BA3 - Agriterra

38 FITOSSANIDADE Green Deal pode gerar perdas de 330 milhões de euros/ano no rendimento agrícola em Portugal A Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas (Anipla) apresentou, em abril, as conclusões de um estudo realizado pela Agro.Ges sobre o ‘Impacto Económico da Redução de Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos na Produção Vegetal em Portugal’. Emília Freire O estudo realizado pela Agro.Ges apresenta um cenário extremamente preocupante: • 7% da totalidade da receita agrícola nacional em risco; • Perda de 200 milhões de euros em exportações; • Milho-Grão e Tomate de Indústria perderiam viabilidade económica; • Abandono das terras e mais de 900 postos de trabalho agrícola em risco; • Aumento da dependência do exte- rior e maior insegurança alimentar. Naorigemdoestudo, agora apresentado, está a intenção assumida pela União Europeia (UE) no quadro da estratégia do 'Prado ao Prato', e apresentada no Green Deal da Comissão Europeia, de reduzir a utilização de produtos fitofar- macêuticos em 50% até 2030. Preocupada como impacto económico de tal medida em Portugal, a ANIPLA solicitou à Agro.Ges um estudo com vista a avaliar quais serão as repercus- sões económicas da retirada de um conjunto de mais de 80 substâncias ativas (s.a.) consideradas em risco de perder a autorização de utilização na Europa em cinco fileiras agrícolas nacionais, considerando o território continental. Estas cinco fileiras são: a vinha para vinho, o olival para azeite, a pera rocha, o milho-grão e o tomate para indústria. O trabalho realizado pela Agro.Ges per- mite estimar perdas muito importantes em todas as fileiras: a do milho-grão e do tomate de indústria perderão a viabilidade económica por completo enquanto, nas restantes, se estimam impactos económicosmuito relevantes. O valor estimado para a perda de mar- gem bruta (MB) é de cerca de 257 milhões de euros anuais, e conside- rando apenas a receita perdida nestas cinco fileiras, as estimativas apontam para uma perda anual de cerca de 332 milhões de euros. Estes valores representam perdas de 9% do Valor Acrescentado Bruto (VAB) anual da agricultura e 7% do Rendimento anual

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