BI299 - O Instalador
65 RENOVÁVEIS: DESCARBONIZAÇÃO, TRANSIÇÃO ENERGÉTICA E ECONOMIA CIRCULAR a meta de redução de emissões da União Europeia para 2030. No que respeita a Economia Circular, serão propostas pela CE novasmedidas para implementar o Plano de Ação, o qual constitui uma das estratégias provenientes do Green Deal, dado que é indispensável reduzir o consumo de recursos naturais, não só contribuindo para a descarbonização, como tam- bémpara a sustentabilidade de setores como a indústria. Segundo a ONU, em 2050 seriam necessários cerca de três planetas Terra para sustentar o estilo de vida que o mundo desenvolvido leva atualmente 2 , portanto é impera- tivo travar esta tendência e adaptar os ciclos de vida dos produtos de forma a minimizar a necessidade de extrair novas matérias-primas. Uma das medidas previstas no PAEC 3 passa por promover o reforço na eco- nomia do papel da circularidade dos materiais em futuras revisões dos pla- nos nacionais de energia e clima. A CE tem também a intenção de aumentar a eficácia do atual quadro de conceção ecológica dos produtos relacionados com a energia. Na sua primeira ver- são, o PAEC foi transposto, em 2017, no Plano de Ação para a Economia Circular em Portugal, onde é feita referência aos custos que as maté- rias-primas representam nos vários setores, sendo 37% para o setor ener- gético português 4 , sendo esta a única referência ao consumo de recursos por este setor. Esta ausência de planeamento, relati- vamente aos recursos consumidos no âmbito das energias renováveis deve ser retificada, sobretudo, considerando a especificidade de materiais utiliza- dos nas turbinas eólicas e nos painéis fotovoltaicos. Se uma das medidas que Portugal estipulou para a des- carbonização passa pelo aumento de 3,9 GW de potência instalada eólica e 8 GW de solar fotovoltaico, entre 2020 e 2030 5 , é de extrema importân- cia que seja definida a estratégia de circularidade a aplicar aos materiais envolvidos na fabricação dos equi- pamentos e construção dos centros eletroprodutores. As primeiras centrais eólicas surgiram em Portugal no fim dos anos 90, estando agora a chegar ao fim de vida, que dura aproxima- damente 20 a 25 anos, enquanto as centrais solares, que surgiram mais tarde, nos anos 2000, prevê-se um tempo de vida médio de cerca de 25 a 30 anos, no entanto, com uma expressividade muito menor no terri- tório nacional, pois o solar representa apenas 2,5% (com cerca de 1 GW de capacidade instalada e em operação) do consumo de eletricidade, enquanto a eólica já representa cerca de 25% (com 5,4 GW de capacidade instalada e em operação) deste. Ao substituir as turbinas mais antigas por turbinas mais recentes e também mais eficientes, o chamado repowering, é possível reduzir o número de turbinas necessário para garantir determinada potência instalada. Segundo a asso- ciação WindEurope 6 , emmais de 100 projetos de repowering pela Europa, comprovou-se que o número de tur- Prevê-se que as novas diretivas de política energética tragam consigo as medidas e ferramentas necessárias para acelerar a tão urgente descarbonização do setor energético, responsável por cerca de 75% das emissões de gases de efeito de estufa na Europa
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