BA5 - Agriterra

ENTREVISTA 17 do reconhecimento da produção nacional e do caráter essencial do setor para o desenvolvimento socioeconó- mico do País. Recordo, aliás, que o Instituto Nacional de Estatística, nas Estatísticas Agrícolas de 2020, considerou que a atividade agrícola mostrou “uma resiliência que não foi patente em muitos outros setores da atividade económica nacional”. Por isso, como Presidente do IFAP, mas também como consumidor, quero aqui deixar uma palavra de agrade- cimento e de reconhecimento ao setor agrícola. Aliás, já que falamos em lições, uma das mais importantes passa exatamente pela materialização da relevância e do peso deste setor na vida de todas e de todos. Sendo o IFAP um organismo essencial para a boa saúde financeira das empresas, como correu a ges- tão das verbas durante a pandemia e que papel tem hoje o IFAP para o setor produtivo agrícola? Como organismo pagador, o IFAP assume umpapel essencial ao bom funcionamento do setor agrícola, nomeadamente no âmbito da Política Agrícola Comum (PAC), através de uma gestão dos apoios e incentivos que assegure a con- formidade com a regulamentação comunitária e nacional e, dessa forma, garanta o financiamento aos agricultores. Um papel que se tornou ainda mais evidente no contexto pandémico que vivemos. A ação do IFAP, numa articula- ção próxima com o Ministério, foi crucial para assegurar, a todo o momento, uma resposta eficaz às necessidades do setor. Recordo que o IFAP conseguiu implementar, em tempo recorde, mecanismos de reforço à tesouraria das empresas, antecipando pagamentos, quer através de rosto ao setor agrícola e que apostam no nosso País, valo- rizando a diversidade e a riqueza do nosso território. Um setor que, mesmo em tempos difíceis, não baixa os braços e não desiste de inovar e de encontrar soluções. Adapta-se e está sempre disponível para dialogar e cooperar. É por isso que, sendo umgrande desafio liderar o IFAP, é também uma oportunidade única e umprivilégio difícil demensurar. A pandemia afetou todos os setores, mas a Agricultura e o agroalimentar nunca pararam. Os dados também demonstramque foram áreas que revelaram alguma resiliência. Que lições, apesar disso, se podem retirar de futuro para o setor agrícola? O contexto que atravessamos surge marcado por desafios ímpares, sem precedentes, cuja superação nos convoca a todos. Num cenário em que já não podemos negar os efeitos das alterações climáticas, a pandemia de Covid-19 e os seus impactos vieram clarificar a urgência da transição. Esta é, sem dúvida, uma das lições que fica da pande- mia: não podemos adiar mais aquilo que é o garante do nosso futuro e temos de procurar estabelecer um compromisso coletivo, multidisciplinar e sem fronteiras na resposta aos efeitos das alterações climáticas. Uma resposta que passa pela digitalização, pela tecnologia, pela investigação e pela capacitação. Não desistindo de inovar, o setor agroalimentar demonstrou a sua resiliência e capacidade de resposta. Não parou e nada faltou, mesmo nos períodos mais críticos. Continuaram a ser garantidos produtos seguros e de qualidade e o bom desempenho ficou ainda evidenciado nos números das exportações registados em 2020 – prova indiscutível Como organismo pagador, o IFAP assume um papel essencial ao bom funcionamento do setor agrícola, nomeadamente no âmbito da PAC, através de uma gestão dos apoios e incentivos que assegure a conformidade com a regulamentação comunitária e nacional e, dessa forma, garanta o financiamento aos agricultores

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