BA5 - Agriterra
57 LEGUMINOSAS rotação de culturas, mas em sequeiro não existem muitas alternativas e o grão-de-bico é uma alternativa ren- tável e ecológica, porque fixa azoto atmosférico, melhorando a fertilidade do solo", explica José Azoia. A Lusosem disponibiliza a semente e assistência técnica aos agricultores interessados em produzir a variedade de grão-de-bico ‘Casal Vouga’, que têm a possibilidade de escoamento da pro- dução através da Egocultum, que tem acordos estabelecidos com indústrias alimentares nacionais e estrangeiras para venda do grão. A conta de cultura ronda os 650 a 700 euros/hectare (excluindo a renda da terra). Os agricultores podem benefi- ciar de um apoio suplementar através das medidas agroambientais, ao inte- grar o grão-de-bico numa rotação de culturas. "As leguminosas, como o tremoço e grão-de-bico, vêm enriquecer o já vasto catálogo de semente certificada da Lusosem. A rotação de culturas, a dinamização e desenvolvimento de formas alternativas de aportar azoto Cada português consome, em média, 2,6 kg de grão-de- -bico por ano Os agricultores que o pretendam podem adquirir a semente de grão-de-bico ‘Casal Vouga’ inoculada com rhizobium (potenciador da fixação de azoto), tricodermas (para controlo de fusarium) e micorrizas (potenciam o desenvolvimento do sistema radicular da planta). Este tratamento potencia a produção e a sanidade da planta. PORTUGAL PRODUZ APENAS 7% DO GRÃO-DE-BICO QUE CONSOME Em 2020, Portugal produziu 2.890 toneladas, um volume que está longe de suprir as necessidades do nosso País nesta leguminosa. Na realidade, a produção nacional cobre apenas 7,4% do grão-de- -bico consumido, significando que importamos a maior parte do estrangeiro, com uma enorme pegada ecológica associada. Segundo os dados mais recentes do GPP, relativos a 2019, Portugal importa 41.572 toneladas de grão-de-bico, no valor de 25,8 milhões de euros. Da Argentina chega quase metade do total, seguido da Etiópia, Canadá, Espanha e Brasil. VANTAGENS DE PRODUZIR GRÃO-DE- -BICO ‘CASAL VOUGA’ • É uma culturamuito bemadap- tada ao clima mediterrânico e ao sequeiro. • Excelente escolha para inte- grar num plano de rotação de culturas, do ponto de vista agro- nómico, ecológico e económico. • Não necessita de grande investi- mento emmaquinaria agrícola, caso já seja produtor de cereais. • Ao investir em semente portu- guesa contribui para a economia nacional e para a redução da pegada ecológica da produção e consumo de alimentos. ao solo são objetivos para os quais a cultura do grão-de-bico pode dar um importante contributo", afirma Filipa Setas, responsável de desenvolvimento e marketing da Lusosem. O acordo de colaboração entre a Lusosem e a Egocultum passa pelo desenvolvimento e introdução nomer- cado nacional de outras espécies e variedades de leguminosas ao longo dos próximos anos, nomeadamente, o chícharo e o feijão-frade. Colheita de grão Casal Vouga.
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