BA17 - Agriterra

ENTREVISTA 53 Ao iniciar uma nova etapa à frente da TROPS, como diretor-executivo, gostaríamos de começar com uma pergunta mais pessoal: Como é que Víctor Luque se define? Víctor Luque é natural de Montilla e vive em Málaga há mais de 18 anos, mas vivi intermitentemente em Los Angeles (EUA) e em Sevilha durante alguns anos. Como economista, desenvolvi a minha carreira profissional na empresa internacional de auditoria e consultoria PwC, durante 18 anos, onde pude aprofundar o meu conhecimento de um setor tão importante para a Andaluzia como a agricultura e, especificamente, o ambiente cooperativo. Sou apaixonado pela aprendizagem e pela melhoria contínua e sempre procurei a excelência como um objetivo pessoal, para poder competir num mundo tão globalizado como o atual. Para mim, a equipa é uma parte fundamental do sucesso de qualquer organização, pelo que é imprescindível, para o desenvolvimento das suas competências, cuidar das pessoas e criar o melhor ambiente de trabalho possível. Estou agora a iniciar uma nova etapa à frente da TROPS, a cooperativa líder na Europa na produção e comercialização de abacate e manga, e a expetativa é continuar a gerar valor e confiança tanto para os nossos parceiros agrícolas como para o mercado, e produzir fruta da mais alta qualidade, sempre no sítio certo, trabalhando com a sustentabilidade como a espinha dorsal e com a digitalização como vetor de mudança na organização. Enrique Colilles, o seu antecessor, esteve à frente da empresa durante nada menos que 26 anos. O que destacaria do seu legado? O Enrique é uma parte fundamental da história de sucesso da TROPS. Ele, juntamente com a excelente equipa da TROPS e os presidentes e conselhos de administração com que contou ao longos dos anos, conseguiu elevar a TROPS a um nível difícil de alcançar no ambiente cooperativo, com elevado profissionalismo em todas os domínios. Como tive oportunidade de auditar e aconselhar empresas (cooperativas e sociedades comerciais) de dimensão ainda maior, sei que muitas não atingem esse patamar. Conseguiu criar esse “Gen TROPS”, para que a organização melhore continuamente de dia para dia, com atenção ao detalhe em toda cadeia de valor, incluindo os seus parceiros e o campo, os seus clientes, fornecedores e trabalhadores. O seu legado foi, portanto, a criação de uma empresa resiliente e preparada para enfrentar os desafios do futuro, com uma estratégia clara e ambiciosa para continuar a crescer e consolidar a sua posição de líder de mercado. Enfrenta um desafio importante. Como é estar à frente de uma das maiores cooperativas de produção e comercialização de frutos subtropicais de Espanha? Assumo este desafio com grande otimismo, muito entusiasmado por me juntar a um projeto consolidado e a uma empresa como a TROPS, líder no setor do abacate e da manga, com o firme propósito de continuar a criar valor e confiança junto dos nossos clientes e parceiros, e de continuar a trabalhar na mesma linha que a nossa cooperativa tem vindo a desenvolver nos últimos anos. Sempre com a preocupação da excelência e da qualidade dos nossos produtos. Conto com uma grande equipa de profissionais especializados e quatro mil agricultores empenhados no nosso “Projeto de Vida”. Continuaremos a trabalhar da mesma forma, tentando ser melhores todos os dias e dando o melhor de nós próprios. Qual é a sua visão para o futuro em termos de expansão geográfica e de crescimento da empresa? A TROPS está atualmente a ter um desempenho excecional. As principais apostas da empresa para o futuro são continuar a expandir a nossa presença no Sul de Portugal e na zona do Levante, em Espanha, ampliando as nossas instalações no Algarve e, em Espanha, na Comunidade Valenciana, bem como em Cádis, com a abertura de um novo centro de recolha e atendimento ao cliente. Por outro lado, vamos continuar com uma aposta firme na nossa unidade de negócio industrial, com importantes investimentos no desenvolvimento de produtos como o guacamole e outros produtos de quarta e quinta gama relacionados com o abacate e a manga. Com isto, não só conseguimos maximizar o valor da fruta dos nossos parceiros, como também alcançamos um objetivo fundamental para nós, que é o desperdício zero. "Tenho uma grande equipa de profissionais especializados e quatro mil agricultores empenhados no nosso 'Projeto de Vida'", diz o novo diretor-geral da TROPS.

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