ENTREVISTA 77 a fazer, uma vez que os indicadores de vacinação eram francamente positivos. Por outro lado, tínhamos muitos clientes que nos tinham transmitido que nos apoiariam com a sua presença, mas tudo isto foi feito tendo sempre presente que, em 2022, a AGRO iria voltar à sua data tradicional. Desse facto, demos desde logo conhecimento a todos os nossos clientes, e até à data o acolhimento tem sido muito positivo. O grande objetivo é o de se conseguir uma AGRO próxima do patamar que se tinha atingido em 2019. Que balanço fizeram da edição do ano passado e que impacto teve e ainda poderá vir a ter a Covid-19 na plena realização da feira? A feira de 2021 aconteceu em condições extraordinárias, originando um conjunto de desafios, quer para nós, quer para todos os que estiveram presentes (expositores e público). Num ano que sabíamos que ia ser particularmente difícil, conseguimos, ainda assim, contar commais de 16 mil visitantes e perto de uma centena de expositores, com o pavilhão do Altice Forum Braga preenchido e com o espaço parque de estacionamento também composto. Com o apoio dos nossos clientes, foi possível ter a presença da maquinaria, de empresas de referência do setor, dos animais e seus concursos, assim como dos tradicionais restaurantes. Foi uma clara demonstração de que, apesar das limitações provocadas pela pandemia, era possível realizar com segurança uma feira de grande dimensão. É inegável que a Covid-19 teve influência e impacto na feira, e que provavelmente também irá ter na edição deste ano. Mas temos de ser nós, os organizadores, a dar a motivação para que os clientes estejam presentes e, quando refiro motivação, não me estou a focar na componente: preço. Estou a referir-me à criação de condições de segurança e à implementação de um plano de comunicação que transmita confiança aos nossos clientes e, finalmente, à criação de motivos de atração de público. A decisão de avançarmos com a feira emmarço teve também em conta o estado da pandemia em Portugal e na Europa. Estamos a entrar numa fase endémica e, como tal, a atingir uma “normalidade” quase plena. Quantos expositores tencionam ter este ano e em que áreas de representatividade do Mundo Rural? Como já referi, o objetivo é o de nos aproximarmos dos números alcançados em 2019. Entre expositores diretos e indiretos pretendemos chegar à centena e meia. As áreas são as tradicionais neste tipo de feiras: rações, químicos e fertilizantes, sementes, genética e nutrição animal, energia, ambiente e tecnologia entre outros. A AGRO é a principal feira agrícola do Norte do País. Que importância tempara as empresas, agricultores e setor em geral na região? Esta é uma feira que congrega áreas e setores bastante diversificados, sendo também atrativa de públicos provenientes da Galiza, o que contribui significativamente para a afirmação desta feira como uma das mais importantes. Conseguimos, nesta feira, dar visibilidade aos produtores que, todos os dias, estão envolvidos com os alimentos que comemos. No fundo, trazemos até ao Altice Forum Braga o mundo rural, dando espaço para que o público descubra as particularidades de cada raça ou produto representado. A nível de colóquios e conferências que temas terão destaque na edição de 2022? Estamos a ultimar os detalhes com os nossos parceiros de organização de atividades paralelas. Este ano vamos contar, pela primeira vez, com a colaboração do INIAV, para além da CONFAGRI, da FORESTIS entre outros. Os temas serão centrados no futuro, em particular na inovação e tecnologia do setor, bem como refletiremos sobre a nova PAC. Como encara atualmente o setor agrícola a norte do País e que desafios e constrangimentos consideram que molda a Agricultura local e regional? A visão que temos do setor é aquela que os nossos clientes nos transmitem. Atualmente, atravessam um período muito difícil, provocado principalmente pelo agravamento do custo dos combustíveis e pela falta de capacidade dos fabricantes em entregar equipamentos. Um setor que tradicionalmente está na AGRO é o leiteiro, e aqui, segundo nos transmitem clientes e produtores, as dificuldades são enormes, com o preço do leite a não cobrir as despesas. Daí a importância de uma AGRO, não só para chamar a atenção para estes problemas, como também contribuindo para a resolução dos mesmos. Por fim, que mensagem gostaria de deixar a todos os que tencionam visitar a AGRO? Este pode ser o regresso da normalidade no que respeita a esta tipologia de feiras. Iremos, tal como em 2021, mostrar que vir à AGRO é 100% seguro, quer para o público, quer para os expositores. n
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