75 OLIVAL A consequência do ataque do olho- -de-pavão nas folhas é a desfoliação (queda das folhas), que reduz o potencial produtivo da oliveira ao longo do ciclo. Portanto, é importante manter as árvores saudáveis da primavera. Quando ocorrem ataques de olho-de- -pavão no fruto, observam-se pequenas manchas de cor castanha a negra e de tamanho variável. À medida que a azeitona amadurece, todo o fruto muda de cor à exceção destas manchas, que permanecem verdes. É um sintoma caraterístico do ataque de olho-de-pavão. A evolução do olho-de-pavão no fruto faz com que as azeitonas sequem, fiquem enrugadas e gretadas, acabando por cair para o solo quando a doença afeta o pedúnculo. Isto causa uma perda direta de rendimento na colheita e uma perda notável de qualidade. CICLO DO OLHO-DE-PAVÃO Para implementar medidas adequadas de controlo do olho-de-pavão, é importante conhecer o seu ciclo biológico no olival, desta forma conseguimos saber com precisão em que momentos a doença é mais agressiva, quando entra emperíodo de inatividade e quais os momentos ideais para a controlar. Uma caraterística que faz do olho-de- -pavão uma doença perigosa é a sua extraordinária capacidade de sobreviver em condições adversas e a sua grande capacidade de propagação. O fungo sobrevive tanto em folhas caídas no solo, como em folhas infetadas que permanecem na árvore. Embora a germinação deste fungo ocorra ao longo do ano, existem dois períodos críticos para a propagação da doença: no outono, durante os meses de setembro a novembro, e na primavera, durante os meses de fevereiro a abril. Estas duas épocas caraterizam-se por terem as condições ideais (clima mediterrânico) para a germinação, que são: • Presença de humidade elevada devido à precipitação • Temperaturas de 8°C a 24°C Com estas condições climáticas começa o ciclo do olho-de-pavão: o micélio penetra na epiderme das folhas, cresce e desenvolve-se dentro das folhas. Quando o fungo frutifica produz os conídios (corpos frutíferos) que produzem os esporos. Os esporos têm uma viabilidade e infeciosidade
RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx