29 TENDÊNCIAS Assim, os fabricantes e marcas alimentares não só estão sob maior pressão para entregarem valor aos consumidores, como também têm de responder a expetativas cada vez mais exigentes e amplas – isto, num cenário de orçamentos mais limitados e sérios constrangimentos na cadeia de abastecimento. A volatilidade política e económica é “apenas” a segundamaior preocupação dos consumidores, já que a primeira, segundo dizem, é a saúde do planeta. De acordo com o estudo, a pressão financeira sentida pelos consumidores está a levar a comportamentos mais ecológicos e orientados para a sustentabilidade. Inquiridos, os consumidores dizemque não só têm reduzido o desperdício de alimentos, como passaram a reciclar ou reciclaram mais, como parte das suas estratégias para responderem ao aumento do custo de vida. Os produtos frescos são o principal bem alimentar pelo qual os consumidores globais estão dispostos a pagar, seguindo-se os produtos produzidos localmente e os que contêm ingredientes funcionais que podem ter um papel positivo na saúde. Quanto maior for a capacidade para combinarem benefícios económicos com claros objetivos de sustentabilidade e saúde, maior será o sucesso das marcas. 2. NUTRIÇÃO ACESSÍVEL Os consumidores procuram alto valor nutricional pelo preço certo e referem que, dado o aumento do custo de vida, procuram alimentos cada vez mais simples e nutritivos. Os consumidores dizem também que o desenvolvimento de produtos alimentares e bebidas deve ser orientado para a saúde (36%), para a acessibilidade (34%) e para a naturalidade (30%). 3. IMPULSO GERACIONAL As gerações mais jovens, digitais, procuram um envolvimento positivo e novas experiências, enquanto partilham as suas opiniões de forma ampla e voluntária. São elas que influenciamas tendências de consumo de alimentos e bebidas – levando, por exemplo, à criação de novos sabores. Para a Geração Z, o sabor émais importante do que a acessibilidade; mas para os Millennials, a acessibilidade é mais importante do que o sabor. A naturalidade é mais importante do que o sabor para a Geração X e para os Baby Boomers. Criar produtos transparentes, que respondamàs necessidades e preferências de cada grupo demográfico, continua a ser essencial para qualquer marca. 4. PLANT-BASED, DESVENDANDO UMA NOVA NARRATIVA Ingredientes subutilizados e novos formatos, vão aumentar o protagonismo dos produtos de base vegetal. As marcas estão a trabalhar na melhoria dos sabores e das texturas, mas sobretudo a responder a uma exigência crescente dos consumidores, que pedem o desenvolvimento de produtos vegetais inovadores, que não se limitem a imitar carne ou laticínios. Os consumidores expressam também o desejo de experimentar versões plant-based de culinária tradicional e local, com a indústria a responder com a oferta de refeições prontas e kits de preparação de refeições, com receitas criativas. 5. CULTIVAR O FUTURO Dado o impacto que a atividade agrícola intensiva tem no meio ambiente, os consumidores e a indústria estão cada vez mais focados no tema da sustentabilidade da produção. Novos sistemas e tecnologias agrícolas (como a agricultura regenerativa e a agricultura vertical) estão a melhorar a qualidade e a sustentabilidade, levando a ummaior interesse dos consumidores em conhecerem as fontes da sua alimentação. 62% dos consumidores europeus inquiridos referem que “preferem produtos quemencionamna embalagem os benefícios dos seus métodos de produção/sourcing”. Adicionalmente, quando questionados sobre as principais razões para aceitarem alimentos que recorrem a práticas agrícolas inovadoras, referem que o fazem, sobretudo, se a proposta de valor for “mais natural/orgânica”, se se posicionar como “melhor para o ambiente” ou se ajudar “a reduzir riscos para a saúde”. 6. QUALIDADE COM RAPIDEZ Durante a pandemia, muitos consumidores puderam dedicar mais tempo à cozinha e a criatividade culinária floresceu. Contudo, com o regresso a rotinas mais dinâmicas e exigentes, é preciso manter o interesse criativo, mas garantir maior praticidade e conveniência. Na Europa, 66%dos consumidores afirmam que estão “à procura de formas simples e convenientes de garantir a sua ingestão diária de nutrientes”. Apesar de o custo ser, ainda, o principal fator de escolha nos kits de refeição, seguem-se logo a frescura e os benefícios para a saúde, como prioridades. 7. SABOREANDO O DIGITAL As marcas alimentares começam a aproveitar o potencial de relacionamento com o consumidor, através da aposta em experiências reais combinadas com experiências virtuais, incluindo uma aposta no metaverso – seja para dar resposta a questões funcionais, ou seja, para impulsionar a vertente de entretenimento. Isto é especialmente importante para cativar os consumidores mais jovens.
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