BA23 - Agriterra

2025/4 23 Preço:11 € | Periodicidade: 5 edições por ano Outubro 2025

TEMPOS DUROS EXIGEM PERFORMANCE ACIMA DO NORMAL tractores-ibericos.kubotadistribuidor.pt O MOTOR DE 4 CILINDROS MAIS POTENTE DO SETOR AGRÍCOLA

SUMÁRIO Edição, Redação e Propriedade INDUGLOBAL, UNIPESSOAL, LDA. Avenida Defensores de Chaves, 15, 3.º F 1000-109 Lisboa (Portugal) Telefone (+351) 215 935 154 E-mail: geral@interempresas.net NIF PT503623768 Gerente Aleix Torné Detentora do capital da empresa Grupo Interempresas Media, S.L. (100%) Diretora Gabriela Costa Equipa Editorial Gabriela Costa, Ángel Pérez, Alejandro de Vega Marketing e Publicidade Frederico Mascarenhas redacao_agriterra@interempresas.net www.agriterra.pt Preço de cada exemplar 11 € (IVA incl.) Assinatura anual 55 € (IVA incl.) Registo da Editora 219962 Registo na ERC 127451 Déposito Legal 471809/20 Distribuição total +5.300 envios Distribuição digital a +4.200 profissionais. Tiragem +1.100 cópias em papel Edição Número 23 – Outubro de 2025 Estatuto Editorial disponível em www.agriterra.pt/EstatutoEditorial.asp Impressão e acabamento Lidergraf Rua do Galhano, n.º 15 4480-089 Vila do Conde, Portugal www.lidergraf.eu Media Partners: Os trabalhos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos editoriais desta revista sem a prévia autorização do editor. A redação da Agriterra adotou as regras do Novo Acordo Ortográfico. ATUALIDADE 4 EDITORIAL 7 Inscrições abertas para I Conferência Técnica da Pera e Maçã 12 InovTechAgro junta ANAC e operadores de drones 50 AJAP lança Laboratório Vivo da Agricultura 4.1 com foco na comunicação, sustentabilidade e digitalização 51 Bayer dá o primeiro passo para registar um novo herbicida pós-emergência na Europa 52 Syngenta e Al Dahra: juntas na implementação de soluções digitais de gestão agrícola em larga escala 54 O futuro da agricultura já chegou a Portugal 56 Budapeste acolhe ICOP 2025 25 Do Dado ao Prato: A semana da inovação da John Deere Ibérica 26 AgroSemana debate desafios da agricultura europeia 28 14.ª Edição do Prémio Nacional de Agricultura 30 Prémio Jovens Líderes em Jornalismo Agrícola 2025 32 Gulbenkian apoia projetos agrícolas sustentáveis 33 Comissão Europeia propõe adoção dos acordos com Mercosul e México 34 “Os produtos aplicados através de tecnologia avançada mantêm a eficácia e melhoram a sustentabilidade” 36 Estratégia resíduo zero contra estenfiliose e pedrado 39 FENAREG alerta: atrasos no regadio podem custar 5,4 mil milhões à agricultura 40 Novo apoio para modernizar a rega 43 Entrevista com Pedro Fernandes, diretor comercial da Trane 44 Potenzia reforça portfólio com soluções de agricultura de precisão da PTx 48 Estas são as duas medalhas de ouro e 22 de prata da Agritechnica 2025 67 Potenzia importador exclusivo da LS Tractor para Portugal e Espanha 70 Magni e STET: a solução que eleva produtividade e inovação em Portugal 72 Maschio Gaspardo Ibérica celebra o seu Dia Nacional em Portugal 74 Solitair PT, o novo semeador combinado da Lemken 75 Poda Aragonesa, uma solução para as condições exigentes da cultura da amendoeira 76 Pneus agrícolas de substituição continuam a diminuir na Europa 77 Mercado de tratores agrícolas em queda apesar da recuperação em agosto 78 Projeto AgriAdapt: estratégias de adaptação às alterações climáticas na agricultura 80 DOSSIER AGROGLOBAL 2025 14 59 THE VERY BEST: os melhores produtos, equipamentos e soluções

4 MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.AGRITERRA.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER ATUALIDADE Comissão apresenta dotações nacionais mínimas para PAC após 2027 Agricultores portugueses contestam proposta orçamental A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) participou na 41.ª Conferência Agrícola América do Norte – União Europeia, em Itália, onde expôs ao comissário europeu da agricultura a sua forte oposição à proposta de orçamento para a PAC, considerada altamente penalizadora para os agricultores portugueses. O comissário europeu da Agricultura, Christophe Hansen (à direita), acompanhado pelos responsáveis da CAP. A Comissão Europeia apresentou recentemente as dotações nacionais mínimas de apoio ao rendimento para a futura Política Agrícola Comum (PAC). Estes montantes garantirão o apoio ao rendimento dos agricultores da UE até 2034. A proposta relativa à PAC após 2027 reconhece os desafios significativos com que se defronta o setor agrícola da UE e “reforça o apoio aos agricultores, nomeadamente através de um financiamento mínimo autónomo para o apoio ao rendimento”. A Comissão garante um mínimo de 300 mil milhões de euros para apoiar os agricultores, abrangendo não só os pagamentos diretos baseados na superfície, mas também outros instrumentos, como os investimentos, as medidas agroambientais e uma rede de segurança unitária no valor de 6,3 mil milhões de euros em caso de perturbações do mercado. De acordo com a Direção-Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural esta medida “assegura a estabilidade e a previsibilidade para os agricultores, ao mesmo tempo que aumenta o impacto das despesas do orçamento da UE”. Para além das dotações mínimas delimitadas, continuam disponíveis 453 mil milhões de euros nos planos de parceria para os Estados-Membros reforçarem o apoio ao setor agrícola. Os Estados-Membros poderão utilizar esses fundos para outras intervenções obrigatórias da PAC, tais como LEADER, projetos de inovação e partilha de conhecimentos ou programas escolares, bem como para complementar as intervenções de apoio ao rendimento para além dos montantes reservados. A Comissão fornecerá recomendações nacionais para orientar os Estados-Membros na elaboração dos seus planos. O encontro, de caráter bienal, reuniu cerca de 250 representantes dos Estados-Membros da UE, Canadá, México e Estados Unidos da América, e contou com a presença do comissário europeu da agricultura, Christophe Hansen. Na ocasião, a CAP manifestou diretamente ao comissário o seu profundo descontentamento relativamente à proposta de orçamento da União Europeia para a Agricultura no próximo Quadro Financeiro Plurianual. O presidente da CAP, Álvaro Mendonça e Moura, sublinhou que esta proposta representa uma grave injustiça para Portugal, que já é um dos países que menos ajudas recebe da Política Agrícola Comum (PAC) na União Europeia e que, com os cortes previstos, ficará ainda mais penalizado. A CAP reafirma o seu compromisso em defender os interesses dos agricultores portugueses e exige que a Comissão Europeia reveja a proposta, assegurando uma distribuição mais justa e equitativa dos fundos da PAC entre todos os Estados-Membros.

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6 MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.AGRITERRA.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER ATUALIDADE Tech4RegenAg 2025 anuncia startups finalistas da agricultura regenerativa O Programa Europeu de Aceleração Tech4RegenAg 2025, dedicado a impulsionar espaços de dados e startups baseadas em tecnologia na agricultura regenerativa, chegou à sua fase final e anunciou as três startups finalistas que mais se destacaram pela inovação, impacto e potencial de mercado. As três equipas finalistas — Agribot, BioArmix e Nature Robots — apresentaram soluções disruptivas que estão a redefinir a forma como a agricultura pode regenerar os solos, aumentar a produtividade e enfrentar os desafios globais da sustentabilidade. A Agribot está a desenvolver tecnologia acessível que transforma dados complexos em insights acionáveis para o setor agroalimentar. Através de ferramentas de deteção precoce e análise preditiva, permite aos agricultores tomar decisões informadas, reduzir o desperdício e aumentar a resiliência face às alterações climáticas. Com as perdas de colheitas causadas por patógenos bacterianos a custarem milhares de milhões de euros anualmente, a BioArmix aborda um dos maiores desafios da agricultura. As suas soluções biotecnológicas inovadoras oferecem proteção sustentável das plantas, reduzindo a dependência de químicos e promovendo ecossistemas mais saudáveis e produtivos. A Nature Robots está a criar a primeira plataforma de software de design em IA e robótica dedicada a sistemas agrícolas regenerativos e complexos. A sua solução permite integrar robótica e automação de forma harmoniosa, promovendo uma agricultura de precisão que regenera a saúde do solo, otimiza recursos e apoia a biodiversidade. Estes inovadores demonstram que a agricultura regenerativa já é uma realidade em movimento. O seu trabalho sublinha como a tecnologia pode "empoderar os agricultores, reforçar a sustentabilidade e impulsionar uma mudança sistémica" no setor agroalimentar. Dado o sucesso da 1.ª edição, a 2.ª edição do 'Tech4RegenAg’ será lançada em novembro de 2025. Fertiberia TECH lança Soluteck eON para maior eficiência das culturas Soluteck eON é a evolução do antigo Soluteck Nitrato de Cálcio, agora com a inovadora e exclusiva tecnologia eON da Fertiberia TECH. A Fertiberia TECH, o negócio do grupo Fertiberia especializado em produtos tecnológicos, lança o novo Soluteck eON, um fertilizante que integra a tecnologia exclusiva eON, concebido para potenciar a eficiência nutricional e energética das culturas. O Soluteck eON atua como um impulsor energético, garantindo maior eficiência nutricional com redução da energia necessária para as reações metabólicas das plantas. Está especialmente formulado para fertirrigação e aplicação foliar e é adequado para todos os tipos de culturas, tanto em estufa como ao ar livre. Os principais efeitos deste fertilizante são: eficiência nutricional melhorada; equilíbrio energético otimizado; e fotossíntese melhorada. O Soluteck eON representa mais um avanço na nutrição vegetal avançada, combinando inovação tecnológica e eficácia agronómica para maximizar o rendimento e a saúde das culturas.

7 Dados do 1.º semestre confirmam resiliência do mercado da cortiça A UNAC – União da Floresta Mediterrânica destaca que, contrariando as perspetivas negativas que marcaram os primeiros seis meses do ano, os dados públicos já disponíveis confirmam que o mercado da cortiça mantém uma performance positiva. As exportações totais atingiram cerca de 600 milhões de euros, registando-se ainda uma ligeira subida no preço médio global de venda. Apesar da redução do peso das rolhas de cortiça natural, em valor e sobretudo em volume, esta quebra foi compensada pelas restantes categorias de rolhas – aglomeradas e de champanhe. O preço médio das rolhas naturais subiu significativamente, em consequência da perda de quota no segmento de mais baixo valor, entretanto substituído por rolhas aglomeradas. Assim, a rolha natural mantém a sua posição de liderança no mercado dos vinhos premium. Este cenário positivo não reflete ainda a recente isenção de tarifas nas exportações de cortiça para os Estados Unidos, cuja imprevisibilidade era um dos fatores de maior preocupação para o setor. Com a estabilização deste mercado estratégico, perspetivam-se efeitos positivos no consumo de rolhas de cortiça nos EUA, acompanhados de expectativas de crescimento interno e de uma possível valorização adicional do preço. A confirmação desta tendência deverá traduzir-se numa atualização em alta do preço da cortiça à produção, garantindo a viabilidade económica da atividade dos produtores e promovendo a boa gestão e o investimento nos montados. Na conjuntura atual, grande parte destes produtores encontra-se em risco de inviabilidade. Este movimento contribuirá também para a proteção dos valores sociais e ambientais dos montados portugueses: a sua biodiversidade única, o balanço positivo de carbono e uma paisagem singular. Ao mesmo tempo, reforça-se o papel estratégico deste setor para a economia nacional. EDITORIAL Numa edição especial que será distribuída na I Conferência Técnica da Pera e Maçã, que a revista Agriterra organiza no dia 29 de outubro, no Your Hotel & SPA Alcobaça, apresentamos-lhe uma antevisão do encontro que vai reunir, na região oeste, dezenas de especialistas de renome em fruticultura de precisão, eficiência tecnológica, biosoluções e práticas sustentáveis na pomicultura. Com lotação quase esgotada, o evento será um ponto de encontro obrigatório para antecipar tendências e acompanhar a transformação tecnológica e a inovação sustentável na produção de pera e maçã. Para marcar na agenda. Inovação tecnológica e sustentável é também o que encontra no dossier ‘The Very Best’ que, na sua segunda edição, dá a conhecer alguns dos melhores produtos, soluções e tecnologias da indústria no setor da agricultura em Portugal. Em reportagem, não perca o resumo dos pontos mais altos da Agroglobal 2025, que levou ao CNEMA, em Santarém, inúmeras conferências e debates. A Agriterra foi Media Partner do Fórum ACAP, que perspetivou o futuro da mecanização agrícola pela voz de investigadores, académicos, gestores e até decisores políticos, com destaque para o ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes (presença constante na feira, a par de outros representantes das forças partidárias e candidatos à Presidência da República), e publica nesta edição a cobertura do evento, de leitura obrigatória. Também a não perder é o habitual balanço de algumas das principais empresas e entidades que participaram na maior feira profissional do setor agrícola, numa altura em que a Comissão Europeia apresenta as dotações nacionais de apoio ao rendimento para a futura PAC e os agricultores portugueses contestam a proposta orçamental, exigindo, pela mão da CAP, a sua revisão, “altamente penalizadora” para o nosso país. Ainda nesta edição, fique a saber, em entrevista ao diretor comercial da Trane, como “a eletrificação do aquecimento é um dos pilares para a descarbonização do setor agrícola”. Conheça, também em reportagem, as ações de campo dinamizadas pela Biostasia para proteção e fertilização com soluções de resíduo zero, com recurso a drones. E atualize-se sobre o estado-da-arte do smart farming em Portugal. Boa leitura e até ao dia 29 de outubro, em Alcobaça, onde marcamos encontro com o setor para um debate inovador. Tecnologia e sustentabilidade da pera e maçã em debate a 29 de outubro

Portugal perdeu 13% do território em incêndios na última década Portugal perdeu 13% do seu território em incêndios na última década e voltou a liderar, em 2025, a lista dos países mais afetados pelas chamas na União Europeia. A agrofloresta pode ser a chave para travar a catástrofe. Para a Traditional Dream Factory a solução passa por redesenhar a paisagem com sistemas agroflorestais e de retenção de água, criando ecossistemas mais resilientes, produtivos e capazes de travar a propagação do fogo. Portugal voltou a liderar a lista dos países mais afetados pelos incêndios na União Europeia: só no verão de 2025 quase 279 mil hectares — cerca de 3% do território nacional — foram destruídos pelas chamas, segundo dados do European Forest Fire Information System (EFFIS). Este valor triplica a média das últimas duas décadas e confirma uma tendência alarmante: em dez anos o país perdeu 13% da sua superfície em incêndios, concentrando, em conjunto com Espanha, dois terços da área total ardida na Europa. Para Samuel Delesque, cofundador da Traditional Dream Factory (TDF), é tempo de mudar a estratégia: “o problema não é apenas climático, é estrutural. É urgente redesenhar a paisagem com sistemas agroflorestais e de retenção de água, criando ecossistemas diversificados que travem o fogo e revitalizem a economia rural”. 8 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.AGRITERRA.PT • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Soluções inovadoras na produção de pequenos frutos O Centro de Investigação para a Sustentabilidade recebeu 80 especialistas agrícolas de todo o país no âmbito do 7.º Colóquio Nacional de Produção de Pequenos Frutos, realizado a 25 e 26 de setembro, em Oeiras. O 7.°Colóquio Nacional de Produção de Pequenos Frutos foi promovido pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV). A visita técnica ao Polo de Inovação da Fataca, ponto alto do segundo dia do encontro, permitiu aos participantes conhecer projetos pioneiros nas áreas da produção sustentável, otimização do uso da água e controlo ecológico de pragas. Ao longo da visita investigadores, técnicos e representantes do setor agrícola puderam observar no terreno os resultados de vários projetos desenvolvidos pelo Centro, desde ensaios de gestão eficiente da água e reaproveitamento de águas de drenagem, até estratégias inovadoras de proteção fitossanitária. Entre os destaques estiveram as apresentações de Rita Pinto, especialista da Driscoll’s, responsável pelos ensaios de eficiência hídrica, e dos jovens investigadores Jéssica Gomes e Frederico Preza, cujos trabalhos têm contribuído para práticas mais sustentáveis na produção de pequenos frutos.

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A INOVAÇÃO QUE CULTIVA O FUTURO

12 I CONFERÊNCIA TÉCNICA DA PERA E MAÇÃ Agriterra debate inovação e tecnologias aplicadas à produção de pera e maçã A Revista Agriterra dinamiza, no dia 29 de outubro, no Your Hotel & SPA Alcobaça, a I Conferência Técnica da Pera e Maçã. Com as parcerias estratégicas do INIAV, da Cooperativa Agrícola de Alcobaça, do COTHN e do SFCOLAB, o encontro vai reunir, na região Oeste, dezenas de especialistas em fruticultura de precisão, eficiência tecnológica, biosoluções e práticas sustentáveis na cultura da pera e da maçã. Conheça os oradores já confirmados. Gabriela Costa A região Oeste, onde se inclui Alcobaça, é reconhecida pela excelência das suas produções, impulsionadas por condições edafoclimáticas favoráveis e por um saber-fazer consolidado, e não podia, por isso, deixar de ser o ponto de encontro da I Conferência Técnica da Pera e Maçã, que terá lugar no dia 29 de outubro, no Your Hotel & SPA Alcobaça, sob o mote ‘Inovação e tecnologias aplicadas à produção de pera e maçã’. Em análise, face a desafios que exigem uma abordagem cada vez mais tecnológica e eficiente - como as alterações climáticas, a escassez de mão de obra e a pressão sobre os recursos naturais –, estarão temáticas como a fruticultura de precisão, a eficiência tecnológica ou as biosoluções e práticas sustentáveis na cultura da pera e da maçã. O evento conta com a parceria estratégica do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), da COOP - Cooperativa Agrícola de Alcobaça, do Centro Operativo e Tecnológico Hortifrutícola Nacional | Centro de Competências (COTHN-CC) e do Smart Farm Colab | Laboratório Colaborativo para a Inovação Digital na Agricultura (SFCOLAB), que se farão representar ao mais alto nível: Miguel Leão, investigador principal no INIAV, será o 'keynote speaker' do evento e irá refletir sobre 'Eficiência Tecnológica e Sustentável na Produção de Pera e Maçã'. 29 DE OUTUBRO 2025 | YOUR HOTEL & SPA ALCOBAÇA CONFERÊNCIA TÉCNICA DA PERA E MAÇÃ 2025 #PeraeMaca2025 PARCEIROS ESTRATÉGICOS:

