BF10 - iAlimentar

ENTREVISTA E em que fase de desenvolvimento estão esses projetos? O projeto de volumetria está mais avançado e o sistema de reconhecimento está numa fase embrionária, mas já com muita maturação. Em termos de produto, eu diria que estas podem ser duas grandes inovações que temos para o médio prazo. Temos também, a nível global da empresa, um desafio muito grande, que é a unificação dos nossos espaços. Trata-se de um projeto de construção de uma fábrica nova, pois de momento estamos espalhados no parque industrial [de Celeirós, em Braga], em seis localizações diferentes. Já temos a zona definida, a cerca de três quilómetros, e estamos na fase de projeto, cuja finalização se prevê para o final de 2025. Estamos a falar de abdicar de seis instalações e unir tudo numa, em um terreno de vinte metros quadrados (cerca de 13 mil m2 cobertos), o que nos vai permitir duplicar o espaço que temos hoje. A Balanças Marques tem uma Academia. Qual a especificidade da formação e o que vos levou a criar este projeto? A criação da Academia tem dois grandes pilares. Por um lado, serve como um centro de formação interna para os nossos colaboradores. Estamos a crescer e constantemente a precisar de novos colaboradores. Estamos a falar de pessoas que sejam especialistas em balanças, e não se encontram no mercado, ou é muito raro. Por isso temos de dar formação às pessoas para aprenderem a trabalhar. Outro pilar tem que ver com os nossos clientes. Trabalhamos com distribuidores, não vendemos produto a um cliente final. Temos sempre um distribuidor local e este tem de ter formação nos nossos produtos antes de os poder vender. A formação contínua dos nossos distribuidores é, até, o pilar mais importante. No retail as nossas balanças e máquinas de pagamentos têm muita parametrização, muito software, muitas capacidades que não é fácil, à primeira vista, um distribuidor entender. E a determinada altura, percebemos que o nosso departamento de apoio ao cliente estava a ser inundado com dúvidas de distribuidores. Criámos uma academia onde todos os dias alguma formação é dada. O grande objetivo é prestar um serviço melhor ao cliente final e reduzir aquilo que é o fluxo de chamadas e de dúvidas que surge no nosso departamento de apoio ao cliente. Vivemos nova época de inflação, com os preços a subir. Isso teve impacto nas vossas vendas? Sentiram alguma retração por parte dos clientes? Teve um impacto muito grande no primeiro semestre do ano passado. Como sublinhei, vínhamos de um período de pandemia em que já se sentia algum processo inflacionista, com a subida de preços dos microchips, dos transportes, do próprio ferro, que é um componente muito importante na área industrial. E depois esse processo rebentou completamente com a guerra da Ucrânia. E sentiu-se muito no ano passado, como disse, não ao nível da procura, mas no processo inflacionista das matérias-primas, que não conseguimos refletir no preço final. Estávamos a perder margem de produto de uma forma assustadora e tivemos de controlar isso de uma forma muito rigorosa e, felizmente, conseguimos, aos poucos, ir passando esse processo inflacionista também para os nossos clientes. De um dia para o outro vimos o ferro a subir 50%, mas não conseguimos aumentar o preço das balanças em 50%. À data de hoje as coisas estão estabilizadas. Houve algum setor em especial que se retraiu mais com esta situação inflacionista e o aumento dos preços? O setor industrial continua a comprar. O nosso setor industrial é muito medido pelas básculas de pesar camiões, pelas plataformas para a indústria alimentar. Nos últimos dois/três meses temos sentido alguma contração a nível global, sobretudo em dois mercados: o espanhol e o francês. Penso que não é só connosco. Qual é a vossa previsão de faturação para este ano? 25 milhões de euros ao nível do grupo. Com cerca de 20% de taxa de crescimento face ao ano anterior? Esse é o nosso objetivo. Vamos ver se conseguimos lá chegar. Neste momento estamos a crescer cerca de 18%, mas sentimos que os últimos dois meses abrandaram um pouco. Depende de como correr o último trimestre. n A Balança Marques está a desenvolver sistemas para conciliar pesagem com volumetria 39

RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx