BF2 - iALIMENTAR

55 Há já exemplos deste compasso tecnológico. Talvez os mais evidentes sejam os casos da utilização da automação, robótica e computação nos sistemas e processos dos setores da produção e da indús- tria alimentar. Mas se ouvimos falar de conceitos e ferramentas como 'internet das coisas' (IoT), o big data, block- chain e a inteligência artificial (IA) aplicados a outros segmentos da economia, habituemo-nos a rela- cioná-los com o setor alimentar. Ferramentas estas utilizadas ao longo de toda a cadeia a favor da recolha, tratamento e disponibi- lização de dados para rastreabilidade de produtos; do consumer research em prol do conhecimento das exatas e reais necessidades dos consumido- res; da evolução da biotecnologia; da inovação ao nível dos produtos alimentares, da segurança dos alimentos e da segurança alimentar; do conhe- cimento das necessidades nutricionais de cada pessoa e aplicação de modelos, de acesso fácil e digital, de nutrição personalizada. É real o facto de que estas novas tecnologias podem ser um importante motor na definição e evolução para o futuro de sistemas alimentares mais sus- tentáveis. Mas, para que tal aconteça, é necessário que a sua utilização seja solidificada e massificada, transversalmente, em toda a cadeia. Este percurso, embora esteja a ser feito de forma cada vez mais célere, ainda tem várias etapas pela frente, nomeadamente, mais investigação e desen- volvimento de soluções, maior colaboração entre setores e mais e melhor formação, qualificação e especialização de recursos humanos. Para o tecido empresarial, academia e centros de inovação e investigação e para os parceiros asso- ciativos é cada vez mais evidente o papel ativo que devem ter nesta revolução. Do mesmo modo é essencial que, no quadro de oportunidades de financiamento e investimento europeu, esta deva ser também uma prioridade para os órgãos de gestão nacionais, em benefício da economia, da sustentabilidade e do consumidor. n A sustentabilidade de um produto alimentar acontece do ‘prado ao prato’