13 I CONFERÊNCIA TÉCNICA DA PERA E MAÇÃ Já Maria do Carmo Martins, secretária geral do COTHN, Helena Vazão, diretora executiva do SFCOLAB e Ricardo Santos, diretor de serviços da Cooperativa Agrícola de Alcobaça vão integrar as duas mesas redondas que integram o programa da Conferência Técnica da Pera e Maçã 2025: a primeira intitulada ‘O Pomar do Futuro: Soluções Digitais Inovadoras e Fruticultura de Precisão’, com moderação de Gonçalo Morais Tristão, presidente do COTR, e que conta ainda com a participação de Sandro Vale, cofounder e COO na Wisecrop; e a segunda dedicada às ‘Biosoluções e Práticas Sustentáveis na Cultura da Pera e da Maçã’, que será moderada por Gonçalo Rodrigues, professor auxiliar do ISA, contando também com a participação de Gonçalo Vale, Consultor da AGRO.GES. Antes da segunda mesa redonda há tempo para sessões a cargo de empresas que se associam ao evento de referência da Revista Agriterra, desta vez na cultura de pomóideas, com destaque para a intervenção de Filipa Saldanha, diretora de sustentabilidade do Crédito Agrícola, com uma apresentação intitulada O Papel da Banca na Transição para uma Agricultura Sustentável e Resiliente. O 'networking' entre patrocinadores, colaboradores, parceiros e profissionais do setor da pera e da maçã está garantido no 'coffee break' que terá lugar a meio da manhã de trabalhos. Depois de três edições de sucesso dedicadas ao abacate e ao olival, a Agriterra reconhece o valor da pomicultura no que respeita à produção de pera e maçã, a qual representa um dos pilares da fruticultura nacional. A gestão inteligente da água, aliada a sistemas de rega de precisão e monitoDinamizada no âmbito dos Encontros Profissionais B2B da Induglobal, do Grupo Interempresas, com o suporte técnico da Fakoy, a I Conferência Técnica da Pera e Maçã conta com a parceria estratégica do INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária; da COOP - Cooperativa Agrícola de Alcobaça; do COTHN – Centro Operativo e Tecnológico Hortifrutícola Nacional | Centro de Competências; e do SFCOLAB - Smart Farm Colab | Laboratório Colaborativo para a Inovação Digital na Agricultura. As inscrições na I Conferência Técnica da Pera e Maçã são gratuitas, mas de registo obrigatório. Garanta já o seu lugar, inscrevendo-se AQUI: A Conferência Técnica da Pera e Maçã 2025 é um ponto de encontro obrigatório para quem procura antecipar tendências e preparar o futuro da produção de pera e maçã em Portugal rização em tempo real, e a digitalização e tecnologias emergentes, como sensores, drones, softwares de apoio à decisão ou modelos preditivos, não só aumentam a eficiência e a produtividade como contribuem para práticas mais sustentáveis e resilientes. A Conferência Técnica da Pera e Maçã 2025 assume-se, assim, como um ponto de encontro obrigatório para quem procura acompanhar a transformação da pomicultura, antecipar tendências e preparar o futuro da produção de pera e maçã em Portugal. n

O ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, no stand da Syngenta. 14 PLATAFORMA PARA A COMPETITIVIDADE DO SETOR AGROALIMENTAR Na sua 10.ª edição, na qual a grande novidade foram os campos de demonstração na Quinta da Alorna, em Almeirim, apresentamos, como habitualmente, o balanço final da Agroglobal, na perspetiva de algumas das principais empresas e entidades do setor presentes na feira agrícola profissional de referência. Gabriela Costa

15 AJAP - ASSOCIAÇÃO DOS JOVENS AGRICULTORES DE PORTUGAL “As feiras são, por excelência, o palco maior do contacto com as realidades e necessidades dos agricultores” A participação da AJAP - Associação dos Jovens Agricultores de Portugal na Agroglobal 2025 “foi um sucesso, na linha dos objetivos estabelecidos para a divulgação e promoção dos nossos serviços e ações nas feiras profissionais agrícolas em Portugal”, sublinha, em declarações à Agriterra, Firmino Cordeiro, diretor-geral da organização. Entre 9 e 11 de setembro a AJAP promoveu no stand da feira vários momentos de debate e reflexão com diversos agentes do setor, “num espírito de networking e compromisso com as várias realidades e desafios que se colocam aos Jovens Agricultores (JA), Jovens Empresários Rurais (JER) e agricultores em geral”. Realizou também algumas reuniões no âmbito de projetos que tem em curso, com o objetivo de debater e refletir sobre o rejuvenescimento, a revitalização dos territórios rurais, as alterações climáticas, a pecuária sustentável, a água e a floresta. Em destaque esteve o Laboratório Vivo da Agricultura 4.1, que promove a capacitação e a competitividade dos JA e JER, através da disponibilização gratuita de conteúdos nas áreas da comunicação, sustentabilidade e digitalização. O projeto “nasce da vontade de dar continuidade ao trabalho iniciado pelo Laboratório Vivo da Agricultura 4.0, com uma plataforma online renovada, acessível a partir de qualquer dispositivo. Este lançamento inclui novos módulos de capacitação, casos de sucesso e contributos de especialistas de várias áreas”. A nova versão 4.1 do Laboratório inclui um roadshow presencial que irá percorrer as regiões Norte, Centro e Alentejo, promovendo sessões interativas com os públicos-alvo; um podcast com episódios dedicados às áreas temáticas em destaque; e a presença em eventos estratégicos do setor, explica Firmino Cordeiro. Defendendo que as feiras “são, por excelência, o palco maior do contacto com os profissionais do setor e com as realidades e necessidades dos agricultores”, o diretor-geral da AJAP conclui que a Agroglobal “cumpriu, mais uma vez, o seu propósito”, sendo “uma feira que procura colocar no centro do debate os temas que marcam a agenda e as novidades do setor, com vista a promover o diálogo e apoio no terreno aos agricultores”. Em conclusão, a AJAP faz um balanço “muito positivo” da recente edição da Agroglobal, já que “a agricultura portuguesa é a força motriz impulsionadora do setor agroalimentar em Portugal”, e essa realidade “ficou bem patente nesta feira, com demonstrações de soluções inovadoras e adaptadas à realidade cada vez mais exigente dos mercados internacionais”. BASF AGRICULTURAL SOLUTIONS PORTUGAL “Abordámos desafios como sustentabilidade, proteção preventiva, inovação varietal e novas ferramentas digitais” A presença da BASF Agricultural Solutions Portugal na Agroglobal 2025 foi marcada por duas iniciativas de campo de grande relevância. Na cultura do arroz, “participámos num ensaio de rega gota-a-gota, com variedades adaptadas aos sistemas Provisia e Clearfield, demonstrando o nosso compromisso com a inovação e adaptação às diferentes práticas agrícolas”, sublinham os porta-vozes da empresa. Na cultura do tomate, e em colaboração com a BASF | Nunhems, “estivemos presentes num campo demonstrativo na Quinta da Alorna, onde foi possível demonstrar o desempenho de variedades e soluções fitofarmacêuticas, como o Enervin Pro e o Cabrio WG, comprovando o seu elevado potencial produtivo e a excelente proteção desta cultura”. Para a BASF as expetativas para a Agroglobal 2025 eram elevadas, “dado Firmino Cordeiro, diretor-geral da AJAP, Marques Mendes e Henrique Silvestre Ferreira, presidente da AJAP.

