BA17 - Agriterra

37 contribuir para o desenvolvimento rural, criando empregos industriais, aumentando a procura agrícola e promovendo uma pecuária mais competitiva graças à produção local de proteínas concentradas, uma alternativa à soja importada. Importa ter igualmente em conta a repercussão socioeconómica da produção dessas matérias-primas na área de cultivo. Em áreas rurais, onde a agricultura é muitas vezes a principal fonte de receitas, a dependência numa única cultura pode ser arriscada. O bioetanol de milho introduz uma oportunidade para diversificar a economia local, ao permitir que os agricultores atribuam valor acrescentado à sua produção de milho e gerem receitas adicionais através da produção de proteínas e biocombustíveis. Esta diversificação económica reduz a vulnerabilidade às flutuações dos preços das culturas e proporciona estabilidade financeira às comunidades rurais. A sua produção promove práticas agrícolas sustentáveis, pois os agricultores têm um incentivo adicional para adotarem técnicas de agricultura de precisão capazes de reduzir as quantidades de fertilizantes e produtos fitossanitários necessários por tonelada de produção, o que se reflete positivamente na sua economia. Isto também ajuda no cumprimento de outros objetivos da Agenda 2030, como a redução da utilização de fertilizantes em, pelo menos, 20% ou da utilização de produtos fitossanitários em 50%. Isto não só é benéfico a nível global, mas também melhora a qualidade do ar local e a saúde das comunidades limítrofes. Além disso, essas ferramentas de agricultura de precisão permitem a monitorização detalhada de todo o ciclo de produção do milho, bem como de todas as atividades agrícolas realizadas durante este processo, resultando em melhor rastreabilidade do produto. A criação de uma indústria de biorrefinação envolve a construção e manutenção de infraestruturas locais, como unidades de processamento e redes de distribuição, a criação de empregos diretos e a promoção do desenvolvimento de competências técnicas na comunidade. Além disso, uma infraestrutura forte tem o potencial de atrair investimentos adicionais e apoiar o crescimento de outras empresas locais. Por outro lado, a produção deste tipo de biocombustíveis e proteínas com matérias-primas locais reduz a dependência energética (fontes fósseis) e alimentar (cultivo de soja), ajudando a garantir um fornecimento constante de energia e alimentos e, simultaneamente, evitando a desflorestação em países terceiros para o cultivo de soja e outros produtos importados. O debate sobre se se deve dar prioridade aos alimentos ou aos combustíveis, tomando como exemplo o caso dos Estados Unidos, põe em evidência que é possível e benéfico que ambos coexistam. O início da produção de bioetanol nos Estados Unidos gerou aumentos significativos na produtividade e nas reservas de alimentos, além de contribuir para a descarbonização da economia dos O bioetanol de milho introduz uma oportunidade para diversificar a economia local, ao permitir que os agricultores atribuam valor acrescentado à sua produção de milho e gerem receitas adicionais através da produção de proteínas e biocombustíveis. AGRICULTURA DE PRECISÃO

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