BA7 - Agriterra

AGROFLORESTAL: RADIOGRAFIA DO SETOR 87 Quais são, para a UNAC, os principais desafios da floresta portuguesa em 2022? A partir de dezembro de 2019, com o Pacto Ecológico Europeu, a importância das florestas portuguesas, e não só, foi reconhecida em termos do combate às alterações climáticas. Esse é, neste momento, o maior desafio que se coloca internacionalmente e que está diretamente ligado aos desafios nacionais – a prevenção em termos de incêndios florestais, a gestão agrupada das áreas de minifúndio e a transmissão fiável e realista à sociedade da relevância da floresta nos seus pilares de sustentabilidade – viabilidade económica, desenvolvimento rural e conservação de valores de biodiversidade e habitats. As alterações climáticas, os incêndios, as pragas e doenças, mas também a gestão florestal são apenas alguns dos temas que marcam a sustentabilidade das florestas portuguesas, como refere. Como está o País preparado (e o que se tem feito) para dar resposta a estes problemas que afetam, emuito, o setor? Apesar do que se tem feito, e do que os agentes do setor têm proposto, o País não está preparado para o combate a estes desafios. Ao nível da problemática dos incêndios, a necessária transição do combate para a prevenção, para além de legislação e fiscalização, precisa de estratégia e mecanismos de compensação adequados aos proprietários florestais sobre os quais caiu desde 2017 o ónus da prevenção, nomeadamente nas áreas periurbanas. Esta deve ser uma competência do Estado, a defesa das populações, tendo necessariamente os proprietários florestais de serem ressarcidos desse custo, em florestas com as caraterísticas sócio económicas como as nossas – taxas de recuperação de capital de longo prazo e estruturas fundiárias que dificultam a rentabilidade da gestão e exploração florestal. No combate às pragas e doenças, a situação é igualmente difícil. Este combate só é possível com muito conhecimento e investigação, em projetos de longa duração, e os modelos de financiamento da investigação em Portugal não conseguem assegurar a estabilidade desta pesquisa. Para além disso, para combater pragas e doenças é preciso conhecer, em tempo real, o que está a acontecer, e não existemmecanismos de monitorização da sanidade florestal em curso atualmente disponíveis. Comuma extensão superior a trêsmilhões de hectares, a floresta é o principal uso do solo emPortugal e ocupa mais de um terço do País. Contudo, a desertificação e algumas más políticas na área do desordenamento têmprejudicado o bomuso da floresta nacional. Quais têmsido os principais erros cometidos e onde é essencial trabalhar de forma intensiva? A desertificação não irá atingir o território nacional de forma indiferenciada. Será principalmente no sul e no interior que estes fenómenos serão sentidos com maior

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