BA2 - Agriterra
AMENDOAL | PRAGAS E DOENÇAS 33 Figura 2 - a) - Adultos de M. unicostata ; b) Armadilhas delta para captura de A. lineatella e G. molesta ; c) Sintoma de ataque de afídios; d) Adultos de C. tenebrionis . Antracnose A antracnose é causada pelo fungo C. acutatum , ataca as flores, folhas, ramos e frutos da amendoeira, provocando elevados prejuízos. Ataca principal- mente os frutos, que apresentam lesões circulares alaranjadas e ligeira- mente deprimidas e gomose. Os ramos com frutos atacados ficamamarelados e as folhas secam. Posteriormente ocorre a morte dos ramos (Torguet et al. 2020). A antracnose é de difícil gestão e a diminuição do inóculo nos pomares passa pela eliminação e destruição dos órgãos atacados (folhas caídas, frutos mumificados, ramos atacados), pela condução e poda de forma a proporcionar maior arejamento da copa, fertilização racional, bem como um tratamento preventivo, em pré-abrolhamento (botão rosa). Em variedades mais sensíveis, poma- res com ataque em anos anteriores e em primaveras chuvosas existe a necessidade de repetir tratamentos até final da queda das pétalas, antes da instalação do fungo, com produtos penetrantes ou sistémicos. Em novas plantações, a escolha de variedades mais resistentes à doença deve ser tida em conta. PRAGAS No que respeita às pragas , algumas das mais importantes têm ação pica- dora-sugadora, como a monosteira, Monosteira unicostata (Mulsant & Rey, 1852), os afídios, Myzus persicae Sulz., Brachycaudus amygdalinus Smith. e B. helichrysi Kalt, e os ácaros tetraniquídeos, Tetranychus urticae (Koch) e Panonychus ulmi (Koch). As pragas com ação mastigadora, como a Anarsia, Anarsia lineatella Zeller e Grafolita, Grapholita molesta (Busck), entre outras, também se fazem notar no amendoal. O cabeça-de-prego, Capnodis tenebrionis L., que nos estados larvares ataca as raízes e enquanto adulto ataca as folhas, e as brocas Zeuzera pyrina L. e Cossus cossus L. que provocam galerias nos troncos, entre outras pragas de menor importância ou ainda não presentes nos amendoais portugueses (Quadro 2). Monosteira A monosteira é uma das pragas mais importantes da amendoeira na região Mediterrânica (Pereira et al. , 2018). O inseto desenvolve duas a quatro gerações por ano, dependendo sobre- tudo das condições climatéricas. Nos pomares é possível observar o inseto (ovos, ninfas e adultos), entre meados de abril e outubro, com máximo de ocorrência dos diferentes estados de desenvolvimento em julho/agosto. A sua presença manifesta-se pelo aparecimento de manchas amarelas nas folhas em resultados das picadas do inseto. Posteriormente, as folhas vão ficando esbranquiçadas, secam e caem da árvore. Observam-se ainda, meladas excretadas pelo inseto, que enegrecem a página inferior das folhas e dificultam as trocas gasosas e a fotossíntese e feridas nas folhas, resultantes da deposição dos ovos no parênquima das folhas, junto à nervura principal. Em ataques severos, ocorrem desfoliações intensas, o fruto aborta ou fica mirrado levando à ocorrência de grandes perdas de produção. A gestão da praga é fácil e passa essen- cialmente por manter as plantas em bomestado vegetativo e a realização de algumtratamento fitossanitário no início do verão, quando os níveis populacionais do inseto sobem exponencialmente.
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