BA2 - Agriterra

AMENDOAL 40 amêndoa sem casca para Espanha. As de Portugal serão superiores, em termos de taxa de aumento, às de Espanha, com uma previsão de que sejam alcançadas as 58.000 t (17.400 t de amêndoa sem casca) em 2025 (Figura 3b). No total, considerando Espanha e Portugal, prevê-se para o ano de 2025 uma produção de 205.400 t de amêndoa sem casca. Portugal é o terceiro produtor de amêndoa da Europa, comuma superfí- cie total de 39.642 ha e uma produção de 21.640 t de amêndoa com casca em 2018 (Tabela 1). Em 2019 a super- fície estimada foi de 42.000 ha, com uma produção de 34.000 t. Os dados provisórios para 2020 indicam uma superfície de 44.500 ha e uma produ- ção de 29.000 t (8.700 t sem casca) (Figuras 1, 3a e 3b). Como conclusão da colheita de amêndoas da campanha 2020-2021, tornou-se evidente o cená- rio divergente entre as duas principais regiões produtoras. Em Trás-os-Montes (nordeste do País), as condições climatéricas adversas no momento da floração afetaram negativamente a produção de frutos. Posteriormente, e na grande maioria dos pomares (cultivo maioritário em sequeiro), a escassa precipitação e os longos períodos de temperaturasmuito altas provocaram um stress hídrico, com repercussões no peso específico do fruto e um grande impacto no ren- dimento unitário. No Alentejo, com mais de 80% das novas plantações realizadas em Portugal na última década e com irrigação, não se verificaram os efei- tos negativos do clima quente e seco. Este facto, associado à entrada em plena produção de jovens plantações, compensou em parte a diminuição da produção do norte e contribuiu globalmente para que a redução da produção nacional fosse de 15% em relação a 2019, atingindo, contudo, a segunda produção mais elevada das duas últimas décadas (apenas infe- rior à de 2019, com 34.000 toneladas, segundo o Boletim 2020 do Ministério da Agricultura). Com base nas signifi- cativas plantações realizadas na última década, principalmente no Alentejo, prevê-se que a produção continuará a aumentar ao ritmo que se verificou no período 2016-2019, no qual as produ- ções triplicaram, para atingir, caso se extrapolem as produções do período 2015-2020, em2025, as 58.000 t (17.400 t amêndoa sem casca) (Figura 3b). Este cultivo tradicional nas regiões do norte do País, onde se cultiva maio- ritariamente em sequeiro, sofreu um avanço sem precedentes na última década, tendo por base a inovação tecnológica e os fortes investimentos por parte de empresas espanholas e fundos de investimento. Pelas referi- das razões, em termos tecnológicos, o desenvolvimento e a inovação acompa- nharama realidade de Espanha. Como resultado, a sua produção apresenta um forte crescimento nos últimos anos e em termos futuros, tal como ilustrado na Figura 3b. A distribuição territorial do amendoal mostra que a principal região produ- tora é Trás-os-Montes (nordeste do País) seguida pelas regiões do Alentejo (Évora, Beja, etc.) e pelo Algarve (sul do País), tal como se observa na Figura 3a. A notável expansão do amendoal e do olival na região do Alentejo, tem por base a grande área de regadio, de solos férteis e orografia adequada à mecani- zação, que foi proporcionada, a partir de 2002, pela barragem de Alqueva, situada no rio Guadiana. Com4.150 hm 3 , constitui a maior reserva hídrica do sul da Europa, com um domínio regável de 110.000 ha, metade dos quais ainda por transformar em zona de regadio. A TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO Porta-enxertos Como foi exposto anteriormente, o desenvolvimento da tecnologia de produção do amendoal em Portugal acompanhou o desenvolvimento da mesma emEspanha, por se trataremde zonas de produção próximas e frequen- temente comos mesmos investidores. No que diz respeito aos padrões , a sua utilização está muito ligada ao sistema de formação utilizado nas diferentes zonas produtoras. O vaso, com as suas diferentes variantes, foi o sistema pre- dominante, sendo tradicionalmente utilizada como padrão a amêndoa amarga e a variedade 'Garrigues'. Nas duas últimas décadas, para este sistema de formação generalizou-se a utilização dos padrões vigorosos GF-677, Garnem e mais recentemente Rootpac® R, por este conferir ummenor vigor, permitir intensificar a plantação e apresentar Figura 4: Vigor conferido por diferentes padrões da série Rootpac, em relação aos da referência Garnem e GF-677.

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