7 EDITORIAL A par da instabilidade política que se tem vivido no setor agrícola em Portugal, o início de 2023 foi marcado pela realização do XIV Congresso Nacional do Milho, onde mais de 900 profissionais do setor debateram os constrangimentos que os afetam no dia a dia, mas também as novas oportunidades de negócio. “Quando vem uma crise há dinheiro a ganhar e é aqui que devemos atuar nesta transição energética”, notou João Coimbra, diretor da ANPROMIS, que defendeu que o agricultor “não é mais do que um agente energético”. Mas a pergunta que se impõe é: como é que isso pode dar dinheiro? Para descobrir na reportagem dedicada ao evento, que assinalou ainda os 35 anos da Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo. Já a nível de emergência climática e ambiental, a União Europeia tem procurado dar respostas e quer tornar-se o primeiro continente no mundo com um impacto neutro no clima. Mas qual a situação atual e quão longe estamos dessa meta? Em Portugal, a Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica (ENAB) passa por duplicar o modo de produção biológico, mas será que está a ser conseguido? Para descobrir nesta edição, em que recuperamos as origens e a evolução da agricultura biológica em Portugal e analisamos qual o papel do Banco Português de Germoplasma Vegetal para o seu futuro. Destaque ainda para um artigo sobre o forte crescimento, nos últimos anos, da área plantada com abacateiros em vários países. E em Portugal, será que se pode falar em “monocultura”? E os riscos para a biodiversidade? Para descobrir na primeira edição ano da Agriterra, que explicamos o que tem de tão especial este “fruto da moda” e porque atinge cada vez mais reconhecimento mundial. Destaque também para as 12 vantagens do montado e quais as suas potencialidades para travar a desertificação no sul de Portugal. Boas leituras. O futuro da agricultura biológica Projeto europeu focado na monitorização avançada da biodiversidade já começou O BioMonitor4CAP é um projeto que visa desenvolver a monitorização avançada da biodiversidade para demonstrar as práticas e políticas agrícolas que funcionammelhor na conservação da biodiversidade agrícola. Vinte e três organizações parceiras de 10 países europeus e do Peru participam neste projeto financiado pelo programa de investigação e inovação Horizonte Europa. O projeto irá testar, validar e desenvolver sistemas de monitorização da biodiversidade, acessíveis e seguros, que funcionem tanto em terrenos agrícolas, quanto em locais Natura 2000. Estes sistemas irão combinar sistemas clássicos de indicadores de biodiversidade com abordagens mais tecnológicas, como abordagens acústicas, óticas ou moleculares. O projeto irá desenvolver tambémmodelos de previsão para recomendar mudanças na gestão agrícola de forma a melhorar a biodiversidade. “Esses sistemas de monitorização da biodiversidade são necessários para implementar políticas com base em evidência científica nas paisagens agrícolas europeias”, dizem Nils Borchard, DLG (Deutsche Landwirtschafts-Gesellschaft – Sociedade Agrícola Alemã) e Christoph Scherber, LIB (Leibniz-Institut zur Analyse des Biodiversitätswandels - Instituto Leibniz para a Análise da Mudança da Biodiversidade). O projeto envolve vários grupos de stakeholders para garantir a implementação e o sucesso destes novos sistemas de monitorização de biodiversidade. O Food4Sustainability irá contribuir para o desenvolvimento de sistemas de gestão da biodiversidade e irá implementar ensaios experimentais e de demonstração para apoiar a transformação agrícola na União Europeia.
RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx