BA4 - Agriterra

74 AMENDOAL desde o início na Migdalo”. A empresa criou frascos individualizados para a amêndoa da variedades Soleta, Belona e Guara, por exemplo, e nas feiras dava a provar as três variedades para as pessoas perceberem a diferença. “Esses frascos foram um teste às varie- dades mais plantadas aqui na região [e que são mediterrânicas], usámos um painel de provadores e fizemos análises químicas a cada uma delas e encontrámos diferenças nutricio- nais, também de textura e sabor e até aptidões industriais diferentes”, explica o responsável. Miguel Matos Chaves adianta que quem estuda todas estas questões afirma que a amêndoa mediterrânica é mais rica em termos nutricionais, por exemplo em ácidos gordos, do que a americana e que é melhor em termos de sabor, mas isso já é discutí- vel. É preciso mostrar essas diferenças aos consumidores e sobretudo, pro- movê-las, porque o consumidor não as (re)conhece”. Quanto à condução da cultura, como já vários especialistas e produtores nos têm dito (e a Agriterra tem escrito nas suas edições), o diretor-geral da “A opção preferida tem sido a produção em copa, porque há muito mais informação e mais histórico. É um modelo que é sustentável, viável e rentável”, Miguel Matos Chaves Os novos amendoais a ‘pintarem de branco’ a paisagem alentejana. Migdalo afirma que “a opção prefe- rida tem sido a produção em copa, porque há muito mais informação e mais histórico. É um modelo que é sustentável, viável e rentável versus o modelo em sebe, para o qual já há alguma informação mas ainda muito desconhecimento”. A decisão de avançar para o amen- doal em sebe parece depender mais do investidor, se, por exemplo, já tem olival conduzido desta forma, entre outros fatores. De qualquer forma, Miguel Matos Chaves frisa que “dentro do modelo de produção em copa também há formas diferentes de conduzir a cul- tura de acordo com a dimensão da exploração – não é indiferente se a propriedade tem 20 ou 30ha ou se tem 300 ou 400ha –, o tipo de colheita e o tipo de solo (já que a amêndoa é muito sensível ao encharcamento), entre outros fatores”. O responsável quis ainda salientar que “embora o amendoal tenha necessi- dades hídricas um pouco superiores ao olival, precisa de menos água do que outras culturas como o milho, por exemplo, rondando os 5.000 a 6.000m 3 , em plena produção” e sub- linha: “a eficiência dos atuais sistemas de rega é enorme e, a esmagadora maioria das explorações tem tudo controlado com estações meteoro- lógicas, sondas de humidade, etc. para regar, fertilizar e fazer aplicações de fitofarmacêuticos sómesmo nas quan- tidades e locais necessários”. Apesar de já haver vários anos de conhecimento destas variedades mais plantadas no Alentejo – como a Guara, Lauranne, Belona, Soleta, Vairo, Marinada e Antonieta –, e de estarem bem adaptadas à região, refere que ainda há pouco conhecimento a nível sanitário e “várias têm-se mostrado sensíveis a algumas doenças”, pelo que é preciso estudar mais. Além de que, “há muito poucas substâncias ativas homologadas para a cultura”. Numa última nota, Miguel Matos Chaves congratula-se com a recente criação da Associação para a Promoção dos Frutos Secos, com sede em Évora, que pretende unir este setor, novo na região, e que está em crescimento. n

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