37 QUEIJOS ainda no início, a analisar os dados e a testar quais as melhores culturas. No entanto, o que se pretende é “tratar o solo de forma que este se possa regenerar”. Como explica o produtor de leite (e agora também agricultor) ao plantar diferentes culturas, o solo fica mais protegido possibilitando, inclusive, o aumento da biodiversidade. Quer Eduardo, com o programa das Vacas Felizes, quer Luís, com o projeto da agricultura regenerativa estão, na prática, a servir de cobaias para os restantes irmãos. Porque normalmente quando um experimenta e tem resultado, os outros tendem a seguir o exemplo. A prova está num outro sistema que ambos os irmãos utilizam por forma a garantir a saúde e bem-estar das suas vacas. Um colar com um sistema de rastreamento, que permite que se saiba tudo sobre o animal. Mas mais do que apenas seguir o animal ao longo da ilha, o sistema permite monitorizar um conjunto de dados (de saúde), desde a temperatura ao historial médico e inclusive se está prestes a entrar no cio ou se a vaca está prenha. E estes dados permitem que os produtores assumam uma abordagem preventiva em vez de apenas proativa. Para se ter uma ideia, antes Eduardo fazia pelo menos duas vistorias visuais a todas as suas vacas. Todas elas. Todos os dias. Hoje já não precisa de o fazer. Sempre que há alguma anomalia, que o sistema deteta um valor considerado anormal (por exemplo um aumento da temperatura), notifica o Eduardo. Que assim apenas tem de verificar a vaca que acusa esse valor, o que lhe permite não só poupar tempo, como conseguir detetar possíveis problemas muito mais cedo. Consequência imediata? Menos intervenções por parte dos veterinários, menos medicação, maior saúde e melhor qualidade de vida dos animais. Tanto Eduardo, como Luís consideram que o investimento compensa. Trata-se de uma excelente ferramenta de trabalho e um investimento a longo prazo. Porque, por um lado, adianta “serviço de qualidade” – conseguem ter um maior controlo individual de cada animal – mas porque, como reconhece Eduardo, “ajuda-nos a usar muito menos antibióticos”, que acrescenta que os alertas ajudam a detetar problemas que, se descobertos tarde demais, podem inclusive levar à morte do animal. n
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