estados-Membros até 2026, em relação a 2022); medidas de recolha seletiva de garrafas, tampas e cápsulas (devem ser assegurada uma taxa de recolha de 77% até 2025 e de 90% até 2029); requisitos de conceção ecológica (a partir de 3 de julho de 2024 só podem ser colocados no mercado recipientes para bebidas com capacidade inferior a 3 litros cujas cápsulas e tampas permaneçam fixadas durante a fase de utilização do produto e, a partir de 2025, essas embalagens, que sejam fabricadas maioritariamente em PET, devem conter, no mínimo, 25% de plástico reciclado, percentagem que sobe para 30% em 2030); requisitos de marcação (a partir de 3 de julho de 2021 as embalagens dos produtos usualmente descartados para o ambiente, por exemplo, através do sistema de esgotos, devem facultar aos consumidores informações sobre as opções adequadas de gestão dos resíduos); e medidas de sensibilização que visam informar o consumidor acerca do destino aos SUP, incentivando um comportamento responsável.
Mafalda Mota referiu ainda que, no que diz respeito às garrafas PET, Portugal assumiu o compromisso de alcançar, até 2025, uma taxa de recolha de 90%, antecipando a meta comunitária, e uma taxa de incorporação de 25% de PET reciclado em novas garrafas.
O curto período de tempo disponível para a implementação das medidas necessárias preocupa, naturalmente, o setor, pelo que o debate que se seguiu, moderado por José Eduardo Martins, foi um dos pontos altos do evento.
Ana Maria Carneiro, quality & food safety manager da Intraplas, lamentou não existir uma estratégia fiável em termos de timing. Na sua opinião, “as empresas a meio da cadeia de valor que, nos últimos anos, fizeram investimentos de monta, vão sentir um enorme impacto”.
Luís Garcia, responsável de sustentabilidade da Trivalor, lembrou a importância do material para a segurança alimentar e considerou esta lei uma precipitação. “Às vezes, a solução para um problema não é imediata”, disse, lembrando que o primeiro abre-latas só surgiu 48 anos depois da primeira lata de conserva. “Corremos o risco de tentar abrir a lata a tiro”, disse, aludindo às políticas em implementação.
Também Maria Conceição Paiva, professora no Departamento de Engenharia de Polímeros da Universidade do Minho, considerou que “se está a legislar apressadamente” e sem ouvir o meio académico. “As universidades têm o conhecimento técnico, ou a capacidade para o desenvolver, para poderem dar uma opinião fundamentada sobre as políticas a implementar”, disse, acrescentando que “neste caso, as decisões que estão a ser tomadas carecem de mais investigação”.
Já Rui Berkemeier, da associação Zero, afirmou que a “Europa acordou para o problema” e lembrou que “nos últimos anos, a produção de resíduos tem vindo sempre a aumentar”. Admitiu, no entanto, o peso do comportamento do consumidor, e referiu que a solução passa pela implementação de medidas de sensibilização e de valorização como, por exemplo, a cobrança de um valor pelas embalagens de take away.
Finalmente, Sílvia Menezes, da DECO Proteste, alertou para o facto de muitos SUP estarem a ser substituídos por outros que vão, igualmente, aparecer no ambiente. Na sua opinião, o problema não está nos plásticos, mas sim nos produtos de uso único, e defende “o ‘ecodesign’ de produtos reutilizáveis como o caminho preferível.
Na sua apresentação ‘A APIP nos desafios da economia circular’, Nuno Aguiar, responsável técnico da associação, explicou que “o modelo de produção linear está ultrapassado. O novo modelo circular [que, aliás, sempre existiu dentro das indústrias de plásticos] assenta na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia, substituindo o conceito de fim-de-vida da economia linear”.
Em concordância com o novo paradigma, a APIP tomou a iniciativa de assinar o ‘Pacto Nacional da Indústria dos Plásticos para a Economia Circular e Sustentabilidade Ambiental‘, o que viria a acontecer no segundo dia do evento, com a presença dos secretários de Estado da Economia e do Ambiente, João Neves e João Ataíde, respetivamente. Deste Pacto fazem parte medidas como a adesão ao programa Operation Clean Sweep (OCS) ou à plataforma MORE, ambas ferramentas importantes para a implementação efetiva de uma economia circular. Segundo indicou Nuno Aguiar, até ao final do ano serão definidas as metodologias de implementação do OCS e de adesão à plataforma MORE, de forma a que, em breve, todos os associados beneficiem destas ferramentas.
O Pacto prevê ainda a criação de um observatório da reciclagem, para monitorização das quantidades de resíduos processados, bem como o desenvolvimento e a participação em grupos de trabalho e em projetos que fomentem a economia circular e a sustentabilidade dos plásticos.
