BI299 - O Instalador
ENTREVISTA 39 Saiba mais aqui : pt.giacomini.com POBREZA ENERGÉTICA Ainda estamos num patamar elevado de pobreza energética emPortugal, emque a incapacidade eco- nómica para apostar em sistemas de climatização e equipamentos mais eficientes por parte da popula- ção é grande. Como é que vocês, enquanto empresa, olhampara esta realidade? Semdúvida, Portugal ainda temmuita pobreza energética. Contudo, antes de falarmos dos sistemas temos de falar dos edifícios. Para nós, fabricantes, só faz sentido a nossa existência quando a casa é capaz de permitir condições para que o nosso trabalho seja feito. O primeiro sistema de aquecimento e arrefecimento não somos nós que fazemos, são os engenheiros civis e os arquitetos, e que basicamente passa por conceber os nZEB's (nearly-zero energy building). E está a ser cumprida a lei quanto aos nZEB's? Creio que não. Isso só é possível tendo caixilharias eficientes, tendo a envolvente do edifício eficiente, como os isolamentos, etc. Admitindo que temos um edifício nZEB, as necessida- des de maquinaria e sistemas não vão ser exageradas. Ou seja, as pessoas, neste ponto, vão poder passar a ter sistemas que são pagáveis e que podem manter. E aí sim, é possí- vel combater a pobreza energética por intervenção direta dos novos edifícios e, nas reabilitações é igual. Mas isto não funciona só com os fabricantes, projetistas e instaladores, é preciso que os políticos encontrem formas de exigirem que as leis sejam cumpridas. Acha que oprograma 'Edifícios + Sustentáveis' (ver notí- cia nesta edição), no âmbito do Fundo Ambiental, vai servir para alguma coisa, ou não passa de uma 'ban- deira política'? A única coisa que sabemos é que são 610 milhões para a transição energética a nível do edificado. Tudo depende onde é que esse valor vai ser aplicado. Deve haver uma distribuição correta das verbas, com conhecimento das reais necessidades do edificado português e não por pres- são de lobbies . É essencial que se faça um levantamento isento das nossas necessidades em Portugal e o programa deve fazer uma distribuição equitativa em relação às reais necessidades. Quanto à formação e à importância que a Giacomini lhe dá, fale-me um pouco das vossas atividades e do trabalho que têmdesenvolvido nestamatéria. Sempre demos muita importância à formação, porque os nossos produtos são de facto muito técnicos. Os nossos sis- temas também aumentaram muito a sua complexidade técnica e commais necessidade de formação. Contudo, é importante dizer que há um fosso entre pequenos e grandes instaladores, grandes e pequenos fabricantes, e a pandemia não ajudou nada a combater este problema. Há que distin- guir dois tipos de formação, a dita legal e que é imposta pela legislação, e a outra, provavelmente tão oumais importante, que pela sua amplitude e robustez, é a formação dada pelas empresas fabricantes e que faz muita diferença na forma- ção dos instaladores. E o mesmo se aplica aos projetistas, que atualmente pouco tempo têm para fazer os projetos. Voltando à importância da formação para a Giacomini. Em 20 anos, já formámos cerca de quatromil profissionais. E, ao longo destes 20 anos, apostamos sobretudo na formação de milhares de profissionais, através de cursos de atualização ministrados no centro de formação nacional, em Vila do Conde, e de centenas de estudantes do ensino superior e do setor profissionalizante. Uma das coisas que procuramos muito é sensibilizar o instalador para o cumprimentos das regras de arte e da boa instalação, para o conhecimento da legislação em vigor e só depois é que aparece a infor- mação sobre os nossos produtos e sistemas. Qual é o perfil do formando nos centros de formação da Giacomini emPortugal? É, sobretudo, o pequeno instalador. Depois temos também uma parte constituída por quadros técnicos de empresas instaladoras demédia e grande dimensão, quemuitas vezes, disponibilizam os seus engenheiros, orçamentistas e direto- res de obra, para participar nas nossas ações de formação. Fale-medealgunsdosprojetosdereferênciadaGiacomini Portugal. A Fundação Champalimaud é uma deles, e temos muito orgulho em dizer que somos fornecedores de pavimento radiante ao novo centro de investigação daquela instituição, um serviço de excelência que prestam ao País e ao Mundo, como sabe. Temos tambémomosteiro de Tibães, emBraga, o Centro de Alto Rendimento de Remo no Pocinho e esta- mos nestemomento a fornecer oMuseu Ibérico de Abrantes. Por fim, quemensagemgostaria de deixar aomercado para este ano de 2021? Aparentemente, está tudo desenhado para que possamos ter um futuro melhor. As linhas orientadoras para o futuro e o apreço do mercado pelo conforto, eficiência e qualidade do ar interior, mostram que estamos a caminhar no bom sentido. Parece-me é que temos regulamentação exces- siva demasiado teórica, e nesse sentido, seria importante ir mais ao terreno e 'beber' da experiência dos técnicos, dos instaladores e de todos os profissionais que detêm expe- riência e o conhecimento da realidade. Tirando isto, creio que podemos antecipar um caminho positivo e, na área da Climatização, temos tudo para triunfar. Temos energia positiva para um futuro próximo! n
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