62 SEGURANÇA ALIMENTAR fiabilidade dos resultados. “As conclusões do estudo confirmam que são detetados níveis de resíduos de hormonas que oscilam entre 0,4 e 15 nanogramas por cada quilograma em amostras de carne e peixe, o que supera largamente a sensibilidade de outros métodos existentes”, indica o investigador da Universidade de Jaén, Evaristo Ballesteros, autor do artigo e coordenador do trabalho científico. Além disso, acrescenta que, quando o modelo é aplicado a nível industrial, não implica um investimento extra para as empresas que desenvolvem as suas próprias análises ou para os laboratórios dedicados ao controlo de qualidade deste tipo de alimentos, uma vez que apenas implica a extração das hormonas e o método para a sua determinação. Ao reduzir os tempos também implica uma poupança energética. O método foi utilizado com sucesso para determinar hormonas naturais e sintéticas, incluindo estrogénios, androgénios e progestagénios em produtos de carne e peixe de Espanha, Portugal, Itália, Alemanha, Grécia, Noruega, Marrocos e Estados Unidos, confirmando que todas as amostras cumpriam os níveis máximos de concentração recomendados para estas substâncias. SEGURANÇA NO CONSUMO A presença de hormonas é um requisito que todas as empresas de produtos alimentares devem confirmar nos produtos que comercializam. Tanto as naturais, que são produzidas pelo organismo de qualquer animal, como as sintéticas, que são criadas artificialmente, não devem aparecer nos produtos para consumo humano, pois podem causar problemas de saúde relacionados com a fertilidade ou o crescimento. Por isso, a indústria e as autoridades procuram métodos fiáveis para garantir que os produtos que chegam ao mercado são seguros. Daí que a comunidade científica tente alargar o atual estado da técnica, com o objetivo de reduzir os custos para as empresas, ter um menor impacto no ambiente e aumentar a exatidão das análises realizadas. Os investigadores propõem este novo modelo que melhora todos estes fatores em relação aos métodos atuais. Os métodos mais frequentemente utilizados para este tipo de análise baseiam-se na utilização de volumes elevados de solventes com maior impacto negativo no ambiente, como o metanol. Além disso, os processos são mais lentos e mais imprecisos, uma vez que requerem a dosagem de líquido controlada manualmente por um técnico de laboratório. O processo proposto começa com a mistura da amostra com um volume muito reduzido de um solvente denominado acetonitrilo-água para a extração das hormonas. Em seguida, purifica-se num sistema contínuo de extração em fase sólida. Este sistema contém uma coluna absorvente semiautomática onde as substâncias são retidas, eliminando o resto da amostra, como se fosse um filtro de partículas microscópicas. Em seguida, separam-se e detetam-se de uma forma eficaz, através de uma técnica denominada cromatografia gasosa-espetrometria de massas, que quantifica o conteúdo de hormonas. EFICÁCIA E EFICIÊNCIA O principal problema deste tipo de amostras é o elevado teor de proteínas, lípidos e ácidos gordos que possuem e Processo proposto pelos especialistas que permite obter maior exatidão e precisão de uma forma mais rápida, económica e sustentável.
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