BA3 - Agriterra

75 CULTURAS EM EXPANSÃO | PHYSALIS E GOJI A União Europeia, bem como as autoridades nacionais, pretendem incrementar a organização da pro- dução, para ajudar a construir fileiras e cadeias de abastecimento mais for- tes. Por isso, o facto de um produtor pertencer a uma OP aumenta a per- centagem de apoio que pode receber ao submeter umprojeto a candidatura. No entanto, esse critério acaba por ser um desincentivo a novas culturas porque seria então necessário que “se abrissem algumas exceções para culturas em fase inicial de implemen- tação, se dessem incentivos às OPs ou à criação de novas para abranger estas culturas”, defende Luís Manso. Claro que não pode haver uma OP para todo o tipo de culturas em cada ‘esquina’ mas a distribuição geográfica é, obviamente, limitadora, porque um produtor de physalis de Leiria (onde se situa a Physalusa) não pode ir entre- gar a sua fruta a uma OP de Vila do Conde (exemplo aleatório) e o facto é que existem poucas. Luís Manso quis testar e aprender antes de avançar com projetos, começou com 2.500m 2 , num terreno que era dos pais, e hoje tem 9.000 m 2 , “sendo que as estufas que estão dedicadas à physalis ocupam 2.000m 2 , como somos nós que fazemos a comercia- lização, nossa e de vários produtores associados, não dá para crescer muito”, diz-nos o produtor. Mas salienta que “é uma área que já permite ter rentabilidade, desde que tenha uma boa produtividade, e essa é uma parte que temos tentado apri- morar”. A empresa apostou muito no melhoramento genético da variedade, que tinha um índice de rachamento de 30% e, “neste momento temos cerca de 2-3% de rachamento, para além do calibre ter aumentado imenso, com uma média de 8 a 12gr”. A Physalusa já produz tambémas plan- tas necessárias à produção anual, para si e vários outros produtores e “este ano a entrega de plantas aumentou muito porque houve muito mais pes- soas a apostar na cultura, uma vez que ficaram sem os seus rendimen- tos normais”. Cada planta tem um custo entre 0,125 euros a 0,25 euros, consoante a quan- tidade encomendada e a empresa tinha, emmarço quando conversámos, cerca de 200 mil plantas a germinar. A PHYSALUSA AGRUPA A PRODUÇÃO DE 10/15 PRODUTORES A Physalusa agrupa, nesta altura, a produção de 10/15 produtores, conta- -nos Luís Manso, “que nos entregam entre 500kg a 1ton por semana, o que, nos cinco meses de campanha dá cerca de 20 a 30ton, entre ar livre e estufa”. Para a colheita, a mão de obra é um problema recorrente e, com a pandemia agravou-se, mas como a exploração tem uma produção de bacelo perto, onde trabalham essen- cialmente indianos, como não é o ano todo, “e termina precisamente quando nós precisamos, por isso, temos conseguido”. Para a physalis de ar livre, Luís Manso conta à Agriterra, que iniciam os tra- balhos de viveiro em novembro/ dezembro, com a sementeira, “depois ela fica a crescer, vai para o campo no fim de março/início de abril, já com 5-10cm, depois há adubações, podas, tutoragem, até junho-julho que é quando se inicia a produção” e o produtor frisa que “essa é uma das vantagens desta cultura: é extrema- mente rápida a produzir” “Com as podas e uma adubação correta, também perde alguma da acidez e passa a ser mais doce”

RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx