56 INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA EMBALAGEM A caminho de uma embalagem 100% sustentável? A embalagem de hoje é muito diferente da de há 10 anos. A sustentabilidade e o conhecimento científico trouxeram uma maior consciência, mas também uma maior exigência. Novos materiais, reutilização, reciclagem... são apenas alguns dos termos que estão, cada vez mais, intimamente associados às embalagens. Com uma novidade: a interligação à tecnologia. Alexandra Costa Reciclagem, reutilização de materiais, novos materiais. Estes são apenas alguns dos temas que, hoje, fazem parte da temática das embalagens. Mas nem sempre foi assim. Basta pensar nos últimos 10 anos. Bastou uma década para tudo (ou muito) mudar no mundo das embalagens. Como refere Susana Fonseca, da ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável, verificaram-se várias evoluções “pois começaram a ser testados novos materiais de embalagem, tornaram-semais claros alguns entraves que se colocam à reciclagem de muitos materiais de embalagem e como através do ecodesign se pode potenciar a reciclagem (por exemplo, removendo alguns aditivos, privilegiando determinadas cores ou determinados rótulos, etc.)”. A par disso, acrescenta a ambientalista, foi “também um período crítico de tomada de consciência para a insustentabilidade do atual modelo de descartabilidade, onde o plástico acaba por ser a face mais visível, mas para o qual todos os materiais acabam por contribuir”. Ao que Deolinda Silva, diretora executiva da PortugalFoods, acrescenta o aumento de soluções mais ecológicas (por exemplo, embalagens mais leves, commateriais reciclados) devido às preocupações ambientais, bem como ao desenvolvimento de novas tecnologias como, por exemplo, o smart packaging para melhorar a qualidade e segurança alimentar (por exemplo embalagens com indicadores de frescura), embalagens de atmosfera modificada, sistemas de remoção de etileno, embalagens que absorvem humidade, revestimentos comestíveis, entre outras. Por outro lado, aponta Susana Fonseca, com um maior conhecimento científico veio uma maior preocupação por temas como a toxicidade dos materiais utilizados nas nossas embalagens, em particular as pensadas para estar em contacto com os alimentos (área onde a regulamentação europeia é datada e necessita urgentemente de uma atualização). Já Leonardo Mathias, presidente da Associação SDR Portugal, refere que a última década veio trazer ao mercado uma extensa oferta de embalagens que melhoraram o ato de consumir – embalagens mais oportunas, mais convenientes, mais adequadas às novas realidades de consumo de uma sociedade que se transformou consideravelmente nos seus hábitos e desenhadas para assegurar a segu-
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