BF3 - iAlimentar

ALIMENTAÇÃO DO FUTURO VERSUS ALTERNATIVAS À CARNE 47 embora cada tecido (incluindo os músculos) esteja protegido pela pele e/ou pela mucosa. De facto, sem qualquer órgão digestivo próximo (apesar de a carne convencional estar geralmente protegida contra isto), e, portanto, sem qualquer contaminação potencial no abate, as células musculares cultivadas não têm a mesma oportunidade de encontrar agentes patogénicos intestinais tais como E. coli, Salmonella ou Campylobacter”. Pretende-se que a proteína sob a forma de carne artificial apresente caraterísticas de textura, paladar e coloração semelhantes à carne animal, para ser aceite pelo consumidor final. Alémdisso, em virtude da evolução da tecnologia, a carne artificial pode introduzir ingredientes que promovam a melhoria da saúde do consumidor final. Citando a 'Riscos & Alimentos', edição nº19, revisitamos o artigo – “os desafios dos Novos Alimentos enquanto Alimentos do futuro': “…estas novas fontes proteicas sintéticas supõem: ser totalmente seguras, uma vez que é produzida emmeio estéril, ser amiga do ambiente, geradora de poucos subprodutos, sem resíduos pela sua base biodegradável, saudável da perspetiva que será isente de antibióticos”. 3. MICROALGAS As algas produzidas em condições controladas podem oferecer oportunidades muito interessantes para satisfazer a saúde do cérebro e melhoria da saúde e bem-estar geral dos indivíduos. Com uma grande biodiversidade, as microalgas estão entre uma das fontes alimentares mais promissoras, dada a sua riqueza em nutrientes. A Chlorella (Chlorella vulgaris) e a Spirolina (Arthrospira platensis), são dois exemplos comuns, frequentemente comercializadas na Europa, na Ásia e na América sobre a forma de suplementos alimentares (tabletes, pós, cápsulas, pastilhas, liquidificadas), com elevado teor em proteína e micronutrientes. Nos últimos anos, a evolução em Portugal abrange um conjunto de novos produtos originados de biomassa de algae, ricos em carotenoides e gorduras insaturadas, com efeitos antioxidantes. As áreas de aplicação são principalmente em pigmentos, bolachas, gel. Dada a capacidade de bioacumulação destes organismos vivos, particularmente das macroalgas, é importante avaliar a presença de metais pesados como o mercúrio, o arsénio e o cádmio. Segundo a Comissão Europeia, os europeus consomem cada vez mais algas na sua alimentação, por isso recomendou aos Estados-membros, em cooperação com os operadores das empresas do setor alimentar e dos alimentos para animais, que realizassem durante 2018, 2019 e 2020 a monitorização da presença de arsénio, cádmio, iodo, chumbo e mercúrio em algas marinhas, halófitos e produtos à base de algas marinhas, a fim de permitir uma estimativa precisa da exposição, definindo teores máximos de exposição. São igualmente exemplos de novos alimentos os suplementares alimentares e as sementes (ex. sementes de Chia, sementes de abóbora, sementes de girassol, sementes de papoila, sementes de sésamo). Atualmente conseguimos encontrar em alguns estabelecimentos comerciais géneros alimentícios considerados como uma alternativa à carne, os substitutos da carne à base de plantas, como por ex. hambúrgueres vegetais com proteína de ervilha.

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