OPINIÃO 46 Olival em sebe com novas variedades adaptadas: um caminho de empoderamento Consegue imaginar Portugal sem olivais na sua paisagem? É praticamente impossível! Há variedades de oliveira que nos povoam há séculos e outras que agora começam a encontrar lugar no nosso país, pela mão da colaboração entre a Agromillora e a Hidro-Ibérica. A paisagem transforma-se, a qualidade melhora e o olival em sebe ganha poder. Alexandre de Castilho, CEO Hidro-Ibérica António Barbas Machado, diretor Agromillora Portugal A oliveira, que se pensa ser originária da Ásia Menor, começou por ser cultivada no Irão, na Síria e na Palestina, sendo uma das árvores mais antigas cultivadas no mundo. No século XVI a.C., iniciou-se a difusão da olivicultura por toda a região mediterrânica, como parte integrante da consolidação da conquista de novos territórios por Fenícios, Gregos e Romanos. Ao longo dos séculos, as diversas variedades introduzidas em cada região foram sendo selecionadas com base na adaptabilidade às condições climáticas, geográficas, no rendimento em azeite, vigor ou época de colheita, entre outros fatores. Em Portugal, onde o setor olivícola é um dos mais destacados dentro da área agrícola, também se pode comprovar essa diversidade. Avancemos para um tempo mais recente: olhando para a seleção e escolha varietal feita aquando do início da grande revolução da olivicultura moderna, no início dos anos 90, comprova-se o enorme salto evolutivo da olivicultura, com a conversão de olivais tradicionais, de compassos mais alargados, em olivais com compassos mais apertados, que permitem a formação em sebe. O que hoje em dia é geralmente aceite pelo setor, parecia naquela altura um atrevimento: olivais que se instalassem com o objetivo de formar uma sebe eram anunciados como um fracasso expectável. Na verdade, no olival não se fez mais do que copiar o modelo da vinha, assistiu-se a uma conversão natural de vinhas em vaso para vinhas em sebe. Foi a perspetiva económica que incentivou esta mudança, com um objetivo inicial de reduzir custos de produção relacionados com a colheita, que viria a ser 100% mecanizada e, consequentemente, mais rentável. Esta evolução permitiu contornar em grande medida o problema crescente da falta de mão de obra. É neste contexto que se abre caminho para o desenvolvimento do trabalho de empresas como a Agromillora e a Hidro-Ibérica, parceiras de sucesso no campo da inovação agrícola, empenhadas em passar da teoria à prática. A Agromillora, multinacional líder no setor viveirista, tem baseado a sua investigação no desenvolvimento de modelos agronómicos eficientes em diferentes culturas, com uma história associada ao desenvolvimento, investigação e melhoramento de espécies utilizadas na agricultura. Uma vocação que aparece explicitamente no seu nome, trabalhando por uma agricultura melhor, mais eficiente, mais rentável, menos sujeita a ameaças à saúde, mantendo-se fiel desde a fundação da empresa em 1986. A parceria
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