Na assinatura do ‘Pacto Nacional da Indústria dos Plásticos para a Economia Circular e Sustentabilidade Ambiental‘ estiveram presentes Amaro Reis, Mercês Ferreira da APA, Marta Lima Basto da DGAE, João Neves, Secretário de Estado da Economia, e João Ataíde, Secretário de Estado do Ambiente.
Plataforma MORE
Alexandre Dangis, diretor geral da EUPC, esteve no Plastics Summit para falar da plataforma MORE. Trata-se de uma ferramenta utilizada para monitorizar o desempenho e a quantidade de absorção de polímeros reciclados na Europa. Qualquer transformador europeu pode registar-se em www.moreplatform.eu e, a partir daí, preencher o questionário disponibilizado. Desta forma, será possível aferir exatamente qual a quantidade de reciclado integrado em novos produtos. Recorde-se que, de acordo com os objetivos da Aliança para a Economia Circular do Plástico, em 2025 a Europa deverá estar a incorporar 10 milhões de plástico reciclado por ano.
Operation Clean Sweep (OCS)
Durante as operações de transporte e manuseamento de pellets, flocos ou pós pelos vários intervenientes da cadeia do plástico, desde o produtor até ao transformador, é possível que se perca algum material. Para evitar estas perdas, é necessário implementar medidas simples que fazem parte do ‘Programa OCS’. Durante o Plastics Summit, Ignácio Marco, diretor regional (ibérica) da PlasticsEurope, e Nuno Aguiar falaram sobre o programa e informaram a audiência que, até ao final do ano, a APIP irá estabelecer a metodologia de implementação do programa OCS, de forma a que, no final de 2021, todos os associados tenham o programa implementado.
O primeiro dia terminou com a impressionante apresentação de Kim Ragaert, professora de Engenharia de Polímeros da Universidade de Ghent, que reproduziu para os presentes a sua ‘TEDx talk’ intitulada ‘Plastics Rehab'.
A professora Ragaert usou o exemplo de um pepino embalado com plástico flexível para demonstrar o custo-benefício da utilização do material. Os dois gramas de plástico necessários para fabricar a embalagem produzem apenas 10% do dióxido de carbono necessário para produzir o alimento. Além disso, permitem estender a vida útil do pepino em cerca de onze dias, prevenindo o desperdício alimentar, e, logo, evitando a emissão de CO2.
Neste caso, o desperdício alimentar emite cinco vezes mais CO2 do que todo o processo de fabrico da embalagem flexível.
Para ilustrar as vantagens do plástico em relação a outros materiais, usou o exemplo dos sacos de compras. Pelas suas contas, um saco de papel de 50 gramas teria de ser utilizado quatro vezes para se equiparar a um de plástico de 20 gramas em termos de sustentabilidade, já que a sua produção e reciclagem requer muito mais energia, além de recursos naturais. Já no caso do saco de algodão, esse número sobe para 170 vezes.
Segundo a docente, mudar a atual tendência negativa passa por educar o consumidor “com os factos e apenas com os factos”. Além disso, a indústria deve desenvolver produtos inovadores e participar no debate, aliando-se, por exemplo a iniciativas como a Circular Plastics Alliance (CPA). No que diz respeito à inovação, alerta para a necessidade de se desenvolverem produtos sempre com a reciclagem em mente, harmonizando os tipos de materiais usados (é possível fazer um frasco de champô mono-material), reduzindo as quantidades (utilizando, por exemplo, PE orientado para ficar com as mesmas características do PET), evitando contaminações desastrosas (como a do PVC) e, mais cedo ou mais tarde, apostando nos materiais de base biológica.
Kim Ragaert alertou ainda para a necessidade de aumentar as taxas efetivas de reciclagem. Se é certo que alguns aspetos escapam ao controlo da indústria (recolha, legislação, ação do consumidor), existem outros que podem ser melhorados, nomeadamente a aposta na inovação tecnológica e em processos como a reciclagem química que, apesar de ter várias condicionantes, pode vir a ser uma solução viável.
No final, uma curiosidade: num questionário de rua, os entrevistados surpreenderam-se ao saber que apenas 1% dos eletrodomésticos à venda na Europa é fabricado com plástico reciclado.
Aumentar a recolha seletiva, sensibilizar para a reciclagem, implementar sistemas de incentivos e penalizações junto do consumidor. Estes foram os principais desafios da reciclagem identificados pelos participantes da mesa redonda que marcou a manhã do segundo dia do Plastics Summit. Ricardo Pereira, CEO da Sirplaste, moderou o debate.