16 o papel central da feira no setor agrícola nacional”. Tendo em vista reforçar a sua proximidade com os agricultores, divulgar as suas soluções mais inovadoras e promover o contacto direto com os profissionais do setor, a empresa afirma que os objetivos foram plenamente alcançados. “Recebemos muitos clientes e parceiros no stand, que demonstraram interesse nas nossas soluções". A Agroglobal foi palco da apresentação de várias novidades do portefólio da BASF Agricultural Solutions: o Enervin Pro, uma solução inovadora no controlo de míldio na batata, tomate e vinha, o Seclira Fly Bait, extremamente eficaz no combate de moscas, e o Cabrio WG, que está agora disponível para hortícolas, entre elas o tomate e a batata. Estas soluções “refletem o nosso compromisso com uma agricultura mais eficiente e adaptada às necessidades dos produtores”, sublinha a empresa. Traçando um balanço “extremamente positivo” da Agroglobal 2025, a BASF considera que a feira “voltou a afirmar-se como um espaço privilegiado para a dinamização da indústria agroalimentar, promovendo o diálogo entre empresas, produtores e entidades do setor”. Através das diversas iniciativas técnicas e demonstrações práticas “foi possível abordar alguns dos desafios atuais da agricultura, como a sustentabilidade, o fator diferenciador da proteção preventiva das culturas, a inovação varietal e a importância da utilização de novas ferramentas digitais no apoio à tomada de decisão”. COTHN - CENTRO OPERATIVO E TECNOLÓGICO HORTOFRUTÍCOLA NACIONAL “Demos a conhecer projetos estruturantes ao nível da eficiência, sustentabilidade e organização” Nesta edição da Agroglobal o COTHN - Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional realizou no seu stand três postcast, denominados ‘3 dias, 3 projetos, 3 oradores’. O primeiro dia da feira foi dedicado ao projeto PRR FuitPV, que tem por objetivos fomentar a eficiência energética e instalação de unidades de produção para o autoconsumo, individual, coletivo ou em contexto de comunidades de energia renovável e promover as energias renováveis e a produção descentralizada de energia e redução de custos com a energia. Este projeto está a ter lugar em Alcobaça, onde foi instalado um piloto com várias modalidades de painéis sobre um pomar de macieiras, explica Maria do Carmo Martins, secretária geral do COTHN-CC. Miguel Leão, do INIAV, André Sequeira, da AKUO e João Silva, da COOPERFRUTAS, abordaram o PRR FuitPV na Agroglobal. O segundo dia valorizou a sustentabilidade com os projetos PRR Redesusterra e Soillife1st. As duas iniciativas abordam diferentes práticas no âmbito da agroecologia, visando a promoção dos serviços de ecossistemas em culturas fruteiras e hortícolas, e foram apresentadas por Maria do Céu Godinho, da Escola Superior Agrária de Santarém, Rafael Carvalho, do COTHN-CC e Francisca Ramos, da Sociedade Agrícola São João de Brito. No terceiro dia foi abordado o projeto PRR demo-net, que tem por objetivo promover boas práticas ao nível da organização de produtores, através do aumento da capacitação e da colaboração conjunta entre diferentes organizações de produtores. Domingos Santos, da FNOP e OP Frutoeste, Flávia Oliveira, da HC Campelos e Sofia Rodrigues, da Carmo & Silvério, foram os oradores convidados. As gravações destes postcasts encontram-se

