BA17 - Agriterra

AGRICULTURA DE PRECISÃO 39 Para a aplicação destes mapas de prescrição, é necessário que os agricultores disponham de maquinaria de aplicação variável. Em Castela e Leão, é comum que os agricultores e as suas empresas de serviços agrícolas disponham desse tipo de maquinaria, graças ao auxílio do governo regional que facilitou a modernização do parque de máquinas. A maquinaria de aplicação variável otimiza a utilização de fatores de produção, melhora a produtividade e reduz o impacto ambiental, tornando-se uma ferramenta essencial para os agricultores que pretendem aumentar a sustentabilidade e a eficiência das suas operações agrícolas (Figura 3). Uma ferramenta importante no projeto iMASO é o monitor de rendimento em ceifeiras-debulhadoras de grãos utilizadas no milho. (Figura 4). Estes dispositivos fornecem informações em tempo real sobre o rendimento da cultura em diferentes áreas do terreno, medidas em kg/m2. Isto permite visualizar a variabilidade do rendimento dentro do terreno através de um mapa, facilitando a avaliação das decisões agronómicas tomadas em relação à sementeira, fertilização e rega (Figura 5). A capacidade dos dispositivos de monitorização do rendimento de atribuir valores de fatores de produção específicos a cada valor de rendimento é especialmente significativa. Esta funcionalidade permite determinar as emissões de carbono com uma precisão de píxeis através de uma calculadora de emissões certificada da Vertex Bioenergy. Desta forma, é possível obter uma avaliação detalhada do impacto ambiental das práticas agrícolas implementadas. Depois de analisar os dados obtidos durante o primeiro ano do estudo, conclui-se que as emissões da área de Castela e Leão são muito inferiores ao valor padrão atribuído pela Europa. Para os casos estudados, a média de emissões de carbono calculada foi de 235,39 kg CO2(e) por tonelada de peso seco de milho, com uma média de 15,37 toneladas de milho seco por hectare, enquanto o valor estabelecido pela Diretiva RED é de 400 kg CO2(e) por tonelada de peso seco de milho. Observa-se também que o que mais afeta as emissões de carbono é a fertilização azotada, que corresponde a 78,59% das emissões (Figura 6). Além dos resultados quantitativos, é importante mencionar os resultados qualitativos deste estudo nos agricultores com quem trabalhámos. Inicialmente, alguns agricultores não percebiam o interesse do estudo, nem a importância de quantificar as emissões de CO2 nos seus terrenos. No entanto, ao longo do processo, a sua perspetiva mudou significativamente. Não apenas descobriram uma forma de acrescentar valor ao seu produto, mas também demonstraram um interesse crescente na utilização das análises dos seus terrenos para identificar áreas de melhoria. Esta iniciativa permitir-lhes-á aumentarem a sua produção e melhorarem a eficiência na Figura 3. Semeadorfertilizador variável utilizado por um dos agricultores do projeto. Figura 4. Sensores instalados numa ceifeira-debulhadora de milho e ecrã na cabina que permite a monitorização do rendimento e a transmissão de informações para a nuvem. Figura 5. Mapa de rendimento obtido pelo dispositivo de monitorização do rendimento da ceifeiradebulhadora.

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