Com a Comissão Europeia a impor uma taxa de reciclagem de plásticos de 50% em 2025, urge saber que passos é necessário dar para lá chegar e, segundo Ricardo Pereira, não é com o atual sistema que o vamos conseguir. O responsável da Sirplaste, uma das principais recicladoras nacionais, aponta o foco para a necessidade urgente de aumentar a recolha. Referiu também que, com os processos disponíveis, ainda não é possível produzir reciclado que possa dar resposta, por exemplo, aos designers que querem aumentar a quantidade de reciclado num produto, sem alterar o design. Andrea Villa, engenheiro de vendas da Sorema, referiu que estão em curso diversos projetos na indústria química que pretendem responder a este desafio.
Tanto Andrea Villa como Michael Heitzinger, diretor de vendas da Erema, lembraram que não há equipamentos de lavagem e reciclagem instalados em número suficiente para a capacidade que se pretende atingir. O responsável pela Erema falou ainda das inovações tecnológicas que a empresa desenvolveu nos últimos anos e que permitem, por exemplo, eliminar os maus odores decorrentes do processo de reciclagem.
A aposta na inovação tecnológica foi, igualmente, apontada por Ricardo Neto, presidente da Novo Verde, como uma necessidade, nomeadamente no que diz respeito aos equipamentos de separação a instalar nas estações de triagem.
Já João Letras, diretor do Departamento de Gestão de Resíduos da Sociedade Ponto Verde, destacou a importância de “fazer chegar ao reciclador matéria-prima de qualidade” e de potenciar a colocação no mercado de embalagens mais leves e fáceis de reciclar. O responsável da SPV aproveitou para apresentar o Ponto Verde Lab: uma plataforma online, disponível em www.pontoverdelab.pt, que pretende ajudar os designers de embalagem a desenhar o seu produto da forma mais sustentável possível, sem comprometer as funções de embalagem. Mediante os dados introduzidos no sistema, o programa utiliza a ferramenta da SPV Pack4Recycling e permite saber, por exemplo, qual a melhor matéria-prima para o produto, tendo em vista a futura reciclagem.
Finalmente, Carmen Lima, coordenadora do Centro de Informação de Resíduos da Quercus, destacou a importância de passar para o público informação clara e exata acerca do destino a dar aos plásticos em fim de vida. Referiu ainda que o aumento dos biodegradáveis no mercado é prematuro, já que ainda não existem estações de compostagem industrial instaladas. O mesmo acontece com os materiais alternativos que “ainda não têm soluções de reciclagem”.
Filipe de Botton, chairman da Logoplaste, moderou o debate dedicado ao tema ‘Petroquímicas e Sustentabilidade’, no qual participaram representantes das principais empresas do ramo.
"Afinal, o que estão as petroquímicas a fazer para entregar soluções sustentáveis?”. A pergunta de Filipe de Botton não teve resposta imediata. Celmira Sousa, da Basf, argumentou que “desenvolver novos produtos, nomeadamente para contacto alimentar, demora tempo. Se tomarmos decisões muito políticas, perdemos a ciência no processo”. Destacou, no entanto, a aposta da Basf nos biodegradáveis, mas lembrou a necessidade de se desenvolver um sistema de gestão adequado deste tipo de resíduos.
No mesmo sentido, Martin Clemesha, da Braskem, referiu o investimento da empresa nos materiais de base biológica, feitos a partir de cana de açúcar, e defendeu que, no caso dos materiais que não podem ser reciclados, a solução passa pela redução das quantidades utilizadas e pela valorização energética no fim de vida.
Tanto a Basf como a Repsol referiram que têm em curso projetos na área de reciclagem química, para a qual, no entanto, ainda não existe regulamentação. Esta pode, ainda assim, vir a ser uma solução viável para os plásticos mistos e contaminados, difíceis de reciclar.
Por seu lado, Pedro Gonçalves, diretor industrial da Cires, forneceu à audiência os mais recentes números do VinylPlus, o compromisso voluntário para o desenvolvimento sustentável da indústria do PVC europeia, pioneiro na economia circular. De facto, desde de 2000 que esta indústria está comprometida com a sustentabilidade e assumiu já o compromisso de, em 2025, reciclar 900 mil toneladas de PVC, contribuindo, assim, de forma significativa para o objetivo de 10 milhões de reciclado integrado em novos produtos imposto pela Comissão Europeia. As 739.525 toneladas de PVC recicladas em 2018 mostram que esse é um objetivo perfeitamente alcançável.
