60 HORTICULTURA No desafio da água, que foi o tema central do nosso Colóquio anual, aplauso para a criação, por parte do Governo, do grupo de trabalho “Água que Une”, com o objetivo de desenvolver uma estratégia de planeamento da água que promova a sustentabilidade dos recursos hídricos, garantindo o abastecimento de água e a viabilidade dos setores económicos. Apesar de ser composto apenas por entidades públicas (incluir privados poderia ser uma oportunidade), este passo é importante para o futuro dos pequenos frutos, em especial na região de Odemira, que se debate com desafios quanto à disponibilidade, mas sobretudo, quanto à gestão do recurso água. É na gestão dos recursos hídricos, e no conjunto de investimentos que têm que ser feitos, a curto e a longo prazos, que reside nesta matéria o principal desafio que se enfrenta. Os produtores da Lusomorango utilizam hoje cerca de 25% da água que usavam há apenas sete anos. Esta redução impressionante foi conseguida graças ao esforço e investimento dos produtores em sistemas de rega e de produção cada vez mais eficientes e sustentáveis. Mas estamos apostados em fazer mais e melhor. Criámos, com o INIAV - Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, a Driscoll's e a Maravilha Farms, o Centro de Investigação para a Sustentabilidade, dedicado à investigação e demonstração de práticas agrícolas inovadoras com vista à produção de conhecimento científico indispensável a uma agricultura mais sustentável. As linhas de investigação e ensaios que estão em desenvolvimento no Centro visam estudar e compreender o uso mais eficiente da água nas produções agrícolas, bem como a produtividade das plantas e a sua capacidade de resistência a adversidades, como as decorrentes das alterações climáticas, além das naturais ancestralmente presentes na natureza (como as pragas). O segundo desafio, as pessoas. Sem pessoas a nossa atividade não tem futuro. Ainda não há soluções tecnológicas para mecanizar ou automatizar este tipo de agricultura, pelo que a mão-de-obra é determinante. Os trabalhadores migrantes são essenciais para o presente e futuro da região e do país e para vários setores de atividade, desde a construção, restauração, hotelaria, serviços, indústria e agricultura. É necessário que trabalhemos todos, empresas, autarquias, organismos da administração central e governo, para que se melhorem os processos e se criem as condições adequadas para que estas mulheres e homens continuem a dar o seu contributo à nossa economia como
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