BF14 - iAlimentar

ENTREVISTA 17 respondendo a consumidores preocupados com a sustentabilidade e a pegada ambiental, mas pelo outro e sobretudo aquele que considero vir a ser mais promissor, uma forma complementar de resposta ao crescimento do consumo de carne. Com a humanidade continuamente a crescer assim como o consumo da carne, prevê-se que a médio prazo não haverá carne disponível para satisfazer as necessidades da população mundial e apenas aqueles com elevado poder de compra a poderão adquirir. O plant based poderá aqui, sem dúvida, dar uma reposta, mas a carne em si mesmo, continuará certamente a desempenhar um papel central na alimentação da humanidade e o setor produtor e transformador a desempenharem o seu papel. Quais as perspetivas do setor para 2025? As perspetivas para o setor da indústria de processamento de carnes em Portugal até 2025 refletem uma série de tendências globais que podem moldar o futuro do setor. A maior pressão ao nível da sustentabilidade e redução do impacto ambiental, com o aumento tanto da parte dos consumidores como das regulamentações europeia, será sem dúvida uma tendência crescente. A adoção de práticas de economia circular, como a utilização de subprodutos para novos fins (biocombustíveis, ração animal, fertilizantes), ou mesmo a questão das simbioses indústrias, deverá continuar a crescer. O bem-estar animal trará cada vez mais pressão pelas novas regulamentações sobre transporte, abate e transparência nas cadeias de produção. A necessidade em adotar novas tecnologias e implementação de digitalização das cadeias por forma a aumentar eficiência e reduzir desperdício será um ponto de diferenciação e por último, mas não menos importante, a mudança nos padrões de consumo através do aumento de procura por carnes mais saudáveis (menos aditivados) mais transparentes e mais éticas. Em resumo, até 2025, o setor de processamento de carnes em Portugal deverá evoluir impulsionado por inovações tecnológicas, preocupações ambientais, exigências dos consumidores por maior transparência e a expansão para mercados internacionais e as empresas que melhor se adaptarem a estas mudanças terão sem dúvida uma posição de destaque. A TECMEAT vai realizar a MEAT MEETINGS’ 24. Quais as perspetivas e os temas abordados? Com a conclusão da implementação da infraestrutura do projeto TECMEAT em final de 2022, consideramos que havia condições para se realizar uma conferência a cada dois anos completamente direcionada para o setor das carnes, na qual fosse possível divulgar produtos e tecnologias inovadoras. Realizada com sucesso a 1ª edição em setembro de 2022, com mais de 150 participantes, estamos em 2024 a organizar a 2ª conferência com dois painéis: Sustentabilidade e Digitalização. Estes dois temas são de fato as preocupações globais em qualquer indústria a nível internacional e consideramos que os oradores que conseguimos reunir vão aportar á audiência diverso conhecimento assim como desenvolvimentos e soluções obtidas, com o objetivo de gerarmos novas potencialidade de cooperação. As nossas perspetivas são de facto bastante otimistas e temos razões para estarmos, até porque o número de inscritos tem vindo a crescer de semana para semana, uma parte considerável dos quais pertencentes a empresas da indústria do processamento das carnes. Que resultados espera que saiam do evento? O principal resultado que esperamos é de facto haver networking com resultados, resultados ao nível do incremento de cooperação entre empresas e instituições como o TECMEAT, resultados ao nível de catalisar atividades de inovação, mas sobretudo, e acaba por ser o mais importante, satisfação da audiência. Ficando a audiência satisfeita e sobretudo a indústria do processamento das carnes, é sinal de estamos a cumprir a nossa missão e desejo para que comecemos a delinear o MEAT MEETINGS’ 26. n

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