BF10 - iAlimentar

47 FRAUDE ALIMENTAR dutos e ingredientes, conservantes, empresas de embalagens e materiais, e outras substâncias envolvidas, em maior ou menor grau, em materiais e produtos associados aos alimentos, devem também gerir estes aspetos da segurança alimentar. Os métodos atuais de gestão da segurança alimentar, na maioria das empresas industriais de alimentos e bebidas, baseiam-se na conceção, implementação e manutenção de um plano de segurança alimentar de acordo com os princípios da metodologia “HACCP”, ou seja, Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controlo, proposta no Codex Alimentarius, que foi cientificamente validada como a ferramenta mais eficaz para a segurança alimentar em ambientes de produção. No entanto, apesar disso, há provas de que continuam a ser detetados casos pelos organismos públicos responsáveis pelo controlo da segurança alimentar. Desenvolvimento de uma base para a criação de novas aplicações digitais de gestão e controlo dos riscos de segurança alimentar e de fraude alimentar Nesta linha, estamos a trabalhar na criação de um data-lake (repositório de armazenamento que contém uma grande quantidade de dados brutos) capaz de reunir de forma integrada e relacionada todas as fontes de informação internas e externas à empresa de produção agroalimentar, com o objetivo de construir novas aplicações digitais para o controlo e gestão do risco de segurança alimentar e vulnerabilidade contra a fraude alimentar. Estas aplicações digitais serão utilizadas nos seguintes domínios de aplicação: • Informação laboratorial: identificação de tendências e correlações em produtos-risco, melhorando a eficiência e a eficácia dos planos analíticos. • Análise de Risco e Pontos Críticos de Controlo, tirando partido dos dados destes processos para identificar os riscos associados a curto e médio prazo. • Avaliação do risco de segurança alimentar: influência dos processos de produção, limpeza e higienização e outros, correlacionando-os com informação interna e externa. • Avaliação do risco de fraude em categorias de produtos. • Riscos emergentes: identificação automática de riscos potenciais que podem ameaçar a médio e longo prazo. Estas aplicações digitais baseiam-se em avanços tecnológicos em diferentes áreas que irão concretizar o potencial de melhoria do controlo da segurança alimentar: • Criação de um data-lake capaz de alojar fontes de informação internas e externas, com capacidades de gestão e governação de dados. • Capacidade de recolha de dados de sítios Web com formato textual: incorporação de capacidade de raspagem e rastreio da Web. • Capacidade de classificação e agrupamento e extração de conhecimentos a partir dos textos recolhidos. • Investigação sobre tecnologia de grafos como elemento coesivo da semântica entre as diferentes fontes de informação no data-lake. • Modelos preditivos no domínio da segurança alimentar, para prever riscos potenciais com base na análise detalhada dos dados de produção e dos dados analíticos conexos. Tendo em conta esta situação, o projeto fornecerá às empresas alimentares conhecimentos sobre novas aplicações da fusão da informação da própria empresa, que é subutilizada na maioria das ocasiões, com a informação externa disponível que marca as tendências dos riscos e vulnerabilidades, com a intenção de automatizar um processo que também produz conhecimento e que pode ser utilizado para a tomada de decisões e prevenção. n

RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx