BF14 - iAlimentar

33 LOGÍSTICA NO SETOR ALIMENTAR em primeiro lugar: gestão de inventários, preparação de encomendas e gestão de expedições, qualidade e segurança dos produtos armazenados e saúde e segurança no trabalho. A IA será aplicada especialmente no planeamento de rotas, na previsão da procura e na deteção precoce de problemas nos sistemas de refrigeração. Esta última aplicação será acompanhada pela introdução maciça de sensores, etiquetas inteligentes e sistemas de rastreio em tempo real. SUSTENTABILIDADE ENERGÉTICA DOS ARMAZÉNS Com o crescente enfoque das políticas públicas nas alterações climáticas, as empresas estão a procurar formas de reduzir a sua pegada de carbono, tanto no consumo de energia como na gestão de resíduos. A megatendência social da sustentabilidade ambiental manifesta-se no caso do setor da logística do frio, devido à sua natureza electrointensiva, especialmente no que se refere à sustentabilidade energética. Esta tendência foi plenamente assumida pelo setor na sequência da pandemia e num contexto de subida generalizada do preço da eletricidade, pelo que já está presente no planeamento e gestão dos entrepostos frigoríficos e deverá acelerar a sua implementação e aprofundamento durante este triénio. A tendência para a sustentabilidade energética pode ser resumida em duas medidas principais: o aumento da utilização de energias renováveis nos armazéns e a ênfase na eficiência energética. Coloca também um terceiro desafio, devido a alterações regulamentares: a substituição dos gases clorofluorocarbonetos (CFC) como fluidos frigoríficos por outras soluções tecnológicas, como os gases A2L ou a refrigeração por CO2. Nos próximos anos, assistiremos a uma profunda mudança na tecnologia de refrigeração e, previsivelmente, na investigação aplicada a novas soluções. Esta tendência está ligada às duas anteriores, uma vez que as empresas de logística da cadeia de frio terão de enfrentar simultaneamente os desafios ambientais e tecnológicos, como o investimento na automatização total para reduzir o consumo de energia e as emissões e aumentar a produtividade. Serão necessários investimentos substanciais para atualizar as instalações de armazenamento a frio existentes: por exemplo, em sistemas de refrigeração, isolamento e energias renováveis no local. REDUZIR A PEGADA DE CARBONO DO TRANSPORTE DE MERCADORIAS A tendência para a sustentabilidade ambiental é comum ao setor complementar da armazenagem frigorífica, como o transporte de mercadorias. A implantação de veículos elétricos para o transporte rodoviário e a entrega na última milha será progressiva. A IA permitirá a otimização do transporte de mercadorias refrigeradas em termos de rotas e cargas. Espera-se que os avanços no planeamento de rotas e nos sistemas de gestão de frotas ajudem a tornar o transporte mais barato, a melhorar a eficiência, a reduzir os tempos de entrega e a alcançar a neutralidade energética. Crescimento sustentado da procura de armazenagem frigorífica. A recente pandemia acelerou a transição para o comércio eletrónico e a sensibilização para a adoção de uma alimentação mais natural e saudável. A convergência destes dois fenómenos conduziu a um aumento da procura de produtos frescos e congelados, tanto no comércio tradicional como na entrega ao domicílio. As previsões a curto prazo apontam para que o consumo de alimentos congelados continue a aumentar a nível mundial, incluindo na Europa. n O Observatório do Frio elaborado pela Aldefe inclui várias tendências que marcarão os próximos três anos

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