BA2 - Agriterra
AMENDOAL | PRAGAS E DOENÇAS 34 A aplicação de caulino, para reduzir as perdas de água no verão, mostrou diminuir os ataques de monosteira, embora para garantir uma eficácia ao longo da campanha possa ser necessário efetuar mais do que uma aplicação. Anarsia e Grafolita A anarsia é um pequeno lepidóptero com duas a três gerações por ano, sendo possível observar os adultos entre maio e setembro. A grafolita apresenta até cinco gerações anuais, com os períodos de maior abundancia de adultos a ocorrer normalmente em meados de maio, meados de julho e finais de agosto. A presença das pragas é facilmente observada nos rebentos novos, mur- chidão dos lançamentos uma vez que as lagartas alimentam-se dos primórdios foliares, depois penetram na medula e abrem galerias. As outras gerações, além dos rebentos pode atacar também os frutos, causando a queda prematura (Cañizo et al. , 1990; García Marí & Ferragut, 2002). A gestão destas pragas é fácil, pode passar por um tratamento durante o inverno, com óleo de verão e, em caso de necessidade pelo uso de Bacillus thuringiensis para as lagartas da pri- meira geração ou à técnica da confusão sexual, contra adultos (Nuñez & Scatoni, 2009). A aplicação de caulino também pode reduzir as populações da praga (Marcotegui et al. , 2015). AGRADECIMENTOS Projeto BioPest: 'Estratégias Integradas de Luta Contra Pragas …' PDR 2020-101-030960; projeto Biochestnut: 'BioChestnut- IPM - Implementar estratégias de luta …', PDR2020-1.0.1-030943. Afídios A amendoeira é atacada, sobretudo, por três espécies de afídios: M. per- sicae , B. amygdalinus e B. helichrysi . As três espécies hibernam na fase de ovo, nas rugosidades da casca. A partir de abril desenvolvem-se as várias gerações. No final do período de crescimento, em geral, dá-se a migração ou redução da atividade dos afídios. A presença dos afídios é facilmente observada nos rebentos novos e nas folhas, de que resulta o enrolamento das folhas e deformações, com entre- nós muito curtos. Em ataques intensos ocorre redução da produção nesse ano e no seguinte, dada a redução do crescimento dos ramos. A gestão dos afídios é fácil, mas deve ser bem ponderada dada a exis- tência de muitos inimigos naturais, nomeadamente joaninhas, sirfídeos, crisopídeos e parasitoides, que na maioria dos casos controlam as suas populações. Por vezes, no início do ataque é necessário efetuar uma intervenção fitossanitária, porque os inimigos naturais ainda estão e número muito reduzido, devendo para o efeito recorrer a um inseticida com reduzido impacto na fauna auxiliar. Ácaros A amendoeira é atacada sobretudos duas espécies de ácaros tetraniquí- deos, o aranhiço-amarelo, T. urticae e o aranhiço-vermelho, P. ulmi . A presença dos ácaros manifesta-se nas folhas, nas quais surgemmanchas amarelas-pálidas, esbranquiçadas e prateadas. À medida que a infesta- ção se torna mais severa, as folhas ficam acastanhadas e podem cair prematuramente. A ocorrência de aranhiço-amarelo na planta é também visível pelas teias que ficam nas folhas (Khan et al. , 2009). A alimentação dos ácaros provoca o esvaziamento celular, com consequente redução da ativi- dade fotossintética e enfraquecimento geral das plantas, perda de vigor e quebras de produção, afetando ainda a floração do ano seguinte. A gestão dos ácaros é relativamente fácil, mas deve ser bem ponderada dada a existência de muitos inimi- gos naturais, nomeadamente ácaros predadores da família Phytoseiidae, mas também joaninhas, antocorídeos e crisopídeos, que na maioria dos casos controlam as suas populações (Górski e Eajfer, 2003). Além disso deve-se ter cuidado com a fertilização azotada e reduzir o stress hídrico, condição que torna as árvores mais suscetíveis aos ácaros. Por vezes, é necessário efetuar uma intervenção fitossanitária, devendo usar-se um acaricidas com reduzido impacto na fauna auxiliar. n
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