17 disponíveis no canal de youtube do COTHN-CC. Como destaca Maria do Carmo Martins, “quisemos aproveitar a oportunidade da AgroGlobal para dar a conhecer projetos estruturantes ao nível da eficiência, sustentabilidade e organização”. Traçando um balanço muito positivo, a responsável considera que a Agroglobal 2025 “melhorou significativamente face à sua última edição, o que se percebeu pela maior afluência e participação”. Na sua opinião “foram debatidos os grandes desafios de sustentabilidade que se apresentam ao setor agroalimentar, perante os enormes desafios atuais”. A secretária geral do COTHN-CC destaca o interesse pelas novidades ao nível das soluções de base biológica e natural, que têm tido “uma procura crescente por parte do setor”, e as novas tecnologias, assegurando que “foi possível encontrar na feira soluções extremamente versáteis, o que nos permite afirmar que o setor tem capacidade para as incorporar e reconhece nas mesmas a única forma de ser mais eficiente e minimizar custos de produção”. STET “A Agroglobal é um palco de diálogo entre tecnologia, sustentabilidade e pessoas” A STET marcou presença na Agroglobal 2025 de uma forma renovada, assumindo-se como empresa fornecedora de soluções em diversas áreas de negócio, em particular, como parceiro para a área agrícola e florestal. Segundo Beatriz Pedro, coordenadora de Marketing & Digital na STET, “apostámos num espaço interativo, dinâmico, fomentando a proximidade com os diferentes clientes, aos quais apresentámos, para além da gama de equipamentos e serviços Caterpillar, as marcas Magni (manipuladores telescópicos) e Pronar (equipamentos de reciclagem), dando resposta às diferentes necessidades dos clientes”. A empresa apresentou ainda ao mercado a Alayan, empresa de renting de máquinas e equipamentos do grupo Tesya, que entrou recentemente no mercado nacional. A Agroglobal “é um evento essencial para reforçar a nossa notoriedade no setor agrícola e florestal, consolidar relações com clientes de norte a sul do país e captar novas oportunidades de negócio”, sublinha Beatriz Pedro. O balanço é “muito positivo”, pois “não só recebemos centenas de visitantes no stand, como conseguimos envolver as equipas, escutar o mercado e perceber, na prática, as reais necessidades de quem opera todos os dias no mercado. Sentimos que a Agroglobal continua a ser um espaço privilegiado de partilha, inovação e proximidade”, conclui. Numa edição “marcada por várias novidades” a STET apresentou na feira a Retroescavadora CAT 432, edição especial dos 100 anos da Caterpillar, “que despertou muita curiosidade e foi, sem dúvida, um dos pontos altos” e alguns modelos florestais, com destaque para os destroçadores hidráulicos para escavadora e para o Woody 50 da Konrad, equipamento que permite fazer corte/desrama assim como agarrar/empilhar. No segmento de tratamento de resíduos e biomassa, a empresa levou à Agroglobal o triturador de baixa velocidade Pronar MRW2.85, reforçando o seu compromisso com soluções adaptadas à economia circular. Na opinião da responsável da STET, “a Agroglobal é cada vez mais um palco de diálogo entre tecnologia, sustentabilidade e pessoas. Este ano sentimos um setor cada vez mais atento à inovação, mas também preocupado com temas como a escassez de mão-de- -obra qualificada, a digitalização do campo ou a transição energética”. E “é nesse cruzamento com máquinas robustas e soluções inteligentes que fazemos a diferença”, remata. SYNGENTA “Todas as novidades que apresentámos foram muito bem recebidas” A Syngenta celebrou os seus 25 anos de atividade na Agroglobal, com a presença massiva dos seus clientes: distribuidores, revenda, agricultores e stakeholders. A empresa marcou presença com todas as suas áreas de negócio (Crop Protection, Sementes de Milho e Girassol e Sementes de Hortícolas) e contou com a presença das autoridades oficiais, incluindo a do Ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes. A forte presença da equipa Syngenta foi muito relevante, pois, além de toda a equipa de Portugal, estiveram também os responsáveis ibéricos, head of Europe e head CP Marketing & Sustainability Europe, sublinha Paulo Machado, sales area manager Atlantica (Portugal, Galiza, Astúrias e Cantábria).

18 De acordo com o responsável, “os nossos objetivos foram todos atingidos, pois o stand esteve sempre cheio de clientes e a partilha de conhecimento foi muito enriquecedora”. Paulo Machado avança ainda que “todas as novidades que apresentámos foram muito bem recebidas e as expetativas para a próxima campanha são as melhores”. É o caso das soluções fitossanitárias apresentadas para os principais grupos de culturas – vinha, tomate, fruteiras e milho –, com o anúncio da evolução da grande família de fungicidas Orondis, através do “lançamento de três novos produtos, num futuro muito próximo”. No vasto portfólio Syngenta Biologicals realce para duas novidades: o Ebudim, um indutor das resistências das plantas, e o Tellus, um biofungicida preventivo com atividade antagónica sobre doenças do sistema radicular e basal. Nas sementes hortícolas o destaque vai para o tomate cacho Myrador e para o melão Bobal. Nas sementes de milho as novas variedades SY Evident e SY Ultimate são os lançamentos em destaque. Já a novidade nas sementes de girassol é a nova tecnologia A.I.R. de híbridos tolerantes a herbicidas. Relativamente à agricultura digital, a Syngenta disponibiliza a plataforma Cropwise, que apoia técnicos e agricultores na gestão agronómica das culturas e na gestão das suas explorações; e o InterraScan, um serviço de mapeamento de solos de altíssima resolução que permite um uso mais preciso dos fatores de produção. Outro serviço “de grande utilidade para o agricultor” são as armadilhas digitais Trapview, com tecnologia de deteção através de IA e conectividade remota, detalha Paulo Machado. Registando “um crescimento notável tanto em número de expositores como de visitantes”, que “demonstra a vitalidade do setor agroalimentar”, Paulo Machado conclui que a Agroglobal 2025 se “consolidou como uma plataforma fundamental para a promoção da competitividade do setor agroalimentar, promovendo a partilha de conhecimento e estimulando a adoção de práticas mais eficientes e sustentáveis”. TRACTORES IBÉRICOS “A Agroglobal é uma feira profissional, onde o networking realmente existe” A Tractores Ibéricos marcou presença em mais uma edição da Agroglobal com uma exposição estática da sua gama de tratores, alfaias e pulverizadores rebocáveis para clientes, com a participação dos seus concessionários e da sua representada Kubota. “Tendo em conta que não havia condições para demonstrações no local, estivemos presentes da mesma maneira que na última Feira Nacional de Agricultura, o que faz com que o formato se repita um pouco. Mas o facto de a Agroglobal ser mais curta e muito mais profissional, com um espaço onde o networking realmente existe, torna-a mais atrativa”, esclarece Bruno Pignatelli, gerente da Tractores Ibéricos. Neste evento de cariz mais profissional, o responsável destaca “a existência de vários colóquios e fóruns com bastante interesse”, salientando o evento ‘O Futuro da Mecanização Agrícola’, dinamizado pela ACAP. n A revista Agriterra é Media Partner da Agroglobal. A próxima edição da principal feira profissional agrícola do país já está agendada para os dias 7, 8 e 9 de setembro de 2027.

