BA3 - Agriterra

MILHO 59 PLANODEAÇÃODOQUALIMILHO A estratégia de prevenção e redução das micotoxinas é complexa e o plano de ação do QUALIMILHO envolve ati- vidades aplicadas no campo e após a colheita do milho ( ver Figura 1 ). A utilização de boas práticas de gestão no campo, nomeadamente a escolha adequada da cultura precedente, o conveniente tratamento dos resíduos, a redução dos fungos patogénicos no solo, a escolha da variedade de acordo com as classes de risco, a proteção da cultura ao ataque de insetos e a antecipação da colheita são possíveis ações para reduzir os desafios asso- ciados às contaminação do milho por micotoxinas. Após a colheita, as ocorrências de micotoxinas dependemdas condições de humidade e temperatura, daí que, deve evitar-se a pré-armazenagem de grão húmido e a secagem deve ser conduzida de modo a não danificar a estrutura do grão. As condições de temperatura, ventilação e duração da secagem são fatores muito relevan- tes para a qualidade porque os grãos partidos ficam mais vulneráveis ao ataque de insetos que são vetores de fungos produtores de micotoxinas. O grão deve ser convenientemente limpo antes de armazenado e durante o armazenamento é essencial con- trolar a temperatura e humidade, e a circulação do grão poderá vir a ser necessária para garantir a estabilidade sanitária. Entre 2017 e 2021 as atividades desenvolvidas pelo QUALIMILHO compreenderam várias fases: desde a implementação e validação de metodologias para quantificação das micotoxinas, a caraterização da colheita e pré-colheita, o controle e mitigação, até ao desenvolvimento de um sistema de apoio à decisão para garantir a qualidade e segurança na fileira do milho nacional. METODOLOGIAS PARA A QUANTIFICAÇÃO DAS MICOTOXINAS De acordo com o Regulamento (CE) nº 1881/2006 consolidado com nº 1126/2007, o milho para ser classi- ficado para a alimentação humana tem como limites máximos de 4000 µg/kg para as fumonisinas, 1750 µg/ kg para DON, 5 µg/kg para aflato- xina B1, 10 µg/kg para aflatoxinas totais, 5 µg/kg para OTA e 350 µg/ kg para ZEA. A análise das micotoxinas é muito sensível, a maioria dos métodos contempla etapas de preparação da amostra em que a matriz complexa é homogeneizada e as micotoxinas são solubilizadas. Para a quantificação das micotoxinas existemmétodos de referência que são sistemas croma- tográficos de elevada resolução com diferentes tipos de deteção acoplados a detetor de massa (LC-MS/MS). No âmbito do QUALIMILHO, o INIAV implementou e validou o método de referência por cromatografia líquida de elevada resolução, acoplada a detetor de massa com analisador por tempo de voo (UHPLC-ToF-MS) para quantificar em simultâneo as aflatoxinas B1, B2, G1, G2, OTA, T2, ZEA e fumonisinas B1 (FB1) e B2 (FB2). Paralelamente, implementou também um outro método rápido, de rastreio por imunoensaio com limites de deteção inferiores ao UHPLC-ToF-MS mas que foi validado satisfatoriamente para despiste de amostras positivas para as fumoni- sinas totais (B1+B2), OTA, Aflatoxinas (G1+G2), DON, T2, Aflatoxina B1 e ZEA. Este método de rastreio quantifica as fumonisinas totais, contudo, não permite a discriminação das FB1 e FB2. Figura 1: Plano de ação do grupo operacional QUALIMILHO. FASE 2 Caracterização da colheita e pré-colheita FASE 3 Controle e mitigação FASE 4 Desenvolvimento de um sistema de apoio à decisão FASE 1 Implementação e validação de metodologias para quantificação das micotoxinas RECEÇÃO ARMAZENAMENTO CAMPO InovMilho , Coruche explorações agrícolas PRÉ-COLHEITA InovMilho , Coruche explorações agrícolas PÓS-COLHEITA AGROMAIS Golegã PRODUÇÃO AGRÍCOLA • Variedade • Adubação • Fungicidas • Tratamento do solo • Produtor / região • Culturas anteriores • Precipitação na floração • Precipitação na colheita • Antecipação colheita • Limpeza • Separação lote • Tratamento do grão • Controle da temperatura, humidade • Ventilação • Secagem D EMON S T R A Ç ÃO , D I V U LGA Ç ÃO E D I S S EM I NA Ç ÃO MO N I TO R I Z A Ç ÃO

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