BA7 - Agriterra

62 MAQUINARIA Devido ao sistema ISObus (uma linguagem de comunicação entre o trator e a alfaia), todas as instruções que queremos dar à máquina que temos ligada ao trator – pulverizador, distribuidor de adubo, etc. – podemos fazê-lo a partir da cabine do trator, onde também recebemos todos os dados da tarefa em tempo real, permitindo fazer os ajustes necessários a cada momento, explica o responsável do projeto. Por exemplo, no nosso trator de demonstração, existem dois ecrãs, sendo um para as funções do trator e o outro dedicado às funções de agricultura de precisão – “onde temos toda a informação que vem da máquina operadora, é também aqui que carregamos toda a informação de cartografia digital e é daqui que seguem para a máquina as instruções previstas nessa cartografia”, descreve, adiantando que “ao possuir este protocolo de comunicação o agricultor possa depois adquirir e utilizar uma alfaia de qualquer fabricante independentemente da marca do trator. Luís Alcino acrescenta ainda que “mesmo que o agricultor tenha um trator mais antigo, pode optar por comprar uma linha ISObus dedicada e ligá-la ao sistema de autoguiamento do trator e passando a ter as funcionalidades de origem de um sistema ISOBUS. INFORMAÇÃO AGRONÓMICA: UMA DECISÃO DO AGRICULTOR Como se pode ver nos tutoriais disponíveis no canal de Youtube do ISOmap Forragem, há possibilidade de se carregarem várias ‘camadas’ de informação no sistema, de forma a dar instruções o mais completas possível às alfaias. Por exemplo, de acordo com a carta de NDVI da cultura (que se pode ir buscar à plataforma Sentinel), em conjunto com as informações da mesma parcela dadas pela condutividade elétrica do solo e da ceifeira na campanha anterior, tendo em conta o clima registado e previsto, o agricultor define então as doses de adubo (por exemplo) que quer aplicar em cada zona que o NDVI identifica. Entremuitas outras informações e análises que podem ajudar o agricultor a decidir as quantidades de herbicida, adubo, etc. a aplicar, Luís Alcino refere que nos ensaios que estão a fazer na Comenda, para as várias parcelas e misturas forrageiras (três misturas com base em gramíneas e leguminosas – azevéns, triticale e trevos anuais), “a partir da condutividade elétrica do solo foi feita a avaliação física, química e biológica do solo (azoto, fósforo, potássio, matéria orgânica, etc.), à qual se juntam dados de deteção remota com origens em diferentes plataformas, nomeadamente a plataforma Sentinel e imagens áreas obtidas por voos de baixa altitude com um drone. Cruzamos esta informação também com amostras georreferenciadas da forragem que temos no terreno e com dados de anos anteriores, porque temos o pivot no mesmo local do projeto MechSmart Forages que fizemos anteriormente, e ainda com imagens de matéria verde e seca, bem como com algumas avaliações bromatológicas, como teor de proteína bruta e de fibra”. Nestes ensaios, de acordo com o ano meteorológico a condução dos cortes da forragem é feita com a utilização doas animais, e ou com cortes mecânicos para fenossilagem e feno. Em regra o restolho é sempre pastoreado de um ano para o outro já. Luís Alcino adianta que todos os resultados irão sendo atualizados no site e no canal de Youtube do projeto: https:// isomapforragem.ipportalegre.pt/ n Todas as máquinas têm o sistema ISObus para que todos os dados fiquem disponíveis e possam ser analisados, salienta Luís Alcino.

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