BA23 - Agriterra

22 Agroflorestal), analisou os desafios da agricultura, destacando a importância do conhecimento e da investigação na mecanização agrícola. Sob o mote ‘Ensino e investigação em mecanização agrícola – alinhando competências à evolução tecnológica’, o investigador frisou a necessidade de alinhar competências técnicas com a evolução tecnológica, aproximando universidades, politécnicos e empresas. Noutra das intervenções mais aguardadas da manhã de trabalhos, Filipe Neves dos Santos, professor e investigador do INESC TEC, refletiu sobre os riscos e oportunidades da ‘Automatização e robotização na agricultura’. O especialista destacou exemplos de inovação tecnológica já em curso (caso da combinação de drones com máquinas terrestes na polinização), evidenciando como a robotização pode ajudar a colmatar a escassez de mão-de-obra e a tornar a agricultura mais sustentável. Contudo, Filipe Neves dos Santos, professor e investigador do INESC TEC. alertou: os drones aplicados à agricultura “desempenham ainda [e apenas], 20% da sua capacidade de trabalho”. Se assim não fosse, “conseguíamos fazer um registo florestal muito mais rápido”, por exemplo. Paralelamente, o future farming depende da utilização de “tratores elétricos totalmente autónomos”, defendeu. Segundo Filipe Neves dos Santos, a adoção de máquinas autónomas e sistemas inteligentes já é uma realidade em várias culturas, mas “a iliteracia digital e os custos de investimento continuam a ser barreiras” de peso na transformação da agricultura em Portugal. Sublinhando que “os concessionários terão um papel chave na introdução destas tecnologias junto dos agricultores, funcionando como ‘tradutores de inovação’”, o investigador especializado em robótica e IoT (Internet das Coisas) para agricultura e floresta concluiu que “a evolução não está só adstrita ao académico, mas também ao agricultor”. A sessão de encerramento contou com a presença de Arnaldo Caeiro, presidente da Divisão de Máquinas Agrícolas da ACAP, que reforçou o compromisso da associação em promover soluções inovadoras para o setor. Seguiu-se a intervenção do ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, que frisou a relevância da produtividade, da sustentabilidade e da capacidade empreendedora num contexto de evolução da mecanização agrícola, concluindo que esta última “é fundamental para a resiliência do setor perante as alterações climáticas e para reforçar a competitividade de Portugal nos mercados internacionais”. O evento culminou com um almoço convívio, que proporcionou um momento privilegiado de networking entre empresários, investigadores, políticos e representantes institucionais do setor agrícola. n A revista Agriterra foi Media Partner do Fórum ACAP 2025 - 'Futuro da Mecanização Agrícola'. “A iliteracia digital e os custos de investimento continuam a ser barreiras” – Filipe Neves dos Santos

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