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73 CULTURAS EM EXPANSÃO | ERVAS AROMÁTICAS o MEDISS – Mediterranée Innovation Senteurs Saveurs (MED), "durante o qual nos apercebemos da necessidade de apoiar o desenvolvimento do setor das PAM em Portugal, na época a dar os primeiros passos. Quando aquele financiamento acabou, o mesmo não aconteceu com o EPAM, que ainda hoje se mantém em funcionamento", contextualiza. E tal acabaria por se consolidar como uma propostametodológica e umcon- junto de ferramentas visando promover um ambiente geral de colaboração estratégica, entre produtores e entre estes e outros agentes relevantes para o setor, como os da área da investi- gação, como suporte da criação de um ambiente favorável à geração e difusão da inovação. "São eixos-chave desta intervenção, que haveria de se ter como interessante para a animação de (também outros) setores emergentes: conhecer, (in)formar, ligar, potenciar", explica Maria Clara Lourenço. Tendo sido reconhecida como boa prá- tica de inovação social ao serviço do desenvolvimento rural, o EPAM con- tinua a evoluir e a projetar-se noutros setores e territórios. O próximo passo "é construir um modelo para a sua sustentabilidade", uma vez que as atividades têm sido mantidas através de programas de financiamento muito diversos (umas financiadas por um, outras por outro…) e descontínuos e, em particular, com trabalho voluntário. "Uma coisa é certa: o futuro será certamente desenhado em conjunto com os produtores de PAM", assegura. Sobre a radiografia do setor, a Gestora de Projetos da ADCMoura é clara: "não há informação estatística reco- lhida regularmente. E, para dificultar, estamos a falar de um setor muito heterogéneo, onde cabem plantas aromáticas, medicinais, condimen- tares, de perfume, secas ou frescas, óleos essenciais e outros extratos… des- tinados aos mais diversos setores de transformação (agroalimentar, cosmé- tica, saúde, higiene e limpeza, entre outros), o que torna ainda mais difícil traçar uma caraterização geral". Olhando para os números de produ- tores inscritos em MPB nas PAM "(a imensa maioria produz emmodo bio- lógico… certamente uma muito maior proporção do total que nos restantes países concorrentes), regista-se algum crescimento". Refere que está em curso um novo estudo, baseado num inquérito à produ- ção e liderado pelo CCPAM – Centro de Competências das Plantas Aromáticas, Medicinais e Condimentares (https:// ccpam.pt), a s er publicado brevemente. "Aminha perceção é a de que, embora muitas empresas tenham nascido e morrido nesta década, algumas têm crescido e se consolidado, melhorando os métodos de produção e desenvol- vendo estratégias de negócio mais sustentáveis", afiança. E como se tem inovado? À pergunta, Clara Lourenço responde: "quando o EPAM surgiu, o setor estava numa fase ainda muito incipiente. Claro que já havia empresas a operar, algumas até há já alguns anos, mas penso que se pode dizer que foi no arranque dos anos 2010 que se notou a necessi- dade de afirmar Portugal como um país produtor de PAM. Por se tratar de uma área de atividade nova e muito particular (o MPB sendo a regra aqui e não noutros países; as explorações sendo muito pequenas), foi generali- zadamente reconhecida a relevância de se partilharem experiências e sabe- res e de se desenvolverem formas de colaboração emdiversas áreas (embora não tanto nos formatos cooperativo ou associativo). Creio que posso afirmar que o EPAM foi (e é) simultaneamente beneficiário e impulsionador daquela dinâmica", frisa. Uma energia (comdiversas outras fon- tes) que também viria a dar origem ao CCPAM, com o qual se pretende “Não há informação estatística recolhida regularmente. E, para dificultar, estamos a falar de um setor muito heterogéneo, onde cabem plantas aromáticas, medicinais, condimentares, de perfume, secas ou frescas, óleos essenciais e outros extratos…”

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