BI296 - O Instalador
RENOVÁVEIS | FOTOVOLTAICO 94 pequena margem para possíveis degradações suplementares, que podem ser adicionadas ao mínimo observado no estudo. Estes resultados ref letem-se de forma positiva na análise financeira de uma instalação fotovoltaica. O projeto GRECO estudou o impacto económico resultante da aplica- ção de taxas de degradação mais próximas da realidade a partir da análise do parque fotovoltaico da região da Andaluzia, com mais de 8.000 instalações cadastradas e com uma potência instalada de cerca de 1,5 GW. Valor semelhante à potência fotovoltaica instalada atualmente em Portugal. Os estudos de produtividade em sis- temas estáticos e com seguimento solar em cidades próximas a Sevilha, Córdova e Almeria, revelam que o VAL de uma instalação média, de 150 kW, com módulos de silício cristalino, pode chegar a ser até 8% superior, se se verificar um cenário de envelhecimento “razoável” em vez do típico cenário “conservador”. Este valor pode ser elevado para 12% se se utilizar um cenário “ajustado”, que considere que os módulos sofrerão a menor degradação possível. Números que demonstram que as previsões de produtividade eram pessimistas, tendo assumido uma degradação anual quase 3 vezes superior ao que realmente registaram. Na atualidade, os índices de degra- dação garantidos pelos fabricantes nos seus catálogos são de -0,55%/ ano durante os primeiros 25 anos. De acordo com os resultados obtidos, estes valores estão mais próximos da realidade dos módulos construídos entre 15 e 20 anos atrás e não parece exagero pensar que as degradações reais dos módulos atuais continuem a ser inferiores às declaradas, pelo que os cenários propostos parecem bastante razoáveis. AGRADECIMENTOS A equipa do GRECO agradece a todas as pessoas que participaram desin- teressadamente neste projeto, disponibilizando de forma anónima os dados de funcionamento das suas instalações fotovoltaicas e módulos com defeitos. Este trabalho foi financiado pelo programa de investigação e inovação Horizonte 2020 da União Europeia, através do projeto Fostering a Next Generation of European Photovoltaic Society (GRECO), sob o contrato nº 787289. Este trabalho foi também apoiado pelo projeto MADRID-PV2 (P2018/EMT-4308), financiado pela Comunidade de Madrid, com apoio do FEDER. Figura 2. Cenários de envelhecimento de módulos fotovoltaicos propostos pela equipa do projeto GRECO: conservador (-0.8%/ano), ajustado (-0.25%/ano) e razoável (-0.45%/ano). NOTA: a II parte deste artigo será publicada na próxima edição. O motivo para os fabricantes decla- rarem taxas de degradação muito piores do que as observadas na rea- lidade deverá estar relacionado com a definição dos ensaios de qualifica- ção de módulos em laboratório, que procuram estimar a extensão dessas perdas (em ciclos de calor-frio-hu- midade). É provável que os testes de degradação utilizados sejam equi- valentes a períodos de exposição a condições climáticas exteriores para além dos 25 anos propostos, que permitem que os fabricantes incluam essas garantias, sabendo que, em geral, os seus produtos se degradarão menos. n
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