BA15 - Agriterra

9 CAP reúne em Bruxelas com comissário da agricultura A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), que esteve reunida, em Bruxelas, com o comissário da agricultura, adiantou que a Comissão Europeia vai acelerar a aprovação da reprogramação do PEPAC, mas vincou que “a bola” está do lado do Governo. “O comissário europeu, Janusz Wojciechowski, respondeu à nossa proposta de que a comissão acelere a aprovação da reprogramação do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) e prometeu maior celeridade, mas agora está nas mãos do Governo”, afirmou o presidente da CAP, Álvaro Mendonça e Moura, em declarações à Lusa. Como notou, este é um “ato de gestão”, que pode ser adotado pelo Governo ainda em funções, pedindo assim uma “reprogramação corajosa”. Entretanto, o Ministério da Agricultura e da Alimentação avançou que já concluiu as conversações com a Comissão Europeia, "tendo alcançado um resultado positivo, o qual vai permitir efetuar os pagamentos dos ecorregimes (Agricultura Biológica e Produção Integrada) aos agricultores já a partir deste mês”, lê-se numa nota enviada à Lusa. O Conselho de Ministros aprovou recentemente uma resolução com 320 milhões de euros de apoio para o setor agrícola, destinado a atenuar o impacto da seca e da inflação dos custos de produção. O Governo tinha anunciado um pacote de apoio, com mais de 400 milhões de euros de dotação, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o PEPAC, que não travou as manifestações do setor. Os agricultores, que reclamam a flexibilização da PAC, condições justas de trabalho e de concorrência, direito à alimentação adequada e a valorização da atividade, decidiram manter os protestos agendados, justificando que os apoios são “uma mão cheia de nada”, tendo em conta que não são definidos prazos ou formas de pagamento. Desde então, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, tem vindo a reunir-se com o Movimento Cívico de Agricultores, associações e confederações representativas do setor. EDITORIAL Num momento em que os agricultores saem à rua com o apoio das principais associações e confederações representativas do setor, para contestar não só o atraso nos pagamentos e os cortes do PEPAC, nomeadamente nos Ecoregimes de Agricultura Biológica e Produção Integrada (entretanto revertidos), mas também toda a política agrícola europeia, não podemos, nesta edição, escapar à palavra protesto. A CAP, a AJAP, o Movimento Cívico de Agricultores e inúmeras outras organizações estão ao lado dos agricultores, que reclamam, em Portugal e um pouco por toda a Europa, a flexibilização da PAC, mais apoios para mitigar o impacto provocado pela seca e pela inflação do custo das matérias-primas, condições justas de trabalho e de concorrência, valorização do setor. O contexto que coloca a agricultura na agenda do dia sentiu-se no 3° Congresso Ibérico do Milho, que reafirmou a importância desta cultura na agricultura de regadio do Sul da Europa, como damos conta em reportagem. Apesar da conjuntura, o setor mantem-se dinâmico em tendências como sustentabilidade, agricultura de precisão ou gestão eficiente, como vai revelar, de 21 a 24 de março, em Braga, a AGRO - Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação. Em entrevista, Carlos Silva, administrador executivo da InvestBraga, antevê novidades nesta 56ª edição, com “novos equipamentos, soluções digitais e tecnologias inteligentes”. A maquinaria de aluguer é uma alternativa “eficiente, e não um custo” na produção agrícola – por exemplo, através do aluguer de contentores frigoríficos -, como nos dá conta, também em entrevista, Francisco Augusto, country leader Portugal da Trane. Já em opinião, Firmino Cordeiro, diretor-geral da AJAP, traça o balanço do PDR2020, sublinhando que “Portugal não pode continuar a dar-se ao luxo de desperdiçar fundos". Destaque ainda, nesta edição, para o debate sobre ‘Digitalização (de A a Z) do setor Vine & Wine’, moderado pela iAlimentar e pela Agriterra na recente edição da Enotécnica, no Porto; e para o balanço da Cerfundão à campanha da cereja, negativo devido às condições climáticas, que ditarão, nos próximos meses, o desempenho desta cultura em 2024. Boas leituras. Agricultores unidos por flexibilização da PAC

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