44 SEGURANÇA ALIMENTAR Técnicas de sequenciação de nova geração essenciais para o controlo de microrganismos patogénicos e deteriorantes na indústria alimentar Um novo projeto do IRTA potenciará a utilização destas técnicas nas empresas de produtos alimentares para melhorar a produção de alimentos seguros e de qualidade. O objetivo é reduzir a contaminação cruzada de alimentos, a retirada de produtos ou a ocorrência de alertas sanitários ou surtos devido a doenças com origem na transmissão alimentar. As técnicas de sequenciação de nova geração (NGS) estão a revolucionar o campo da microbiologia e, em especial, dos alimentos. No entanto, a sua aplicação na indústria alimentar é muito limitada, principalmente devido à falta de conhecimento destas técnicas por parte das empresas. Na atividade de demonstração “Técnicas de sequenciação de nova geração para o controlo de microrganismos patogénicos e deteriorantes na indústria alimentar”, financiada pelo Departamento de Ação Climática, Alimentação e Agenda Rural do Governo da Catalunha, a equipa de investigação do programa de Qualidade e Segurança Alimentar do Instituto de Investigação e Tecnologia Agroalimentar (IRTA) pretende demonstrar ao setor agroalimentar catalão que esta técnica permite o controlo microbiológico dos alimentos e do ambiente de processamento e minimiza o risco de contaminação cruzada dos alimentos. Será assim demonstrado o seu potencial para melhorar a segurança e a qualidade dos alimentos em comparação com as técnicas microbiológicas tradicionais. As tecnologias de sequenciação de nova geração (do inglês, Next Generation Sequencing, NGS) permitem recolher informações de uma amostra à escala genómica para identificar a sua sequência de fragmentos de ADN ou a variação dos níveis de expressão dos genes num período de tempo relativamente curto e a um custo relativamente baixo. A aplicação das técnicas de NGS na segurança e qualidade alimentar tem o potencial para abordar questões que os métodos microbiológicos tradicionais não podem resolver. “A abordagem do ecossistema alimentar a partir de diferentes perspetivas, como a metagenómica, a metatranscriptómica, a metaproteómica e a metabolómica, permite uma visão abrangente de quais os microrganismos presentes, como se comportam, como interagem e quais as manifestações fenotípicas no mesmo âmbito complexo”, explica Belén Martín, investigadora do programa de Qualidade e Segurança Alimentar do IRTA e responsável pelo projeto. Ao longo do projeto irão identificar- -se as técnicas que podem trazer mais benefícios e quais os interesses específicos das empresas na sua implementação. Serão realizados inquéritos às empresas do setor para determinar o interesse e o envolvimento da empresa na caracterização microbio-
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