INOVAÇÃO NA AGRICULTURA COM ÁCIDOS FÚLVICOS ® VANTAGENS • Melhor assimilação do elemento químico; • Aumento da taxa de fotossíntese (+ clorofila); • Acelera a divisão celular; • Aumenta a vida microbiana dos solos; • Estimula o desenvolvimento radicular; • Menor lixiviação do elemento químico; • Mais retenção de Água; • Menor evaporação de Água. A TECNIFERTI® desenvolveu uma nova linha de fertilizantes líquidos com ácidos fúlvicos (AF) e com vários equilíbrios N, NK, NP, NPK, Cálcio, Magnésio e Carbono Orgânico. Os ácidos fúlvicos têm uma ação reconhecida no metabolismo e crescimento das plantas, influenciando a absorção e transporte de nutrientes. São solúveis em água e embora semelhantes estruturalmente aos ácidos húmicos, apresentam um menor peso molecular, maior quantidade de compostos fenólicos e de grupos carboxílicos e uma menor quantidade de estruturas aromáticas. Estas características conferem-lhes melhor solubilidade em água e maior capacidade de troca catiónica. A influência dos ácidos fúlvicos na estrutura física do solo ocorre através da maior retenção de água, melhoria do arejamento e por consequência maior resistência à erosão devido às suas partículas coloidais que são capazes de formar uma emulsão em contacto com a água. Como agentes complexantes desfavorecem a manutenção de iões metálicos na solução do solo promovendo a redução da toxicidade destes elementos. Os ácidos fúlvicos aumentam ainda o poder tampão dos solos reduzindo as variações de PH. FERTILIZANTE DENSIDADE (g/cm³) ** COMPOSIÇÃO ** Os valores apresentados podem oscilar (+/-) 0,02 g/cm AF Ácidos Fúlvicos PC Pobre em Cloretos

20 O FUTURO DA MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA: INOVAÇÃO, INVESTIGAÇÃO E ROBOTIZAÇÃO Inovação, investigação e robotização são as palavras de ordem na modernização da mecanização agrícola, e estiveram em foco no recente fórum promovido pela ACAP. A Agriterra assistiu ao debate e apresenta-lhe, nesta reportagem, o essencial de uma reflexão que marcou o primeiro dia da Agroglobal 2025. Gabriela Costa A ACAP – Associação Automóvel de Portugal, através da sua Divisão de Máquinas Agrícolas, realizou a 9 de setembro, primeiro dia da Agroglobal 2025, o Fórum ‘O Futuro da Mecanização Agrícola: Estratégias para um Setor em Transformação’. O evento reuniu no CNEMA, em Santarém, oradores de referência para discutir temas como liderança, pós-venda, ensino, investigação, automatização e robotização na agricultura. Esgotando a lotação disponível do Auditório Companhia das Lezírias (150 participantes) o Fórum ACAP reuniu, na presença do Ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, e dos diversos especialistas que analisaram os atuais desafios da mecanização agrícola e apresentaram propostas para a modernização do setor, uma plateia de dezenas de profissionais ligados à distribuição e revenda de máquinas agrícolas, investigadores e decisores políticos. A organização confirmou o evento como “um espaço incontornável de debate sobre os desafios e oportunidades” do setor. O PODER DA LIDERANÇA INVISÍVEL A modernização agrícola em Portugal passa pela maquinaria inovadora e tecnologia de ponta aplicada à agricultura. Num contexto de profundas mudanças tecnológicas, económicas e ambientais, o Fórum ACAP constituiu uma oportunidade única para uma reflexão estratégica e partilha de conhecimento e de soluções que assegurem a modernização e a competitividade do setor. Na sessão de abertura, Pedro Miguel Silva, vogal do Conselho Diretivo do

21 IMT, destacou a relevância da mecanização agrícola como motor de eficiência e competitividade, sublinhando a necessidade de políticas que apoiem a transição tecnológica. Numa intervenção inspiradora, Nadim Bou-habib, professor auxiliar convidado da Nova School of Business & Economics e especialista em estratégia e empreendedorismo, abordou ‘A liderança nas organizações’, centrando-se na gestão estratégica na agricultura para defender a relevância de líderes capazes de guiar o setor perante os desafios da digitalização e da sustentabilidade. Segundo Nadim Bou-habib, com a transformação tecnológica os pequenos produtores ganham finalmente vantagem competitiva face aos grandes, e ambos devem ter presente que “a mudança é o único driver que precisam de ter”. Infelizmente, e apesar da rápida evolução do setor, “continua-se a organizar a gestão como se nada tivesse mudado”, lamenta. Recordando que em programas tão reputados como o TEDx “75% das conferências são sobre liderança, o docente garantiu que, “a médio e longo prazo qualquer gestor põe em causa a sua liderança”, e percebe que esta “requer experiência, o que demora tempo”. Em conclusão, saber liderar “é complicado, mas não é difícil, emocionalmente. A título de exemplo, Nadim Bou-habib afirmou que a mudança está em questionar “o que tenho de fazer para evitar o fogo?”, ao invés de pensar em “como apagar o fogo?”. Para o especialista os gestores são mais felizes “quando sentem que controlam a sua vida” (e o seu negócio, diríamos) e se praticassem esse controlo talvez não se registasse em Portugal “a taxa de ansiedade altíssima” que se regista. Citando Ernest Hemingway, Bou-habib concluiu a sua intervenção brilhante apelando à prática diária da mudança nas empresas, a que chamou “liderança invisível”. AS BARREIRAS DA ROBOTIZAÇÃO Dário Afonso, managing director da ACM – AutoCoach Management, introduziu no debate sobre mecanização agrícola um dos maiores desafios do setor: o pós-venda. Com o tema ‘Pós-venda 4.0: novo ecossistema, novo modelo de negócio, nova mentalidade’, o responsável destacou a importância estratégica desta área na transformação do negócio, defendendo a criação de um novo paradigma de serviços, onde modelos de negócio mais ágeis e uma mentalidade inovadora sejam determinantes para responder às exigências de um setor em rápida transformação. Numa abordagem académica, Luís Alcino da Conceição, professor associado do Instituto Politécnico de Portalegre (que marcou presença através da coordenação do InovTechAgro - Centro Nacional de Competências para a Inovação Tecnológica do Setor Nadim Bou-habib, professor auxiliar convidado da Nova School of Business & Economics. “A mudança é o único driver que os [produtores agrícolas] precisam de ter” - Nadim Bou-habib

22 Agroflorestal), analisou os desafios da agricultura, destacando a importância do conhecimento e da investigação na mecanização agrícola. Sob o mote ‘Ensino e investigação em mecanização agrícola – alinhando competências à evolução tecnológica’, o investigador frisou a necessidade de alinhar competências técnicas com a evolução tecnológica, aproximando universidades, politécnicos e empresas. Noutra das intervenções mais aguardadas da manhã de trabalhos, Filipe Neves dos Santos, professor e investigador do INESC TEC, refletiu sobre os riscos e oportunidades da ‘Automatização e robotização na agricultura’. O especialista destacou exemplos de inovação tecnológica já em curso (caso da combinação de drones com máquinas terrestes na polinização), evidenciando como a robotização pode ajudar a colmatar a escassez de mão-de-obra e a tornar a agricultura mais sustentável. Contudo, Filipe Neves dos Santos, professor e investigador do INESC TEC. alertou: os drones aplicados à agricultura “desempenham ainda [e apenas], 20% da sua capacidade de trabalho”. Se assim não fosse, “conseguíamos fazer um registo florestal muito mais rápido”, por exemplo. Paralelamente, o future farming depende da utilização de “tratores elétricos totalmente autónomos”, defendeu. Segundo Filipe Neves dos Santos, a adoção de máquinas autónomas e sistemas inteligentes já é uma realidade em várias culturas, mas “a iliteracia digital e os custos de investimento continuam a ser barreiras” de peso na transformação da agricultura em Portugal. Sublinhando que “os concessionários terão um papel chave na introdução destas tecnologias junto dos agricultores, funcionando como ‘tradutores de inovação’”, o investigador especializado em robótica e IoT (Internet das Coisas) para agricultura e floresta concluiu que “a evolução não está só adstrita ao académico, mas também ao agricultor”. A sessão de encerramento contou com a presença de Arnaldo Caeiro, presidente da Divisão de Máquinas Agrícolas da ACAP, que reforçou o compromisso da associação em promover soluções inovadoras para o setor. Seguiu-se a intervenção do ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, que frisou a relevância da produtividade, da sustentabilidade e da capacidade empreendedora num contexto de evolução da mecanização agrícola, concluindo que esta última “é fundamental para a resiliência do setor perante as alterações climáticas e para reforçar a competitividade de Portugal nos mercados internacionais”. O evento culminou com um almoço convívio, que proporcionou um momento privilegiado de networking entre empresários, investigadores, políticos e representantes institucionais do setor agrícola. n A revista Agriterra foi Media Partner do Fórum ACAP 2025 - 'Futuro da Mecanização Agrícola'. “A iliteracia digital e os custos de investimento continuam a ser barreiras” – Filipe Neves dos Santos

23 ‘FUTURO DIGITAL NAS ORGANIZAÇÕES DO SETOR AGROALIMENTAR’ REVELA REALIDADE AGRÍCOLA EM PORTUGAL A Agroglobal acolheu a 10 de setembro o seminário ‘Futuro Digital nas Organizações do Setor Agroalimentar’, organizado pela CONFAGRI, APED, COTEC e FIPA, no âmbito do polo de inovação digital SFT-EDIH. O evento reuniu um painel multidisciplinar de especialistas, investigadores e representantes empresariais que partilharam o seu conhecimento sobre temas-chave como a transição digital, a inovação tecnológica e a cibersegurança. O objetivo foi “dar a conhecer a inovadora realidade agrícola já em curso a nível nacional”, revelou a CONFAGRI em comunicado. Deste modo, o evento conseguiu desenhar o panorama geral da inovação e digitalização do setor agroalimentar português, focando-se nas necessidades e desafios que este enfrenta e, sobretudo, nas oportunidades que surgem para a evolução sustentável do setor ao longo de toda a sua cadeia de valor. Tendo sido apresentados múltiplos casos práticos de sucesso, durante o seminário foi altamente destacada a importância das cooperativas agrícolas para a promoção da transição digital do setor agrícola, tendo estas organizações sido apontadas como um motor para que pequenos e médios agricultores estejam informados e capacitados para dar resposta aos desafios que as novas tecnologias aportam. Segundo a CONFAGRI, nesse sentido, destacou-se a apresentação do CyberHub for AgriFood: um serviço, disponibilizado pela CONFAGRI em parceria com a SGS, que visa reforçar a cibersegurança no setor agroalimentar, em conformidade com a Diretiva NIS2. Assim, e como sublinhou o presidente da confederação, Idalino Leão, “na CONFAGRI apostamos na inovação e na digitalização da agricultura e, através do nosso Departamento de Sustentabilidade, Inovação e Qualidade continuaremos empenhados em acompanhar os nossos associados nesta jornada rumo a uma agricultura mais moderna, inovadora e sustentável”. n

24 HUBEL VERDE APRESENTA TECNOLOGIA MARTIGNANI EM DEMONSTRAÇÃO TÉCNICA A demonstração, realizada no primeiro dia da feira profissional agrícola, em parceria com a Quinta da Alorna, evidenciou as vantagens da pulverização eletrostática face à convencional. No arranque da Agroglobal a Hubel Verde, em parceria com a Quinta da Alorna, proporcionou um “final de tarde memorável, onde a inovação e o conhecimento agrícola estiveram em destaque”. Nas vinhas da Quinta da Alorna, técnicos, agricultores e parceiros do setor puderam assistir à demonstração, no terreno, dos nebulizadores eletrostáticos de baixo volume da Martignani, tecnologia representada exclusivamente em Portugal pela Hubel Verde. Num ambiente “descontraído, mas profissional”, a sessão terminou num “agradável convívio ao pôr do sol”, sublinha a empresa especialista em engenharia agronómica e assessoria técnica agrícola, com soluções de nutrição, proteção, substratos, biotecnologia e digitalização. A adesão foi bastante positiva e o feed-back não poderia ter sido melhor. “Foi uma demonstração diferente e inovadora, muito clara, bem organizada e com todos os colaboradores sempre disponíveis”, destacou um técnico presente no evento. O encontro permitiu ainda comparar diretamente a pulverização convencional com a tecnologia Martignani, evidenciando diferenças significativas ao nível da uniformidade da aplicação, da eficiência no uso de produto e da redução de desperdícios. Esta abordagem mostrou, no campo, as vantagens de uma solução que alia eficácia técnica e sustentabilidade. Com esta iniciativa, a Hubel Verde reforça o seu compromisso em “oferecer soluções eficazes, sustentáveis e próximas dos agricultores, demonstrando na prática como a inovação pode responder aos desafios atuais da agricultura profissional”. n A ação no terreno permitiu evidenciar diferenças significativas ao nível da uniformidade da aplicação, da eficiência no uso de produto e da redução de desperdícios, face à pulverização convencional

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