ESTUDO 26 gação nutricional de “Alto teor de fibra” exige que o produto contenha pelo menos 6 g de fibra por 100 g, enquanto uma alegação de “Fonte de” vitamina C só pode ser feita quando o produto contém uma quantidade significativa (15% da ingestão diária recomendada, conforme definido no anexo da Diretiva 90/496/CEE), e uma alegação de “Alto teor” de vitamina C quando o produto contém pelo menos o dobro do valor da alegação de “Fonte de”. Assim, de acordo com estes critérios: o pó de casca é elegível para as alegações de “Alto teor” de fibra e “Alto teor” de vitamina C e o pó de sementes para “Alto teor” de fibra. UM RECURSO COM FUTURO NA INDÚSTRIA ALIMENTAR Em suma, com base neste estudo, os autores salientam que para além da polpa muito utilizada, a casca e as sementes do maracujá roxo podem deixar de ser considerados como um subproduto, para se tornarem numa fonte valiosa de ingredientes promissores no contexto da inovação alimentar. Ricos em fibra dietética, vitamina C e compostos com atividade antioxidante, oferecem benefícios nutricionais claros, e a sua exploração contribuiu para a valorização sustentável da cadeia de valor. Ao promover o aproveitamento integral do fruto, este estudo abre caminho à possibilidade de desenvolver produtos alimentares que conjuguem sabor, saúde e sustentabilidade. Estes pós podem ser explorados como ingredientes alimentares, ou podem ser comercializados na forma de pós para adicionar a uma grande panóplia de formulações alimentares como iogurtes, batidos, na confeção de produtos de panificação, entre outros. Assim este estudo é um exemplo claro de como ciência e inovação podem caminhar lado a lado para criar soluções simples, sustentáveis e alinhadas com os desafios globais da alimentação e as tendências de mercado. n AGRADECIMENTOS Este trabalho recebeu apoio financeiro de fundos nacionais portugueses (FCT/MECI, Fundação para a Ciência e Tecnologia e Ministério da Educação, Ciência e Inovação) através do projeto Laboratório Associado para a Química Verde – Tecnologias e Processos Limpos [10.54499/LA/P/0008/2020, 10.54499/ UIDP/50006/2020 & 10.54499/UIDB/50006/2020] e do projeto CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro [UIDB/50011/2020, UIDP/50011/2020 & LA/P/0006/2020]. Alexandre M.A. Fonseca agradece à FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia) e ao FSE (Fundo Social Europeu) através do POCH (Programa Operacional Capital Humano) pela sua bolsa de doutoramento [SFRH/BD/146391/2019]. Agradecemos também ao IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P.) pela disponibilização dos dados meteorológicos utilizados no presente estudo. Percentagem da dose diária recomendada e quantidade de cada nutriente em uma porção de 10 g de pó de casca, polpa e sementes de maracujá-roxo. A faixa de referência de pós de casca, polpa e sementes de outros frutos para cada nutriente é apresentada em tom mais claro.
RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx