BA2 - Agriterra

AMENDOAL 43 Procurando uma maior facilidade de formação, mão de obra menos espe- cializada e uma entrada em produção mais rápida, o sistema intensivo deu lugar a diferentes variantes de entre as quais a poda 'Aragonesa' ou '4.0', desenvolvida pela empresa EL Vivero de Abel (Caspe, Saragoça), que é ampla- mente utilizada emEspanha e Portugal (Iglesias, 2020). Este sistema, que par- tilha princípios de poda e de controlo da sebe, baseia-se em intervenções ou 'depontas' em verde, de forma manual combinada com a poda mecânica até ao quarto ano (4.0). Com isso, conse- gue-se a multiplicação dos ramos e a rápida ocupação do espaço, além de uma entrada em produção mais rápida, emparticular quando se inten- sifica a plantação. A partir do quarto ano, apenas se realizam praticamente intervenções de podamecânica anuais ou bianuais para manter constante o volume da copa e otimizar a interceção da radiação. Nestes sistemas intensivos, o compasso de 6 x 4m é o limite para a utilização de guarda-chuvas invertidos. Com compassos menores impõe-se a uti- lização do sistema de panos e buggies ou o sistema californiano de recolha a partir do chão. O sistema de amendoal 'emsebe' tam- bém denominado superintensivo ou SHD e mais recentemente SES, sigla em inglês de Sustainable and Efficient System, e em pomares 2D, constitui uma inovação no amendoal, como resultado de uma intensificação do cultivo graças à utilização de padrões de baixo vigor como o Rootpac® 20 que permite a intensificação (Tabela 2) e um bom controlo do vigor. O ante- cedente mais conhecido é o olival em sebe, que teve início há 25 anos e é atualmente uma referência no referido tipo de cultivo, devido à sua eficiência na utilização de inputs e à respetiva sustentabilidade (Camposeo, 2020). Embora no amendoal esta inovação seja relativamente recente, noutras espécies frutícolas constitui uma prática comum desde há décadas (Iglesias, 2019a), devido, entre outros fatores, ao elevado custo que representa amão de obra e à necessidade de mecanização (Iglesias e Torrents, 2020b). Como referido sistema de condução e comumcorreto controlo da tecnologia de cultivo, emparticular a poda, a rega e a fertilização, consegue-se uma rápida entrada em produção, que permite compensar o custo superior da plan- tação em relação aos sistemas menos intensivos. O sistema baseia-se emárvo- res de pequeno volume, comuma copa de volume controlado e constante ao longo dos anos. Esta peculiar arquite- tura da árvore no amendoal possibilita a utilização de máquinas cavalgantes para a colheita e, além disso, é muito eficiente na redução das perdas por deriva aquando da realização dos tra- tamentos fitossanitários. A primeira plantação deste sistema foi realizada em 2010, em La Granja d’Escarp (Lleida), e a segunda em 2013, na propriedade de Porxina-Mequinenza (Saragoça), pelo que se trata de um sistema relativamente recente, compa- rativamente ao vaso e suas diferentes modalidades. O seu desenvolvimento Figura 7: Distribuição mundial da superfície (ha) total de amendoal em sebe por países. Os dados correspondem a março de 2020 e incluem somente as plantações elaboradas com o padrão Rootpac®20. Figura 8: Efeito da latitude na distância entre linhas em plantações frutícolas conduzidas em formas planas, bidimensionais ou 2D.

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