61 CULTIVO Depois de analisarmos as duas principais empresas europeias, vejamos dois exemplos da América. Na Michigan State University focam-se na obtenção de novas variedades para a indústria da batata frita e pretendem variedades resistentes ao PVY, à sarna comum e que aguentem um armazenamento prolongado. A sua última variedade, a “Mackinaw”, é resistente ao PVY, à sarna comum e pode ser armazenada em boas condições até ao início de julho, tendo um elevado teor de matéria seca. Na Cornell University, em Nova Iorque, também prestam atenção às variedades aptas para fritura, tendo em conta, em primeiro lugar, a forma e o calibre dos tubérculos, procurando tubérculos redondos, sobretudo pequenos, com um elevado teor de matéria seca, que permitam uma boa cor de fritura após o armazenamento. As batatas de calibre pequeno são mais adequadas para os fabricantes que vendem o respetivo produto em pacotes pequenos. Também prestam atenção à resistência à sarna comum, ao PVY e ao nemátodo dourado da batata. Uma das suas novas variedades mais promissoras é a “New York 163”, embora as rodelas tenham tendência a formar ampolas no processo de fritura. Atualmente, também estão a procurar de uma variedade de polpa cor de laranja. VARIEDADES BIOFORTIFICADAS Há vários anos que, face às elevadas taxas de anemia nos países da Região Andina, uma equipa liderada pela engenheira agrónoma Elisa Salas Murrugurra, do Centro Internacional da Batata (CIP), com sede em Lima (Peru), trabalha na obtenção de variedades de batata biofortificadas com elevado teor de ferro e zinco, de modo a contribuir para a segurança alimentar e nutricional da agricultura familiar altoandina. A primeira fase consistiu na identificação e obtenção de uma primeira população de batatas biofortificadas a nível diploide. Na segunda fase, foi obtida uma segunda população de batatas biofortificadas através da transferência de micronutrientes de populações diploides para tetraploides. Para além do aumento dos micronutrientes, também foi prestada atenção Ensaios de valor agronómico no terreno. à resistência às doenças, à tolerância ao calor e à seca, ao rendimento elevado, à elevada estabilidade do teor de micronutrientes, à qualidade industrial e à boa aparência comercial. Os resultados obtidos até agora mostram uma estabilidade no teor de ferro das batatas biofortificadas em vários ambientes no Peru, observando-se, em média, nestes clones biofortificados mais 38% de ferro do que na variedade comercial “Yungay”, muito cultivada e tida como referência (intervalos de 16-73%), e mais 37% de zinco (intervalos de 15-64%). Com estes resultados, foram identificados três clones biofortificados para o registo e lançamento de uma variedade no Peru, o que está programado para 2024. O objetivo é que o ferro das batatas biofortificadas, de polpa amarela, cubra 50% das necessidades diárias de ferro absorvido, para as mulheres com maior insuficiência de ferro. Este é um exemplo das possibilidades que as novas variedades de batata apresentam quanto à segurança alimentar e melhoria da saúde da população. n
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