Segundo Fausto Freire, o ‘ecodesign’ é uma das aplicações mais interessantes da AVC. “Ao integrarmos aspetos ambientais na conceção de um produto, estamos a melhorar o seu desempenho ambiental ao longo de todo o seu ciclo de vida”, afirmou.
O professor de Ecologia Industrial deu como exemplo um estudo de ACV e ‘ecodesign’ de um apoio de braço para automóvel, produzido na CIE-Plasfil, graças ao qual foi possível reduzir significativamente a pegada de CO2 associada. A peça, inicialmente produzida em dois modelos, um de metal e outro de plástico, foi redesenhada para conter menos material. O resultado final, uma peça em plástico leve e funcional significou, na fase de produção, uma pegada de carbono 45% menor em relação à peça em plástico original e 54% menor em relação à de metal. Na fase de uso, essa poupança subiu para 87 e 91%, respetivamente.
A esta apresentação seguiu-se uma mesa redonda dedicada ao tema ‘Avaliação do Ciclo de Vida do Produto como Metodologia Preventiva e o Desafio da Rotulagem Ecológica’, moderada por Fausto Freire, na qual participaram representantes do mundo académico, dos centros de reciclagem e da distribuição.
Referindo-se à aplicação de rótulos ambientais, Fernando Leite, da Lipor, chamou a atenção dos presentes para a necessidade de se definirem bem os conceitos de material bioplástico e compostável, sob pena de "termos as unidades de compostáveis a receber os resíduos em sacos biodegradáveis”. Referiu ainda a urgência de se recolher o plástico ‘não embalagem’. Sugeriu, inclusive que se estude a possibilidade de “se colocarem contentores junto às habitações para recolha deste tipo de resíduos”.
Fátima Poças, professora de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, afirmou que “o plástico é uma presença constante na embalagem”, acrescentando que “a qualidade e segurança dos produtos alimentares são em grande parte garantidas pelas propriedades específicas dos plásticos”. Na sua perspetiva, quando se fala de ‘ecodesing’ de embalagens, “a ACV é essencial, para não se correrem riscos que possam trazer problemas de segurança alimentar”. Alem disso, “muitas vezes, a ACV permite, inclusive, baixar o preço da embalagem e logo do produto”.
Por seu lado, Ana Pires, investigadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia, defendeu que “é errado deixar a escolha final no consumidor porque ele vai sempre decidir em função do preço e não da sustentabilidade do produto”, disse, remetendo para um estudo elaborado com dois grupos, com e sem preocupações ambientais, e em que ambos indicaram o preço como o fator mais importante na escolha de um produto.
Finalmente, Victor Martins, da Sonae, lembrou que “nesta fase, qualquer ação terá que ser desenvolvida em conjunto por toda a cadeia de valor” e que é necessária uma “estratégia nacional para o uso responsável do plástico” que pode passar por medidas como reduzir ao máximo a complexidade dos plásticos, incorporar o máximo de reciclado possível, melhorar a comunicação com o consumidor e promover as iniciativas de terceiros. Concluiu afirmando que “todos os agentes estão a demonstrar uma atitude positiva perante um ambiente adverso. E isso é encorajador”.
Nas notas finais do evento, Rogério Mani, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Plásticos (ABIPLAST) considerou que ‘colaboração’ e ‘equilíbrio’ foram os termos chave do primeiro Plastics Summit. “O plástico é um material relativamente novo. Se, até aqui, esta indústria conseguiu o grau de inovação que conseguiu, não há dúvida que vai conseguir, agora, encontrar novas soluções para os desafios que enfrenta”, concluiu.
Homenagem a Marcel de Botton
O segundo dia do Plastics Summit ficou marcado pela homenagem ao Comendador Marcel de Botton que, ao longo de 26 anos, assumiu a presidência da APIP. Num discurso emocionado, Gonçalo Tomé, vice-presidente da associação, relatou aos presentes o percurso de uma vida dedicada ao setor e marcada pelo empreendedorismo.
Marcel de Botton começou a sua atividade em 1944. Nos anos 50 foi responsável pela produção na empresa Sotancro, propriedade do pai, e, em 1956 comprou a primeira máquina para a produção de artigos em plástico. No final dessa década, criou a Fábrica de Plásticos Titan, de onde saiu em 1975, no conturbado período pós-revolução. Em 1976, fundou a Logoplaste e, desde então, manteve uma intensa atividade associativa e empresarial, reconhecida e premiada internacionalmente. Em 1994, foi agraciado com a Comenda da Ordem do Mérito Empresarial, na Classe Industrial, e, em 2017, recebeu o ‘Lifetime Achievement Award’ da American Society of Plastics Engineers. Hoje, com 94 anos, continua a acompanhar e a apoiar a indústria de plásticos nacional.
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