BA13 - Agriterra

ENTREVISTA 33 a cooperação de valor entre os agentes que adotam ou pretendam adotar a Agricultura de Precisão e estabelecer sinergias com outras entidades, do setor agroalimentar ou de outros setores. Qual é a estrutura da ANAP e que tipo de atividades estão previstas para serem desenvolvidas? Como qualquer outra entidade sem fins lucrativos oficialmente registada, a ANAP tem um Conselho de Administração composto por um presidente, um secretário, um tesoureiro e dez vogais, que, desde a sua criação, são diretamente responsáveis por fazer todo o trabalho. Assim que estiverem disponíveis recursos suficientes, está prevista a contratação de um técnico para atuar sob as ordens do Conselho de Administração. As atividades que a ANAP implementará progressivamente serão de transferência, técnico-científicas, de ensino e formação. Que grau de coordenação existe entre os centros dedicados à investigação e inovação na Agricultura de Precisão em Espanha? Está previsto intensificar o trabalho conjunto entre as instituições a partir de agora? Até à data, não existe nenhum órgão no nosso país que coordene as atividades desenvolvidas nesta área. A coordenação entre os diferentes agentes é realizada individualmente entre si. Precisamente, um dos nossos objetivos é quebrar essa dinâmica e tentar que sejamos ouvidos nos centros de decisão sobre o assunto. Até agora, que desenvolvimento teria sido alcançado pela Agricultura de Precisão em Espanha em comparação com outros países europeus? Espanha é, sem dúvida, um dos países europeus que mais avançou na aplicação de técnicas de Agricultura de Precisão no campo. Prova disso são os eventos mais relevantes a nível internacional aqui realizados, como a celebração, em 2013, da IX Conferência Europeia de Agricultura de Precisão, em Lleida. A próxima, a décima quinta edição deste congresso bianual, será realizada em Barcelona, em 2025. Em que subsetores da produção agrária crê que há uma margem maior para a adoção de tecnologia e por que motivos? Creio que, neste momento, os setores mais recetivos à aplicação destas tecnologias têm sido aqueles em que o seu impacto económico tem sido maior. Logicamente, o setor mais avançado é o das máquinas agrícolas. Neste campo, deve-se notar que a grande maioria dos novos tratores, geralmente, incorpora equipamentos de orientação através do GNSS e de sistemas de conexão a alfaias seguindo as normas necessárias para a utilização de equipamentos de trabalho variável de todos os tipos, sendo estes elementos essenciais para realizar diferentes práticas de Agricultura de Precisão. O setor da consultoria também obteve um forte estímulo para aplicar as informações gratuitas fornecidas pelos satélites Sentinel do Programa Copernicus da ESA para a gestão variável de culturas, sobretudo, extensivas. Nesta área, há também uma utilização bastante generalizada de novas tecnologias, como os drones, a robótica e sensores em geral. Quais podem ser as principais chaves para avançar mais rapidamente na digitalização da agricultura no nosso país? Na minha opinião, um fator primordial é disponibilizar aos agricultores redes de comunicações móveis eficientes que tenham cobertura em todas as partes do nosso país. A maioria das tecnologias utilizadas na Agricultura de Precisão exige a utilização da Internet e é muito comum que existam áreas enormes longe das cidades onde nem sequer há cobertura telefónica.

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