BF10 - iAlimentar

ENTREVISTA 18 JOSÉ ESPÍRITO SANTO, STRATEGY, CFO E INVESTOR RELATIONS NA CELL4FOOD “A carne cultivada só será uma verdadeira alternativa quando houver capacidade industrial instalada” Gabriela Costa O investimento em agricultura celular explodiu nos últimos anos e, atualmente, 150 empresas em todo o mundo apostam sobretudo em espécies de volume (frango, porco, vaca) e em produtos mais caros e exclusivos, como wagyu, salmão, atum rabilho, foi-gras ou caviar. Em Portugal, a Cell4Food é a única do setor que se dedica à alimentação humana, desenvolvendo aquacultura celular. Em entrevista, José Espírito Santo, strategy, CFO e investor relations na empresa, defende que o objetivo de limitar os danos e abrandar o crescimento da produção tradicional “só é alcançável através do recurso às proteínas alternativas”. Até 2050, vamos ter de produzir mais duzentos milhões de toneladas por ano (+70%) de proteína animal. Será possível fazê-lo de forma sustentada? O problema é que já não estamos a produzir as trezentas toneladas atuais de forma sustentada. A forte aceleração da produção (intensiva) de proteína animal nas últimas décadas levou ao esgotamento/extinção de muitas espécies e ao “afunilamento” do consumo num número residual de espécies (menos de vinte espécies representam mais de 90% do consumo). A Cell4Food está a investir no desenvolvimento de espécies de peixes e crustáceos para alimentação humana e rações para animais de estimação.

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