BA5 - Agriterra
AGRICULTURA DE CONSERVAÇÃO 52 A AGRICULTURA DE CONSERVAÇÃO E UM EXEMPLO DE EXPERIMENTAÇÃO EM PORTUGAL: PROJETO CAMA Gabriela Cruz 1 ; Ana Paiva Brandão 1 ; Ricardo Vieira Santos 1 ; Ana Sofia Almeida 2 ; Benvindo Maçãs 2 , José Coutinho 2 , Armindo Costa 2 1 APOSOLO 2 INIAV – Elvas Esta é a primeira parte de um artigo centrado no projeto CAMA. A segunda parte será publicada na edição n.º 6 da Revista Agriterra. A AGRICULTURA DE CONSERVAÇÃO A Agricultura de Conservação/ Regenerativa (AC) , considerando a definição da FAO (FAO, 2021), cons- titui uma abordagem à agricultura regenerativa e sustentável que assenta em 3 princípios: • distúrbiomínimo do solo/semmobi- lização – nãomobilização, sementeira direta ou mobilização na linha; • cobertura permanente do solo - palha, restolho e culturas de cobertura; • diversificação de culturas – rotações, sequências e/ou consociações de culturas económica, ambiental e socialmente adaptadas. A AC inclui sistemas de sequeiro e regadio como: • culturas anuais; • culturas perenes; • sistemas agroflorestais; • sistemas agropecuários; • pastagens. A Mobilização de Conservação (MC) de acordo com Reicosky (2015): • inclui um vasto conjunto de práticas de mobilização cuja intensidade de mobilização é inferior às práticas convencionais; • considera a cobertura do solo com resíduos/biomassa de culturas; • promove o aumento da infiltração de água e redução da erosão. As práticas de AC, apesar de não serem aplicáveis a todas as culturas e em todas as condições edafoclimáticas, apresentam as seguintes vantagens (Mansinho et al. , 2018): • redução dos custos demobilização e preparação do solo para a sementeira; • aumentodo teor emmatéria orgânica e da biodiversidade do solo; • melhoria da estrutura do solo, diminuindo os problemas de enchar- camento emádrenageme facilitando a transitabilidade; • redução de emissões de gases de efeito de estufa e sequestro do car- bono no solo. As desvantagens identificadas no curto prazo são (Mansinho et al. , 2018): • custos elevados de aquisição de equi- pamento adequado e da formação dos operadores; • limitação de oferta do tipo de discos, emPortugal, dificultando adifusãodas práticas de AC em algumas culturas; • necessidade de experimentação, como por exemplo a escolha de técnicas a utilizar em determinadas culturas. Em Portugal as culturas para as quais existe experiência consolidada em AC são os cereais, as pratenses, as legumi- nosas, o girassol, estando generalizado o enrelvamento das entrelinhas das culturas permanentes (olival, vinha e fruteiras) (Mansinho et al. , 2018).
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