BA5 - Agriterra

ENTREVISTA 21 ambientais e climáticos, em linha com o Pacto Ecológico e com a Estratégia 'Do Prado ao Prato', a nova PAC vai trazer oportunidades também no campo da transforma- ção digital, como já ficou evidente. Vamos otimizar essas oportunidades e apostar na implementação de ferramen- tas que simplifiquem a vida dos agricultores, agilizando a interação e os processos, sempre com base em mais e melhor informação. Assim, a par da implementação de um sistema de infor- mação que pretende, entre outros objetivos, dar resposta a uma verdadeira simplificação da PAC para o agricultor, na medida em que lhe permitirá um melhor conheci- mento do desenvolvimento da sua atividade, foi lançado, recentemente, como já referi, o Portal da Agricultura (agri- cultura.gov.pt ). O Portal da Agricultura providencia um ponto de con- tacto único com o agricultor, concentrando os serviços do Ministério da Agricultura a disponibilizar, integrando dados e informação sobre a atividade do agricultor e simplificando processos e procedimentos. Passamos a ter uma visão única e integrada, dispensando a obriga- toriedade de acesso a múltiplos portais e plataformas, bem como o transtorno de realizar diferentes registos e logins. Por outro lado, o Portal vem potenciar a intero- perabilidade de diversos sistemas de informação ou a atualização dos mesmos. Destaco ainda o desenvolvimento e implementação de diversas ferramentas e aplicações que, para além respon- derem a exigências da nova PAC e de agilizarem ações de reporte e controlo, permitirão, ao agricultor, o fácil acesso a dados sobre a sua atividade, essenciais à gestão e à tomada de decisão. Dados que serão ainda importantes para um uso mais eficiente dos recursos e, consequen- temente, para proteção do ambiente. O agricultor encontra-se, deste modo, no centro da estra- tégia digital do Ministério, o que possibilita, por um lado, garantir uma visão 360º, assente em mais dados, e, por outro, disponibilizar, ao agricultor, mais informação rela- tiva à sua atividade, bem como uma simplificação dos processos na ótica do utilizador. No que respeita à agilização de candidaturas e sim- plificação de processos, muitos agricultores ainda se queixam da morosidade e da complexidade dos procedimentos. Que radiografia é possível fazer sobre esta realidade, no caso, do ponto de vista do IFAP? Em que pontos se pode melhorar? Falamos de mais de 180.000 beneficiários. E embora trabalhemos, diariamente, para satisfazer todas as neces- sidades e ir ao encontro das expectativas, sabemos que será sempre possível fazer melhor. As queixas e suges- tões que recebemos contribuem para este processo de constante evolução. O IFAP tem uma política de melhoria contínua e isso é evidente no nosso dia a dia. Os processos têm vindo a ser, sempre que possível, melhorados. Por exemplo, com o reforço da interoperabilidade, a informa- ção fluirá, haverá mais comunicação entre plataformas e, gradualmente, deixará de ser necessário comunicar dados já reportados. Além disso, os formulários tendem a ser cada vez mais simples, os prazos mais eficientes e a aposta no regime “custos simplificados”, ao nível do investimento, cada vez mais reforçada. As alterações climáticas são umdos grandes desafios atuais e futuros da Agricultura portuguesa. Em que é que esta PAC 2023-2027 poderá, de facto, fazer a diferença na mitigação do problema? Os efeitos das alterações climáticas têm de ser uma preo- cupação partilhada por toda a sociedade. Estamos todos convocados para integrar a resposta a este desafio. A Agricultura não é exceção, pelo contrário. É um setor fulcral para que a Europa possa vir a ser o primeiro continente climaticamente neutro em 2050. Neste contexto e como já referi, a nova Política Agrícola Comum traz o reforço das ambições ambientais, mas tam- bém dos apoios associados a essa componente. Tem de ser garantida uma transição climática justa e inclusiva e, para isso, temos de garantir o essencial apoio aos agricul-

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