BF18 - iAlimentar

48 DOSSIER EMBALAGENS MAIS INTELIGENTES E SUSTENTÁVEIS Desenvolvimento de um novo polímero a partir de matérias-primas de fontes renováveis. soluções de embalagem ativa através da incorporação de antioxidantes naturais na matriz do material. “A ideia é que estes compostos sejam libertados de forma controlada, prolongando a vida útil dos produtos sem comprometer a sua qualidade nutricional ou sensorial”, detalha Paula Allen Lopes. Esta tecnologia permite uma gestão mais eficiente da conservação alimentar, reduzindo significativamente o desperdício e otimizando a cadeia de distribuição. A libertação controlada de compostos ativos elimina a necessidade de aditivos externos, simplificando a formulação dos produtos alimentares e garantindo conformidade com as crescentes exigências regulamentares sobre aditivos sintéticos. A terceira vertente tecnológica do projeto foca-se na implementação de sensores inteligentes integrados nas embalagens. “No âmbito do Smart Packaging, estão a ser testados sensores inteligentes que permitem monitorizar parâmetros críticos associados às condições de conservação do produto, como a temperatura e a exposição à luz, ao longo da cadeia de distribuição”, explica a coordenadora. Estes sensores fornecem dados em tempo real sobre o estado do produto, permitindo uma gestão proativa da qualidade e segurança alimentar. A integração com sistemas digitais existentes na indústria alimentar promete otimizar toda a cadeia logística, desde a produção até ao consumo final. PORTUGAL NA VANGUARDA DA INOVAÇÃO SUSTENTÁVEL A estrutura do consórcio NEWPACK exemplifica um modelo eficaz de transferência de tecnologia. “A colaboração foi organizada de forma a maximizar a complementaridade das competências de cada um”, explica Paula Allen Lopes. “A Sovena lidera o consórcio, garantindo a ligação direta ao mercado e a aplicabilidade industrial, enquanto o IST e o IPMA focam o seu trabalho na investigação científica e na validação dos materiais.” O Logoplaste Innovation Lab contribui com expertise especializado em design e desenvolvimento avançado de embalagens, completando um ecossistema de inovação que acelera significativamente o ciclo de desenvolvimento tecnológico. Após mais de dois anos de investigação, o projeto apresenta resultados tangíveis. “Já foram desenvolvidos protótipos de polímeros, obtidos a partir de matérias-primas renováveis, alternativos ao PET, validados em ambiente laboratorial e que atualmente se encontram em fase de escala industrial (scale-up)", revela Paula Allen Lopes. Os próximos marcos críticos incluem a validação de conformidade alimentar, certificação regulamentar e preparação para comercialização. O cronograma apertado exige coordenação precisa entre validação técnica, aprovação regulamentar e preparação industrial. O projeto NEWPACK posiciona o setor agroalimentar português na vanguarda da inovação em embalagens sustentáveis. “Ao oferecer soluções que respondem às exigências crescentes dos consumidores e às tendências regulatórias globais, o projeto contribui para a diferenciação e valorização dos produtos portugueses nos mercados internacionais”, analisa a responsável. A iniciativa promete redefinir standards setoriais, criando novas oportunidades de diferenciação competitiva baseadas em critérios de sustentabilidade e inovação tecnológica. “Promovemos uma nova “A ideia é que estes compostos sejam libertados de forma controlada, prolongando a vida útil dos produtos sem comprometer a sua qualidade nutricional ou sensorial”

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