84 AGROFLORESTAL: RADIOGRAFIA DO SETOR que é inferior a 1% do financiamento previsto para o Plano Estratégico da PAC para Portugal”, constata Francisco Ferreira, que acrescenta que sem a produção e sistematização de conhecimento territorialmente relevante, e semmecanismos para a sua dispersão aos agentes que fazem a gestão do território, é impossível fazer as melhores escolhas quanto às ferramentas a usar e a sua incorporação em velhos e novos modelos de gestão. “Se ao invés de uma gestão florestal centrada no conhecimento nos focarmos num gestão condicionada por pacotes tecnológicos, estaremos a implementar sistemas modulares não integrados que poderão ter custos acrescidos, sobretudo no ponto de vista socio-ambiental. É um erro que já não temos justificação moral para voltar a cometer”, afirma. O ambientalista considera que se deveria olhar para “abordagens e métodos de gestão que incorporam o conhecimento local e as condições socioambientais existentes, juntando- -lhe o conhecimento de vanguarda produzido pela investigação científica no âmbito do funcionamento dos ecossistemas, em abordagens como a agroecologia (FAO)”. Só depois, então, incorporar a tecnologia adequada para maximizar os efeitos desejados. PRODUTORES FLORESTAIS: O PROJETO DA NAVIGATOR QUE AJUDA OS PROPRIETÁRIOS A Navigator tem levado a cabo todo um conjunto de ações para preservar e desenvolver a floresta. Dirão ”ah, mas é do seu interesse”. Sim, é. Mas, como explica José Luís Carvalho, responsável pelo departamento de inovação florestal da Navigator, a empresa vai para além do que era suposto. A empresa criou o projeto Produtores Florestais onde apoia os proprietários florestais, dando formação sobre boas práticas florestais e apelando à certificação. Algo que não apenas beneficia o meio ambiente, mas, também, a carteira, porque a madeira certificada é valorizada acima da não certificada. A ajuda passa também pelo aconselhamento dasmelhores culturas e adubo a utilizar. Todo um conjunto de (boas) práticas que depois se vão traduzir, como refere José Luís Carvalho, emmais madeira, A Navigator tem levado a cabo todo um conjunto de ações para preservar e desenvolver a floresta. menor risco – os terrenos estão limpos e por isso há menos combustível nas matas – e em ser mais bem visto por parte da população. O apoio da Navigator vai mesmo ao ponto de servir como “médico” quando um proprietário tem um problema e pede ajuda. Os técnicos da empresa deslocam-se à propriedade e tentam perceber se o problema se deve a falta de nutrientes ou a alguma praga, passam uma “receita” e acompanham o tratamento para ver se a questão fica efetivamente resolvida. “É um serviço totalmente gratuito”, afirma José Luís Carvalho, estando apenas condicionados à disponibilidade dos recursos. A receção ao novo programa da Navigator tem sido enorme. “Para nós tambémé gratificante porque estamos a fazer a diferença, estamos a mudar e a ajudar as pessoas”, refere José Luís Carvalho. A par disto a empresa está a trabalhar no sentido de conseguir ajudar os proprietários a saberem exatamente que madeira (e quantidade) têm na sua propriedade. Utiliza ainda tecnologia como drones para controlar pragas e doenças.
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