BA6 - Agriterra

PRAGAS E DOENÇAS NA FRUTICULTURA 26 queda prematura. Na casca dos frutos maduros, formam-se lesões salientes com forma, tamanho e cor diferentes de acordo com a espécie e cultivar. Formam-se protuberâncias dispersas que podem coalescer em manchas escamosas ou extensas áreas de erupções finas que não se estendem para o interior do fruto. As pústulas de E. australis sãomaiores, mais lisas e circulares do que as de E. fawcettii, que são tipicamente irregulares, verrucosas e fissuradas (Fig. 2 d-g). A dispersão fungo ocorre pela disseminação dos esporos formados nas superfícies das pústulas, através de gotas de água (chuva, rega) e vento. Esta doença é comum em condições quentes e húmidas (subtrópicos húmidos e trópicos mais amenos), sendo também favorecida por pomares densos e sombreados. Pseudocercospora angolensis provoca a cercosporiose dos citrinos em várias espécies sendo laranja, tangerina e toranja os principais hospedeiros. Os frutos infetados perdem o valor comercial e ataques severos podem provocar desfoliação intensa. O fungo está disperso por vários países de África (Fig. 1). Este fungo pode afetar folhas, frutos e raramente caules. Nas folhas os sintomas aparecem principalmente na página inferior, inicialmente formam-se manchas amarela-esverdeadas que com a maturação aumentam de tamanho (4–10 mm) e escurecem ficando com a margem castanha e um halo amarelo, o centro da lesão pode secar e cair deixando umburaco. Durante o tempo húmido, as lesões Figura 2. Sintomas causados por Phyllosticta citricarpa (a–c), Elsinoë spp. (d–g) e Pseudocercospora angolensis (h–k) em citrinos. tornam-se pretas. Em frutos jovens, formam-se lesões necróticas circulares ligeiramente afundadas com um anel elevado, dando ao fruto uma aparência empolada e eventual queda prematura do fruto. (Fig. 2 h – k). Em condições naturais o fungo dispersa-se por esporos através do vento, chuva, insetos. A sua distribuição por zonas quentes e húmidas sugere fraca adaptabilidade ao climamediterrânico. Devem ser feitos todos os esforços para prevenir a introdução destes fungos nos pomares portugueses, cabendo às entidades competentes controlar a importação de frutos infetados, no entanto os produtores devem estar atentos, obtendo plantas em viveiros com certificação fitossanitária. n

RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx