BA5 - Agriterra
13 CEREAIS de promoção do debate e do com- prometimento perante a mesma. No fundo, a Agenda de Inovação identifica os caminhos para tornar a fileira dos cereais mais competi- tiva, sustentável e preparada para o futuro", adianta. José Palha afirma que "a base da cria- ção deste centro de competências é a união de toda a fileira, colocando todo o setor a olhar para um único obje- tivo, seja a produção, a investigação ou a indústria que utiliza este tipo de produtos: os cervejeiros, a moagem e as rações". "Temos, por isso, trabalhado muito em conjunto, não só agora na defi- nição da Agenda de Inovação, mas em muitas outras atividades que a ANPOC já desenvolvia, mas que agora se integram no CEREALTECH. Este trabalho conjunto tem aproximado bastante os vários elos da cadeia, mos- trando a cada um as dificuldades e constrangimentos dos outros. Este conhecimento faz com que a criação de valor atenda a todos estes fatores e se faça de uma forma muito mais integrada e sustentada", acrescenta o responsável. É por isso que considera que, “comeste envolvimento, e comprometimento abrangente, damos um passo deter- minante para qualificar as empresas e reforçar a intervenção dos agentes de desenvolvimento rural no que respeita à importância da inovação como um dos pilares para a sustentabilidade e incorporação de valor, com impacto nas fileiras, nos seus agentes e nos territórios rurais”. Sobre a articulação com as políticas públicas, nomeadamente o Ministério da Agricultura, José Palha recorda que "Portugal tem um défice crónico no grau de autoaprovisionamento de cereais, base da alimentação humana e animal. Na CE apenas Malta tem um grau de autoaprovisionamento inferior a Portugal". “NEM SEMPRE AS AÇÕES DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA CORRESPONDEM ÀS NECESSIDADES DOS AGRICULTORES” No caso do trigo mole panificável, por exemplo, a nossa autossuficiência é de apenas 5%. "Por esta razão, foi criada e aprovada em Conselho de Ministros, já em 2018, a Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais, que identificava uma serie de medidas para contrariar esta situação, muitas dependentes da produção, e outras dependentes da ação política. Das que dependem de nós, mui- tas já estão em prática. Destaco o já referido reforço da Agenda de Inovação, a dinamização da pro- dução de semente certificada e de genética nacional através da Lista de Variedades Recomendadas e a valorização da produção nacional, com a marca 'Cereais do Alentejo' que tem tido uma enorme aceita- ção por parte do consumidor e um crescimento exponencial. Já no que depende da política, estamos mais céticos", explica. Contudo, lamenta José Palha, "nem sempre as ações do nosso Ministério correspondem às necessidades dos agricultores e da agricultura portu- guesa, esquecendomuitas vezes o que é estratégico, optando por escolhas cujo propósito é meramente político". Neste momento, e depois de o Ministério ter deixado cair a medida do pagamento ligado aos cereais, “suspendemos a nossa participação na Comissão de Acompanhamento da Estratégia. Mas vamos ver como evolui esta situação”, contextualiza. “A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA É O ÚNICO CAMINHO PARA A SUSTENTABILIDADE ECONÓMICA E AMBIENTAL” No que respeita à inovação que com- porta o CEREALTECH, José Palha realça que a tecnologia na agricultura tem tido, nos últimos anos, "evoluções extraordinárias, o que tem permitido
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