BF2 - iALIMENTAR
ENTREVISTA 48 tes, como as entregas ao domicílio e, progressivamente, estão a criar sites e a aceitar encomendas, promovendo ainda as suas atividades pelos canais digitais. A transi- ção para o digital tem sido uma das nossas prioridades: em outubro de 2020 fomos pioneiros na organização da primeira convenção digital da rede de comércio de proximidade e do retalho nacional, com a 10.ª Convenção anual AeF. Depois do êxito em termos comercias desse evento, este ano, em junho, voltámos a adotar o mesmo formato. Estamos acompanhar a inevitável ascensão do online e apostar nessas ferramentas, mas sem nunca descurar o fator humano, caraterística diferenciadora da nossa forma de estar neste mercado - por mais que se automatizem os processos, o comércio de proximi- dade nunca irá abdicar disso. De que forma olha para o futuro do comércio grossista mas também da indústria alimentar em Portugal? Que radiografia faz do setor? Tem dados (números) que possa dar em relação ao setor a nível de volume de negócios? Emano de pandemia, o setor do retalho alimentar teve uma evolução bastante positiva, que seguramente é explicado pelas contingências trazidas por esta situação sanitária. Com o levantar gradual das restrições e reabertura dos restaurantes, o volume de negócios do setor tem vindo a desacelerar, apesar de continuar a crescer – segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o volume de negócios no comércio a retalho registou um crescimento homólogo de 2,6% em julho deste ano, inferior em 4,8 pontos per- centuais ao observado no mês anterior (7,4%). Acreditamos que esta abertura tenha tido um impacto significativo no setor do retalho alimentar, ainda que haja alguns consu- midores que adquiriram novos hábitos, nomeadamente o de valorizar as refeições em casa. Quanto a previsões futuras, a evolução da pandemia e a forma como os retalhistas vão reagir poderão determinar a evolução da faturação. Existe aqui uma oportunidade única de ganhar quota de mercado, como o crescimento do canal online e o interesse dos consumidores por pro- dutos mais saudáveis. Também o novo estilo de vida pós-pandemia está a gerar novos padrões a todos os níveis e a mudar a forma de trabalhar em todos os seto- res de consumo. Os hábitos de consumo já estão a mudar, como diz. De que forma vocês também se estão a adaptar a esta mudança e que tipo de consumidor temos hoje? Como referido acima, esta pandemia veio alterar, por completo, os hábitos dos consumidores. As pessoas estão cada vez mais sensíveis e atentas às questões de segurança e higiene alimentar. A alimentação saudável e de qualidade mantém-se como uma tendência refor- çada nos tempos atuais - houve uma maior procura por produtos frescos e biológicos-, e nós conseguimos assegurá-los mais facilmente do que as grandes super- fícies. Detetámos, claro, que o consumidor de hoje em dia recorre cada vez mais às compras online, e estamos também atuar nessa vertente. Mas, apesar disso, sabe- mos que os recursos humanos são, e serão sempre, a nossa mais-valia e uma parte fundamental da nossa cadeia de logística. Por último, não podemos esquecer que há um agravamento da situação económica, tra- duzindo-se num menor poder de compra, mas devido à nossa grande capacidade de negociação estamos a
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